quinta-feira, 16 de maio de 2019

Quando é que chegará a justiça para todos, aplicada de um modo imparcial e equitativo?-A. Fernandes-DM

Os responsáveis pelas sociedades, associações ou instituições
devem ter como objetivo (e dever primordial)
o desenvolvimento social das pessoas, ou seja, o seu
bem-estar, a justiça, a saúde, a educação, a igualdade
de oportunidades, a promoção de salários dignos, do
pleno emprego e do respeito pelos direitos de todos.
Estes objetivos nunca se atingirão, a não ser por meio de um desempenho
de funções honesto, desprendido, justo, vertical e sem
qualquer tipo de aceção de pessoas.
Só assim se acabará com a corrupção, com o desvio de dinheiros
públicos e com a sua distorcida e, muitas vezes, maléfica aplicação.
Os corruptos, os desonestos ou os desbaratadores do erário
público ainda têm a desfaçatez de se vangloriar dos proveitos de
dinheiro e de bens patrimoniais mal adquiridos, passeando pelas
avenidas das cidades do próprio país e do mundo, exibindo toda
uma riqueza obtida pela volúpia gananciosa dos seus desejos ávidos
do alheio, galhardeada por uma atividade ardilosa. A impunidade
e a parasitagem continuam a ter terreno fértil para viver
confortavelmente sem correr qualquer risco de vir a ser incomodadas.
Parece que possuem um certificado de livre circulação. Infelizmente,
ainda se mantém um grande fosso entre a justiça para
ricos (onde reina uma grande impunidade) e a justiça para pobres
(onde não há grandes contemplações). Os corruptos e os desonestos
tentam ignorar que a coisa mais relevante para se aprender na
vida é a ciência de saber como se deve viver no dia a dia, de consciência
tranquila.
A felicidade não está meramente naquilo que se tem, mas naquilo
que se consegue de um modo honesto e se usa do mesmo modo,
no respeito total dos direitos dos outros e estando-se sempre
ao serviço das comunidades. Há pessoas que têm objetivos dignos
e modelares na sua vida, mas muitas outras arrastam a sua existência
mergulhadas na desonestidade, usufruindo de bens que foram
obtidos por meios totalmente reprováveis à luz da dignidade humana.
Deles nada sai que vá beneficiar os mais necessitados. Se alguma
vez o fazem, é por orgulho, mostrando a sua falsa solidariedade,
no pressuposto errado de que, assim, vão tapando os olhos dos
outros. No seu gesto apenas reina a vaidade, a jactância e o egoísmo.
São os falsos beneméritos sociais. As mãos do homem nunca
devem respirar desonestidade. Mais tarde ou mais cedo, elas serão
corroídas pelo odor pestilento da corrupção que manusearam.
O homem deve ter horizontes nobres e procurar ir para além
do mundano, subir mais alto, vencer dificuldades, sentir o desabrochar
e o desenvolvimento de todas as suas faculdades superiores
de um modo digno, procurando sempre a verdade e a justiça
para penetrar e encher todo o seu ser. Dostoievski escreveu: “Não
é a inteligência que mais interessa mas o que a guia – o carácter, o coração,
as boas qualidades”. O que o homem usa correta e justamente
está sempre a aumentar e a enriquecê-lo moralmente; aquilo de
que se abusa retrocede, diminui o caráter e empobrece a pessoa
humana. Este é o horizonte verdadeiro e único para todas as funções
do homem.

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