sexta-feira, 29 de maio de 2015

UASP POR TERRAS DE MONTALEGRE....



A UASP, em colaboração com as suas associadas, propõe-se, anualmente, organizar uma visita a uma determinada região do País, procurando, deste modo, oferecer a todos os seus membros e outros interessados oportunidades para desfrutar, com qualidade e em óptima companhia, das suas belezas naturais, culturais e espirituais.

Este ano, a proposta apresentada pela Associação dos Antigos Alunos do Seminário de Vila Real e, desde logo aceite, tem como epicentro Montalegre, nos dias 20 e 21 de Junho, com visitas ao seu Castelo, Museu Etnográfico P. Fontes, passeio nas margens do Rabagão, vista ao Ecomuseu de Barroso – Salto, passagem pela Ponte da Misarela, passeio nas margens do Cávado, visitas à “
​​
Aldeia Barrosã” de Paredes do Rio e Pitões das Júnias, entre outras…

Estando nós a menos de um mês do evento e querendo usufruir de condições mais favoráveis na reserva do alojamento, vimos, por este meio, renovar o convite à participação e pedir que nos enviem (para a UASP ou para a Organização local*) a inscrição e respectivo pagamento do alojamento até ao dia 29 de Maio.

O Presidente da Direcção
P. Armindo Janeiro


​*E-mail: josebranco-2605p@adv.oa.pt | Telef: 276 512624 e Telm: 96 1062716

FOME NO MUNDO...MENOS 216 MILHÕES EM 10 ANOS

Fome concentra-se em África e Ásia




O relatório anual das Nações Unidas sobre a fome no mundo foi apresentado na terça-feira, 27 de maio, na sede da FAO, em Roma. O “mapa da fome” no mundo indica concentração dos piores níveis em África e Ásia.

O documento indica que hoje 795 milhões de pessoas ainda passam fome no mundo. Na última década, contudo, mais de 167 milhões saíram do mapa da fome. No total, em 25 anos, o número de famintos foi reduzido em 216 milhões. Em 1990 eram mais de Mil milhões de famintos. A África, todavia, tem hoje de acordo com a FAO, mais de 220 milhões de pessoas famintas, o que representa 23 por cento da população do continente. Enquanto o mundo caminha para erradicar a fome, velhos problemas bloqueiam o progresso africano, afirmou o diretor geral da FAO, José Graziano da Silva.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Pe DAVID DA COSTA DOMINGUES nas Filipinas - Parabéns

Revista comboniana “Word Mission”, editada nas Filipinas. A “Word Mission” celebrou os 25 anos de publicação em 2014. Neste contexto, o actual director da revista, David da Costa Domingues, comboniano português, produziu um videoclipe com o objectivo de promover a primeira revista exclusivamente missionária das Filipinas, editada pelos Combonianos.




 

sábado, 23 de maio de 2015

Preparação do Capítulo COMBONIANO


O Capítulo é assembleia magna da congregação, celebrada cada seis anos.

Avalia o percurso feito pelo Instituto nos seis anos anteriores, lança o programa para o sexénio seguinte e elege o Conselho Geral que o vai executar.


Os representantes das circunscrições combonianas europeias ao Capítulo estão reunidos para preparar a participação na assembleia magna da congregação missionária.

Cinco provinciais, 12 delegados capitulares e o vigário-geral estão em Limone, no norte de Itália, de 20 a 26 de maio para se preparar para o XVIII Capítulo Geral com a ajuda de alguns especialistas.

O XVIII Capítulo Geral está agendado para Roma de 6 de Setembro a 4 de Outubro sob o tema «Discípulos Missionários Combonianos chamados a viver a alegria do Evangelho no mundo de hoje.»

terça-feira, 19 de maio de 2015

Dezoito noviços fazem a sua primeira profissão religiosa


No dia 9 de Maio de 2015, dezoito noviços combonianos (9 do Congo, 2 do Togo, 3 do Benim, 3 da República Centro-Africana e 1 do Chade) celebraram a sua primeira profissão religiosa na companhia dos seus respectivos superiores provinciais, dos seus confrades, parentes e amigos. Também esteve presente o Ir. Daniele Giusti, como representante do conselho geral.

A paróquia comboniana de S. Francisco de Assis, em Cotonou (Benim), teve a oportunidade de viver intensamente esta cerimónia e de escutar os testemunhos concretos da beleza da consagração missionária de um grande grupo de jovens da África de língua francesa.

Fonte: Comboni.org

NÃO É PRECISO IR À “TERRA SANTA” Frei Bento Domingues, O.P.



1. Quem se sentir desafiado por Jesus Cristo não deve ignorar que, para além da sua experiência vital e do conhecimento afectivo, tem de recorrer também aos estudos que ajudam a ler os escritos do Novo Testamento (NT) e os ziguezagues da sua influência, ao longo dos séculos. A não ser que se aposte na preguiça piedosa: quanta mais ignorância, mais devoção.
Os resultados da investigação histórica e os frutos da hermenêutica das configurações simbólicas, legadas pelas primeiras gerações cristãs, não devem servir apenas para compor as estantes das bibliotecas das faculdades de teologia.
  O seu estudo livre e rigoroso será sempre o melhor remédio contra a manipulação de algumas censuras eclesiásticas, feita em nome da salvaguarda da fé. Só é possível acreditar, de modo decente, interpretando e dialogando com outras interpretações. Como já disse nestas crónicas, a defesa da tradição cristã não se faz com os métodos das indústrias de conserva. É vitalizada no confronto e no diálogo com os desafios de cada época, na diversidade dos povos, a partir dos guetos sociais e culturais criados pelos interesses financeiros e económicos da nova desordem do mundo.   
Segundo o exegeta Xabier Pikaza, neste momento, a preocupação desses estudos deslocou-se da problemática do Jesus da história e do Cristo da fé para a investigação das origens do cristianismo: como surgiu a Igreja e qual o seu sentido? Não está centrada apenas no Nazareno, ocupa-se cuidadosamente dos seus primeiros seguidores. Aqueles que nos deram a conhecer o Mestre também precisam de ser conhecidos.
S. Lucas escreveu a sua obra entre os anos 90 e 100 d.C.. De origem pagã, mas talvez prosélito judeu, conhecia a Bíblia Grega, a dos LXX. Foi o primeiro autor cristão a apresentar a história de Jesus e do seu movimento, segundo os modelos judeu e helenista[1], sendo, também, o primeiro a interessar-se pela identidade social da Igreja e pelo lugar que ela ocupa na história, como movimento messiânico. Não tenta mostrar, em primeiro lugar, como é que as coisas se passaram. Interessa-lhe fazer entender a perspectiva da missão de Paulo que desembocou em Roma, capital do Império.
 Sobre este fundo, destaca os dois polos da sua obra, o judaico e o helenista ou romano. O judaico mantem-se como raíz, pois constitui a origem e o destino israelita de Jesus e o princípio da Igreja em Jerusalém[2]
O polo romano constitui o enquadramento final e definitivo da Igreja que chegou a Roma e onde Paulo estava preso, mas anunciava abertamente o Evangelho. Esta perspectiva é muito sugestiva, mas exclui as Igrejas da Síria e da Ásia Menor[3].

        No desenho deste cenário, Lucas idealiza e destaca as origens da Igreja em torno de Pedro e dos Doze, quando de facto, como se sabe desde o princípio, a origem real das igrejas ou comunidades foi muito mais ampla e plural.
Se as outras grandes “testemunhas” do NT (Marcos e Mateus, Paulo e João…) não precisaram de escrever uma história da Igreja foi porque, do seu ponto de vista, ela já estava incluída nas narrativas dos seus Evangelhos.
2. Xabier Pikaza chama a atenção para uma obra original de “desconstrução” do segundo livro de Lucas, os Actos dos Apóstolos (Act), feita por um destacado investigador espanhol[4] que se tornou uma autoridade na interpretação das origens cristãs.
Esta desconstrução pôs em causa a visão mais clara do nascimento e expansão da Igreja que tínhamos. Começa-se a saber, agora, que essa obra não conta a história da Igreja primitiva. É uma interpretação muito particular. Lucas construiu uma tese. Desconstruindo essa interpretação, recuperam-se possíveis materiais mais antigos e valorizam-se outras fontes do NT (Paulo, tradição evangélica, etc.). Talvez se torne possível reconstruir melhor a história das igrejas do princípio e de forma mais ampla.
 Neste livro, há personagens importantes que dominam, por algum tempo, a trama deste “romance” (os Doze e Pedro, os helenistas e Estêvão, Filipe, Tiago…), mas acabam todos por ficar em segundo plano. Actuam por um momento e, cumprida a sua missão, desaparecem. Quem garante a unidade e a continuidade da Igreja é a acção do Espírito Santo que a vai conduzindo de Jerusalém a Roma. O grande protagonista desta obra é o Espírito Santo.
3. Cumpriu-se a promessa: Recebereis a Força do Espírito Santo, que virá sobre vós. Sereis, então, minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra. Dito isto, elevou-se à vista deles e uma nuvem o ocultou aos seus olhos[5].
Cumpriu-se a promessa, em parte. A promessa não era colocar os discípulos pasmados a olhar para o céu: Jesus agora está com o Deus que está com todos em todo o mundo. Não adianta ir procurá-lo à Terra Santa, terra da violência sacralizada.
O segredo da simbólica da Ascensão é o Pentecostes, uma Igreja de saída que o Papa Francisco veio acordar. Convite para o próximo Domingo.

17.05.2014


[1] Act 1 1-4
[2] Act 1-15
[3] Act 28
[4] Senén Vidal, Hechos de los apóstoles y orígenes cristianos, Sal Terrae, Santander 2015.
[5] Act 1, 8-9

Dois noviços fazem primeiros votos em Santarém



Os noviços Mateusz Adam Poreba, 23, da Polónia, e Quisito Orlando Veloso, 26, de Moçambique, professaram uma vida de castidade, pobreza e obediência segundo a Regra de Vida dos Missionários Combonianos.
 ....
Os quatro noviços do primeiro ano – três moçambicanos e um português – continuam a sua formação com as experiências pastorais e de trabalho em Lamarosa, Telhal, Maia e VN Famalicão.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

ECOS DA MAIA 2015



Ó Valentim, não achas que com esta malta toda púnhamos a quinta num brinquinho? ! ?!

RELATO DO ENCONTRO MAIA 2015




Caros Colegas e Amigos

Pouco mais de 15 dias passados sobre o nosso encontro Maia 2015, é tempo para vos fazer um pequeno relato do que se passou tendo, sobretudo, em vista aqueles que por um ou por outro motivo não puderam estar presentes.

Á medida que íamos chegando, fomos recebendo " beijos" e abraços da comunidade ali bem representada pelos irmãos Valentim e Matias, entre outros. Foram muitos os padres que marcaram presença: o Pe Manuel Augusto, o Pe Martins, o Pe Manuel dos Anjos, o Pe Dário, o Pe José Joaquim, o Pe Maravilha, o Pe Claudino,  o Pe Areeira, o Pe Zé…
O dia teve 3 pontos altos em locais de intensa motivação agregadora: o auditório, a capela, e o refeitório.

No auditório procedemos à apresentação da praxe, à lembrança dos ausentes que nos manifestaram vontade de estar presentes e à comunicação das informações pertinentes,  nomeadamente as relativas à actividade da UASP a cuja estrutura a nossa associação pertence  seja como associado seja integrando os seus órgãos sociais como vogal da mesa da assembleia geral.
O Pe Martins, animado e extrovertido como sempre, brindou-nos com um relato à "Zé pacóvio" da sua ida à tropa como capelão militar. Foi de rir do princípio ao fim… Eu acho, aliás, que ele deveria passar esta " peça" a escrito para futuras representações.
O Pe Manuel Augusto deu-nos novas das suas andanças pelas Arábias revelando-nos a existência de comunidades cristãs vivas e empenhadas em terras da Arábia Saudita onde as igrejas "de pedra" estão proibidas e não existem.
Tivemos, depois, o testemunho do Pe José Joaquim como jovem missionário em África, na Zâmbia, onde trabalhou com o Pe Dário.
Pelo meio de tudo isto cantámos como adolescentes as canções da nossa adolescência que o Américo preparou e acompanhou com o seu acordeão.
Durante toda a sessão fomos apreciando as imagens de outros encontros  com que o Faria nos presenteou.

Na capela, à volta do altar, tivemos uma celebração solene e intimista. Aí foi a vez de recordarmos todos os nossos antigos colegas presentes e ausentes, vivos e falecidos, dando graças pelo convívio que nos proporcionaram algures na nossa adolescência e juventude; de recordarmos os nossos antigos colegas espalhados pelos quatro cantos do mundo vivendo a sua vocação missionária.
O Olindo escolheu e ensaiou os cânticos tirando do órgão toda a sonoridade  de que ele era capaz dando o exemplo com a sua voz forte, firme e segura. O Pe José Joaquim, como presidente da concelebração, entusiasmou-se dando-nos uma amostra das suas qualidades vocais.

No refeitório, novamente à volta da mesa, demos largas ao nosso convívio e não só… Voltámos aos cânticos de outrora que cantávamos em ambientes variados entre os quais as matas e carreiros do  empolgante Faleiro ( os mais velhos, claro). Tudo acompanhado pelo Américo e seu inseparável acordeão.
Depois, tiradas as fotos da praxe, perdemo-nos pela quinta em amena cavaqueira até ….ao regresso a nossas casas fazendo juras de não mais faltar a estes reencontros.

 Manifesto a minha gratidão ao Superior da casa da Maia e à comunidade  pelo seu acolhimento, a todos os que colaboraram na organização e animação do encontro, nomeadamente ao Ir Valentim, ao Olindo, ao Américo, ao Pe José Joaquim, ao Faria e aos elementos da direcção da Associação.
Somos  Combonianos…sempre.

Aquele abraço…

Trofa, 17 de Maio de 2015
António Joaquim

terça-feira, 12 de maio de 2015

UM PREFEITO NEM SEMPRE É PERFEITO Frei Bento Domingues, O. P



1. A vontade de fixar certas interpretações, declarações, doutrinas e instituições religiosas como sendo absolutas, irreformáveis e definitivas - marcadas por tradições, contextos históricos e culturais muito circunscritos – roça a idolatria. Substitui o Absoluto transcendente pelo que há de mais relativo e banal, numa linguagem inacessível. Os textos do Novo Testamento (NT) mostram um constante empenhamento de Jesus em dessacralizar tempos, lugares e instituições divinizadas, pois tornavam o acesso a Deus privilégio de alguns e a condenação de quase todos.
O próprio Jesus, ao andar em más companhias, ao comer com os classificados como pecadores, não só se desautorizava como homem de Deus, como se expunha a ser considerado um agente do diabo[i]: Ele não expulsa demónios, a não ser por Beelezebu, príncipe dos demónios.
Jesus não era da tribo sacerdotal, não andou em nenhuma escola rabínica, não era um teólogo profissional e, no entanto, pôs tudo em causa[ii].
Segundo os textos disponíveis, Jesus foi educado na religião da sua família, mas levou muito tempo encontrar o seu próprio caminho e, quando o encontrou, os antigos companheiros não o entenderam, a família julgava que ele estava doido[iii] e os Doze que escolheu nunca conseguiram compreender o seu desígnio.[iv]
Como não deixou nada escrito, e muito menos um catecismo bem arrumado, surgiram várias teologias cristãs. Os escritos do NT são irredutíveis a uma só teologia ou a uma só cristologia. Ler esses textos de estilos, épocas, lugares e propósitos tão diferentes, pelo olhar formatado de um Catecismo, é uma cegueira provocada pelo instinto de segurança e necessidade de controlar. São textos simbólicos, alusivos ao mistério inabarcável de Deus, que só com recurso à teologia negativa, apofática, é possível não cair na idolatria teológica. De Deus, tanto mais sabemos quanto mais nos dermos conta que ele excede todo o conhecimento. Nunca será prisioneiro dos nossos conceitos.
2. A falta de profissionalismo teológico está a agitar o Vaticano. Numa entrevista concedida ao jornal francês La Croix, o próprio Cardeal Müller – Prefeito da Congregação para Doutrina da Fé (CDF), ex-Santo Ofício, Presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e Presidente da Comissão Teológica Internacional - declarou algo de muito inédito: “A chegada à Cátedra de Pedro de um teólogo como Bento XVI foi, provavelmente, uma excepção. João XXIII não era um teólogo de ofício. O Papa Francisco também é mais pastor e a Congregação para a Doutrina da Fé, tem uma missão de estruturação teológica do Pontificado”. Assim, pois, segundo a declaração deste cardeal, a CDF deve “estruturar teologicamente” o Pontificado do Papa Francisco. É provável que este seja um dos motivos pelos quais o Prefeito intervém tão frequentemente em público, algo sem precedentes na história.
Até agora, ninguém havia teorizado, a partir do próprio centro da Cúria Romana, uma exigência de normalização do pontificado, como se depreende das palavras citadas por Müller. Acredito que aqui se deva constatar, com preocupação, que esse parece ser, até agora, o mal-entendido mais substancial dos pontificados de João XXIII e de Francisco, curiosamente unificados pela característica de terem “pouca estrutura teológica”[v].
3. Estamos numa situação delicada. Como vimos, Jesus não tinha nada de teólogo profissional, a sua profissão era outra. S. Francisco, ainda menos. João XXIII, convocando o Concílio e neutralizando a vigilância do cardeal Octaviano, do Santo Ofício, deixou o debate teológico à solta, decisão que nunca mais lhe será perdoada pelos vigilantes da ortodoxia. O pós-Concílio foi de uma grande efervescência e criatividade teológicas, tanto na Europa como na América latina, na África e na Ásia. Com o cardeal Ratzinger procurou-se a normalização pela condenação de tudo que não reproduzisse a teologia deste Prefeito da CDF.
Chegou o Papa Francisco e soltou, de novo, a palavra na Igreja e manifestou, numa carta à Faculdade de Teologia de Buenos Aires, a vontade de que os teólogos profissionais cheirassem a povo, não ficassem isolados numa redoma. Há atrevimentos que se pagam caro.
A ambição do poder de dominar – também há poder de servir – é presunçosa e ridícula. Quem se julga o centro da Igreja, perde-se do Espírito de Cristo e pensa que só ele tem a chave da salvação.
10.05.2015