quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Os santos são humanos como nós. Que nós sejamos santos como eles!- D M

1. Há quem pense que, nos últimos tempos, tem havido
mais empenho em «fazer santos» do que em
cada um «fazer-se santo».
O diagnóstico é de Raniero Cantalamessa, que
realça a maior tendência para dar a conhecer os
santos do que para imitar os santos.
2. O problema não está, obviamente, em «fazer santos». Está
nas resistências de cada um a «fazer-se santo».
A santidade é, sem dúvida, excepcional, mas está ao alcance de
todos. Devia, por isso, fazer parte da normalidade da vida cristã.
3. Diria que os santos são como as flores.
Tal como nem todas as flores de um jardim vão para os altares,
também nem todos os santos da Igreja figuram nas igrejas.
Mas o principal é que floresçam na Igreja.
4. A santidade de cada um faz reluzir a santidade de Deus e
da santidade da Igreja.
Deus é santo (cf. Lev 19, 2) e, em Deus, a Igreja também é santa
(cf. Ef 5, 27).
5. O santo é aquele que acolhe a santidade de Deus, incorporando-
se na santidade da Igreja.
A prioridade do santo é, pois, fazer avultar a santidade de
Deus e da Igreja.
6. Daí que não falte quem procure mais ajudar a que «se façam
santos» do que em divulgar o santidade dos ( já) conseguiram
ser santos.
Consta que um dos lemas da Cartuxa é «non sanctos patefacere
sed multos sanctos facere». Isto é: «Não mostrar os santos,
mas fazer santos».
7. É evidente que não é mal nenhum mostrar os santos. Mas
é muito melhor (ajudar a) fazer santos.
Compreende-se, assim, que, quando morre um membro da
Cartuxa com uma vida santa, haja apenas um comentário: «Laudabiliter
vixit». Ou seja, «viveu de uma forma muito louvável».
8. No túmulo da Cartuxa, o único epitáfio é a Cruz.
Enfim, tudo e todos se apagam para que só Deus brilhe.
9. Habitualmente, gostamos de dizer qu e os santos são humanos
como nós.
É verdade. Mas é igualmente importante que nós procuremos
ser santos como os santos.
10. Acresce que a santidade não faz bem apenas ao santo. Como
notou Teresa de Calcutá, «a santidade é uma necessidade»
— não um luxo — para o mundo.
Um dia, havemos de concordar com Gounod quando afirmou
que «uma gota de santidade vale mais do que um oceano de génio"
João Teixeira

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