terça-feira, 21 de novembro de 2017

Jesús Ruiz Molina foi ordenado bispo auxiliar de Bangassou 17 de Novembro de 2017

O missionário comboniano de Burgos, Jesús Ruiz Molina, foi ordenado bispo auxiliar de Bangassou, no passado dia 12 de novembro, na República Centro-Africana. A celebração ocorreu em Bangui, porque à sua nova cidade só se pode chegar de helicóptero...
Depois de ter passado pelo Chade e pela cidade centro-africana de Mongoumba, Jesús Molina aceitou ser destinado a um lugar marcado seriamente pela violência de uma guerrilha sem fim para colaborar com o bispo titular D. Juan José Aguirre Muñoz, outro comboniano espanhol, a encontrar caminhos para a paz, a reconciliação e a servir os mais pobres.

domingo, 19 de novembro de 2017

TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO OU LIBERTAÇÃO DA TEOLOGIA? (2) Frei Bento Domingues, O.P.


1. Recebi, recentemente, três obras de três consagrados autores portugueses. Uma é de António Lobo Antunes, outra de Frederico Lourenço e a terceira de António Damásio. Uma pertence à criação literária, outra ao alargamento do nosso mundo bíblico e a terceira à investigação científica. Ninguém escreve como Lobo Antunes, ninguém pode ousar o que Frederico Lourenço consegue, a antropologia científica, filosófica e sapiencial de António Damásio é o guião e o mapa que nos faltavam para a fascinante viagem às raízes da vida, dos sentimentos e das culturas humanas. Mostra-nos como e porquê “os seres humanos acabam sempre por depender da maquinaria dos afectos e das suas ligações com a razão. Não há maneira de fugir a tal condição”.

     Conhecer essa maquinaria ajuda a não sermos cegos a conduzir outros cegos para o desastre pessoal e colectivo. As investigações destinadas a saber quem somos, como somos, quem podemos e devemos ser, requerem a cooperação de todas as ciências e sabedorias. A cultura da cooperação é um caminho luminoso para nos irmos libertando do egoísmo, o inimigo público e privado do presente e do futuro da humanidade.

 Repete-se que a ciência e a tecnologia podem ser usadas para melhorar o nosso futuro – o seu potencial continua a ser extraordinário – ou podem representar a nossa perdição. Pode-se continuar, por outro lado, a desenvolver a ideia de que o ser humano é uma paixão inútil que importa substituir por outra coisa mais limpa, mais inteligente e mais rentável. Essa coisa pós-humana já está configurada, mas continuo a não saber para quem.  

Destaquei o novo livro deste investigador português, radicado nos EUA, porque, em primeiro lugar, preciso dele – talvez não seja o único – para perceber “a estranha ordem das coisas” na evidente desordem do mundo. Ao chegar ao fim, exprime uma atitude que é essencial à libertação da teologia. Permito-me transcrever: “Em primeiro lugar, e tendo em conta as imensas novas e poderosas descobertas científicas, é fácil ceder à tentação de acreditar em certezas e interpretações prematuras que o tempo se encarregará de rejeitar impiedosamente. Estou preparado para defender a minha actual visão sobre a biologia dos sentimentos, da consciência e das raízes da mente cultural, mas não tenho ilusões sobre a durabilidade dessa visão. Em segundo lugar, embora seja possível falar com alguma confiança das características e das operações dos organismos vivos e da sua evolução, e embora seja possível situar o início do respectivo universo há cerca de 13 mil milhões de anos, não temos qualquer relato científico satisfatório quanto à origem e ao significado do Universo, ou seja, não temos uma teoria de tudo que nos diga respeito. Serve isto para recordar que os nossos esforços são modestos e hesitantes, e que devemos estar a abertos e atentos quando decidimos abordar o desconhecido”[i].

2. Se as lideranças da Igreja, os teólogos, os padres e os catequistas tivessem estes cuidados de puro bom senso teriam evitado, às comunidades cristãs, muitos falsos problemas no campo da criação cultural, das ciências, da acção pastoral e da ética. Não tomariam atitudes e decisões que pudessem impedir uma virtuosa abertura ao futuro, ao imprevisto e imprevisível.

Nota-se isto em muitos âmbitos, mas tornou-se uma tragédia que se aprofunda e alarga, dia a dia, em relação aos “ministérios ordenados” de solteiros e casados, sobretudo à declaração de que as mulheres nunca poderão receber o sacramento da Ordem. Poder-se-ia perguntar como é que se sabe tanto acerca do futuro e tão pouco acerca do presente?

Configuraram-se as instituições funcionais da Igreja para determinados contextos sociais e culturais que não podem ter garantias de eternidade. Não tendo isso em conta, acabam por deixar a vida pastoral em becos sem saída, paralisada. Abandonaram-se os avisos de Cristo: “para vinho novo, odres novos”; “o sábado é para o ser humano e não o ser humano para o sábado”. S. Paulo não se esqueceu: foi para a liberdade que Cristo vos libertou.

É muito importante a questão e a história da teologia da libertação, mas volto a dizer que é ainda mais decisivo libertar a teologia da ideologia, da visão distorcida da fidelidade confundida com a repetição do pré-definido, do pré-sabido e do sempre rezado, assim como era no princípio agora e sempre pelos séculos dos séculos[ii].

Um dos modelos medievais da prática teológica, que sempre me deliciaram, estava ligado à interrogação sistemática, isto é, às questões disputadas (quaestiones disputatae). Tomás de Aquino, além disso, estava profundamente marcado pela teologia negativa, que nada tinha de niilista. Qualquer afirmação tinha de ser acompanhada de negação. Depois de descrever a sua teoria do conhecimento teológico e de mostrar a razoabilidade da afirmação da existência de Deus, diz que seria normal que se procurasse saber como é Deus, mas não podia ir por aí, pois só podemos saber como Ele não é. Esta é uma teologia da libertação da idolatria dos nossos conceitos da divindade[iii].

Era o tempo da combinação do atrevimento, na teologia, com a virtude da modéstia na sua prática. Tomás de Aquino sabia unir o que outros separavam: procurar entender para crer e crer para entender.

3. Quando me perguntam qual foi o papel da teologia da libertação em Portugal, tenho de ter em conta vários aspectos para poder responder. A teologia académica, entre 1911 e 1968, esteve em perfeito jejum, como já referi. Não é uma interpretação. É um facto. Na maioria dos casos, a teologia dos seminários era de importação, de justificação do que estava mandado crer e pensar, preparava párocos. O padre Joaquim Alves Correia era um teólogo por conta própria. Testemunhava a Largueza do Reino de Deus, que lhe saiu caro, dada a estreiteza da ideologia dominante.

 Existe uma produção histórica abundante sobre a relação da Igreja com o Estado Novo e o mundo dos católicos que a questionavam. Nessa produção não se fala de teologia da libertação nem da libertação da teologia, mas existiram ambas com os limites que as circunstâncias eclesiais e políticas impunham, mas o conhecimento dos seus percursos tem de ficar para outra crónica.

Hoje, não posso esquecer que o Papa Francisco, o praticante e resistente da teologia da libertação e da libertação da teologia, instituiu o Dia Mundial do Pobre. Acontece neste Domingo. Se os pobres não estiverem na missa, é porque lha roubaram.



19. 11. 2017



[i] António Damásio, A Estranha Ordem das Coisas, Círculo de Leitores, 2017, pp. 331-332.
[ii]  Quem desejar conhecer o que era a prisão da teologia nos anos 50 do séc. passado, leia o impressionante Journal d’un théologien (1946-1956), de Yves Congar, Cerf, 2000
[iii] Summa Theologiae, q. III, Prólogo

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Brasil: Comboniano vence Prémio Empreendedor Social por trabalho em prisão humanizada

Valdeci António Ferreira, Diretor Executivo da «Fraternidade Brasileira de Assistência aos Encarcerados» (FBAC), é o vencedor da 13ª edição do «Prêmio Empreendedor Social».

Voluntário há mais de 30 anos, Valdeci Ferreira é fundador dos Leigos Missionários Combonianos do Brasil e fundador da «Assistência de Proteção aos Encarcerados» (APAC) de Itaúna, em Minas Gerais.

O projeto APAC visa disseminar metodologia inovadora de ressocialização de prisioneiros, que se propõe a recuperar o preso, proteger a sociedade, socorrer as vítimas e promover a justiça restaurativa...

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Vaticano: Corações ao alto, não os telemóveis

...“Fico triste quando celebro e vejo muitos fiéis com os telemóveis levantados. Não só os fiéis, mas também sacerdotes e até bispos. A Missa não é um espetáculo: é ir ao encontro da Paixão e da Ressurreição do Senhor. Por este motivo é que o sacerdote diz «corações ao alto». O que é que isso quer dizer? Lembrem-se: nada de telemóveis”, disse o Papa...

terça-feira, 7 de novembro de 2017

NOV 11 Jantar Mensal do grupo de VISEU

NOV11

Jantar Mensal do grupo

José Paulo Barata invited you
Confirmar presença até ao meio dia de 6ª feira.
Podes confirmar a presença aqui ou para o Amaral, Eduardo ou Sá.
O jantar e ponto de encontro é no café/restaurante do Zé Luis.

Nota:
A ementa é bacalhau à lagareiro.

Acornhoek acolhe votos perpétuos do Ricardo Gomes

A paróquia sul-africana de Maria Assunta de Acornhoek, na diocese de Witbank, viveu um fim-de-semana missionário especial ao acolher a consagração perpétua no Insituto comboniano e a ordenação diaconal do escolástico Ricardo Alberto Leite Gomes...
A ordenação diaconal decorreu no domingo, 5 de novembro de 2017...
As celebrações mobilizaram muita gente: os pais, a irmã e os párocos do Ricardo, que viajaram da Trofa juntamente com o provincial de Portugal...
O Diácono Ricardo foi destinado a Portugal a partir de 1 de janeiro de 2018 e vai ser ordenado padre missionário na paróquia natal, São Martinho de Bougado-Trofa, dentro de meio ano.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

EM CARAPIRA :(Re)Viver um sonho

“Pelo sonho é que vamos”, escreveu Sebastião da Gama. O sonho comanda muitas vezes a alma de uma pessoa. Consegue levar-nos a sítios que tanto desejamos e que nem sempre conseguimos alcançar de verdade. Carapira, desde 2015, que era um sonho para mim. Regressar a um sítio onde fui tão feliz...Diferentemente de 2015, em que fui pela primeira vez a Moçambique, este ano a tarefa que Deus me confiou foi a de ser responsável por sete jovens do Grupo Fé e Missão: Ana, Filipe, Inês, Jorge, Mónica, Ruben e Sofia. A minha missão principal foi a de garantir que estes jovens teriam um mês repleto de vivências ricas e profundas com Deus, com o povo que Deus nos deu a conhecer, com eles próprios e com todos os missionários que com o seu exemplo nos viriam a ensinar a Missão.