tag:blogger.com,1999:blog-84125049569717820042024-03-24T18:35:06.674+00:00Antigos Alunos CombonianosAAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.comBlogger934125tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-40816966774738886412024-03-24T18:34:00.001+00:002024-03-24T18:34:30.428+00:00PARA MEDITAR Frei Bento Domingues, O.P. 24 Março 2024<p> </p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">1.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> No Domingo passado, tentei
mostrar que a realidade de um Deus de pura bondade não pode ser o responsável
da crucifixão de Jesus de Nazaré. Continuo fiel ao que, então, escrevi, mas com
muitas hesitações acerca da avaliação histórica do percurso atribuído a Jesus.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O Cristianismo é uma religião marcada pela História e que
marcou a história de muitas áreas geográficas e culturais, por isso se coloca,
depois de uma data, o <i>a.C.</i> ou <i>d.C.</i> É normal que se procure saber
em que época, e até o dia, em que Jesus nasceu e morreu. Dois mil anos de
história, em tantos contextos, tornam difícil uma resposta única. No entanto, não
é uma mera curiosidade das ciências humanas. Surge do afecto, da relação vital
com alguém – Jesus Cristo – que se manifestou, ou descobrimos, <i>como sentido
salvífico para a vida e para a morte</i>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">A figura histórica de Jesus de Nazaré está marcada pelo tempo
de Pilatos, como governador da província romana da Judeia. Calcula-se que terá
morrido entre 26 e 36 d.C.<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Se acrescentarmos o período mais curto ou mais longo possível da actividade de
Jesus, ao ponto mais inicial ou mais tardio possível da sua manifestação (26 ou
29), temos um lapso de tempo que vai de 27 a 34 d.C.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Outra delimitação possível resulta dos cálculos de
astronomia e calendário, embora estes não possam dar uma certeza última. A
pergunta que se impõe é esta: quando é que o dia 14 ou 15 de Nissan (primeiro
mês de 30 dias do calendário judaico religioso) foi numa sexta-feira, dia da
morte de Jesus?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Nos anos 27 e 34 d.C., o dia 15 de Nissan foi uma
sexta-feira, de modo que esses anos estariam de acordo com a cronologia
sinóptica. O mesmo se aplica para o ano 31, embora com menor probabilidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">As circunstâncias, nos anos 30 e 33, encaixam-se na
cronologia joanina, em que o dia 14 de Nissan, o dia de preparação para a
Páscoa, foi uma sexta-feira. Assim, o ano 30 d.C. tem a maior probabilidade de
ser o ano em que Jesus foi morto, o que não exclui absolutamente outras datas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Jesus nasceu entre os anos 6 e 4 a.C., provavelmente
antes da morte de Herodes I. A sua aparição pública durou apenas um breve
período no início do tempo de governo de Pôncio Pilatos (26-36 d.C.). Jesus foi
provavelmente executado na festa da Páscoa judaica do ano 30 d.C.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Foi falsamente julgado e condenado à pior das mortes, mas
nenhum dos seus juízes poderia sonhar que, um dia, o próprio tempo seria
contado com base n’Ele. Essa contagem (cronologicamente imprecisa) traz em si a
mensagem de que, com Jesus, se deu uma reviravolta na História. Ela é
independente da pergunta se Jesus nasceu em 4 ou 6 a.C.; além disso, também é
independente da interpretação dos que, durante a vida de Jesus, esperaram tudo
dessa figura. A mensagem de Jesus e as esperanças dos seus contemporâneos
estavam marcadas pelo que julgavam o <i>fim dos tempos</i>. Se o cálculo
cristão do tempo, situa Jesus antes do <i>fim dos tempos</i>, então, isso altera
o significado que o próprio Jesus deu à sua actividade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Possivelmente, essa nova interpretação começou logo no
chamado Cristianismo primitivo. O evangelista Lucas fez um relato da história
da Igreja primitiva (<i>Actos dos Apóstolos</i>), depois de ter escrito o seu Evangelho.
Como resultado, Jesus aparece como uma realidade da História humana, mas que a
excede. No entanto, a interpretação original continua preservada quando se
percebe algo, em Jesus, que atravessa qualquer tempo e lugar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Na discussão sobre o dia da morte de Jesus, oscila-se
entre a cronologia joanina (Jesus foi morto no dia da preparação da festa
pascal) e a cronologia sinóptica (Jesus foi morto no primeiro dia da festa
pascal). Pode-se, contudo, pensar que nem João nem os sinópticos ofereçam a
cronologia exacta<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_edn2" name="_ednref2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
Poderá sempre ser revista e é importante que o possa ser, segundo o
desenvolvimento das ciências humanas. No entanto, não é nenhuma data nem
nenhuma cronologia que nos pode salvar. <i>O que nos salva é a energia divina</i>
que percorre toda a História humana, mediante o acolhimento fervoroso dessa
acção divina.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">2.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> Ninguém nega a importância
dos primeiros e últimos tempos da vida de Jesus, mas por vezes esquecemos a
história da Igreja, a história de fidelidade e infidelidade ao Espírito no
tempo, desde o Pentecostes até aos nossos dias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Não se devia reservar esse estudo para as Faculdades de
Teologia ou para os Institutos de Investigação Histórica. Pelo contrário, se é
fundamental estar sempre pronto a dar razão da nossa esperança, a história da
Igreja faz parte dessa teologia narrativa. Como escreveu Hugo Santos, <i>precisava
uma palavra que contasse // a estranha solidez da esperança</i><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_edn3" name="_ednref3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">As Igrejas Cristãs definem-se pela sua relação viva com
Jesus Cristo, em qualquer época do ano. Para os cristãos mais fervorosos, Jesus
de Nazaré nunca se eclipsa. É realidade quotidiana, mas com acentuações
diversas: o Natal, o Pentecostes e a Páscoa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Nos últimos tempos, têm sido imensos os estudos dos
começos do Cristianismo, assim como, os do processo da Paixão e Morte de Jesus
de Nazaré. Por que é que todos os anos levantamos estas questões, nunca
resolvidas? Talvez porque, como diz S. Pedro, <span class="t10"><span style="background: white; color: black;">Ele [Jesus] é <i>a pedra que os
construtores desprezaram e que se transformou em pedra angular</i><a name="12"></a>,
pois não há debaixo do céu outro nome que nos possa salvar</span></span><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_edn4" name="_ednref4" style="mso-endnote-id: edn4;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span class="t10"><span style="background: white; color: black;">.<o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="t10"><b><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">3.</span></b></span><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> No processo de Jesus, parece que as mulheres não
tiveram nenhum papel relevante. São referidas apenas duas, uma de acusação – a
criada do Sumo Sacerdote – e outra de defesa – a mulher de Pilatos</span></span><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_edn5" name="_ednref5" style="mso-endnote-id: edn5;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Puro
engano. No caminho para o Calvário, elas não se escondem. Pelo contrário,
mostram a sua presença activa, marcadamente simbólica.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">No
Evangelho de S. João, a mãe de Jesus aparece nas Bodas de Caná e volta ao
silêncio. Rompe apenas com esse silêncio, quando o seu filho já está abandonado
na Cruz: </span></span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span class="t10"><span style="background: white; color: black;">Junto à cruz de Jesus
estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria
Madalena. <a name="26"></a>Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o
discípulo que Ele amava, disse à mãe: <i>Mulher, eis o teu filho</i>! <a name="27"></a>Depois, disse ao discípulo: <i>Eis a tua mãe</i>! E, desde aquela
hora, o discípulo acolheu-a em sua casa</span></span><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_edn6" name="_ednref6" style="mso-endnote-id: edn6;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span class="t10"><span style="background: white; color: black;">.<o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Chegados a
este ponto, temos de reler toda a vida de Jesus, dos seus discípulos, dos seus
adversários e familiares, para captar o significado da manhã da Ressurreição, <i>assunto
de mulheres</i>. Será esse tema que me desafia para a próxima crónica.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<div style="mso-element: endnote-list;"><!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: 115%;"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Cf. <i>Antiguidades Judaicas</i> 18, 35.89<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn2" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText" style="line-height: 115%;"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_ednref2" name="_edn2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. Gerd Theissen e Annette Merz, <i>O Jesus Histórico. Um Manual,</i> Edições
Loyola, 2004, pp. 179-181<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn3" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_ednref3" name="_edn3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Hugo
Santos, <i>Nona Carta para um Deus </i>ausente, in Urbano Tavares Rodrigues, <i>os
poemas da minha vida,</i> Público, 2005, p. 93</span><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn4" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_ednref4" name="_edn4" style="mso-endnote-id: edn4;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Cf. Act
4, 11-12<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn5" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_ednref5" name="_edn5" style="mso-endnote-id: edn5;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Cf. Mc 14,
66-72 e Mt 27, 19<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn6" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-11992/PARA%20MEDITAR-2.docx#_ednref6" name="_edn6" style="mso-endnote-id: edn6;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Jo 19,
25-27<o:p></o:p></p>
</div>
</div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-49238560075888684032024-03-23T17:48:00.002+00:002024-03-23T17:48:21.314+00:00Jesus e o Reino de Deus Anselmo Borges Padre e professor de Filosofia 23 março 2024<p> <span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*24.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*39.62px);">J</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*24.00px); left: calc(var(--scale-factor)*45.48px); top: calc(var(--scale-factor)*39.62px); transform: scaleX(1.10466);">esus e o Reino de Deus</span></p><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"><span class="markedContent" id="p3R_mc0"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc3"><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*18.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*83.72px); transform: scaleX(1.07361);">Anselmo Borges</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc4"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc5"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*102.99px); transform: scaleX(1.10835);">Padre e professor de Filosofia</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc6"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc7"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc8"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc9"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*133.11px);">2</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*42.48px); top: calc(var(--scale-factor)*133.11px); transform: scaleX(1.10323);">3 março 2024</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc10"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc11"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc12"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc13"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*176.78px); transform: scaleX(1.00119);">Na fé, pergunta nuclear é em que Deus se acredita e no que é que, acreditando, muda na vida, na</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*190.82px); transform: scaleX(1.00125);">compreensão do ser humano e do mundo. Não seria digno da pessoa acreditar por medo, acreditar</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*204.86px); transform: scaleX(1.00131);">num Deus que humilha o Homem, num Deus que, na sua eternidade feliz, permanecesse indiferente à</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*219.02px); transform: scaleX(1.00106);">História humana enquanto um mundo de sofrimento.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc14"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc15"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*247.13px); transform: scaleX(1.0026);">Na tradição da experiência cristã, embora a relação com Deus se não esgote na ética, a salvação a</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*261.17px); transform: scaleX(1.00162);">partir de Deus é experienciada e vivida no meio do mundo, na relação inter</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*418.78px); top: calc(var(--scale-factor)*261.17px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*422.74px); top: calc(var(--scale-factor)*261.17px); transform: scaleX(1.0005);">humana, tanto no amor</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*275.21px); transform: scaleX(1.00173);">face a face como na transformação política das estruturas e situações que impedem um mundo de</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*289.25px); transform: scaleX(1.00699);">rosto humano. Neste sentido, “fora do mundo não há salvação”, como sublinhava o teólogo E.</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*303.29px); transform: scaleX(0.999916);">Schillebeeckx.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc16"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc17"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*331.37px); transform: scaleX(1.0062);">Para os cristãos, Deus revelou</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*188.81px); top: calc(var(--scale-factor)*331.37px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*192.77px); top: calc(var(--scale-factor)*331.37px); transform: scaleX(1.00573);">se de modo definitivo, embora não exclusivo, na figura histórica de</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*345.53px); transform: scaleX(1.00104);">Jesus de Nazaré. E o núcleo da mensagem de Jesus, na sua pessoa, nas suas palavras, na sua vida, na</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*359.57px); transform: scaleX(1.00126);">sua morte, é o Reino de Deus. E o Reino de Deus é o próprio Deus enquanto amor incondicional, amor</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*373.61px); transform: scaleX(1.00159);">soberanamente libertador dos homens, que fazem a sua vontade. E a vontade de Deus é o Homem</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*387.65px); transform: scaleX(1.00341);">digno e livre, o mundo na paz, na alegria, as pessoas na justiça, no amor, num mundo fraterno, sem</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*401.81px); transform: scaleX(1.00123);">dominadores nem dominados.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc18"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc19"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*429.79px); transform: scaleX(1.00135);">No contacto com Jesus, muitos, sobretudo os pobres, os desprezados, os doentes, os publicanos e</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*443.95px); transform: scaleX(1.00176);">pecadores públicos, os leprosos, os excluídos tanto pela sociedade, como pela religião oficial,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*457.99px); transform: scaleX(1.00198);">experienciaram a libertação e a salvação vinda de Deus, reencontrando a dignidade de ser ser humano</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*472.03px); transform: scaleX(1.00493);">e saboreando outra vez a alegria de viver. E Jesus tinha consciência de agir e proceder como o próprio</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*486.07px); transform: scaleX(1.00276);">Deus procederia, e aqueles que nele acreditaram tiveram a experiência de que, com ele, o próprio</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*500.23px); transform: scaleX(1.00369);">Deus e o seu Reino estava no meio deles.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc20"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc21"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*528.31px); transform: scaleX(1.00469);">Outros contemporâneos aperceberam</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*230.33px); top: calc(var(--scale-factor)*528.31px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*234.29px); top: calc(var(--scale-factor)*528.31px); transform: scaleX(1.00015);">se nitidamente da ameaça e do perigo que Jesus constituía,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*542.35px); transform: scaleX(1.00187);">tanto no domínio religioso, como político. Para Jesus, também se tornou claro que o seu anúncio e</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*556.39px); transform: scaleX(1.00202);">práxis de um Deus, a quem chamava Abbá, Pai querido, e que não se deixa confiscar por uma casta</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*570.43px); transform: scaleX(1.00293);">religiosa que, em ordem à salvação, se apoiava no mérito, no cumprimento da “Lei” e no sacrifício,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*584.59px); transform: scaleX(1.0039);">desconhecendo a misericórdia e a graça, o levariam inevitavelmente à morte. A sua crucifixão teve,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*598.66px); transform: scaleX(1.00389);">assim, motivos religiosos e políticos: o seu Deus era não só perigoso e subversivo politicamente, mas</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*612.70px); transform: scaleX(1.00127);">também falso do ponto de vista religioso oficial. Jesus não foi vítima de um Deus sádico, mas de</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*626.74px); transform: scaleX(1.00104);">homens, que queriam perpetuar o mal e o sofrimento nos outros homens. A morte de Jesus é a</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*640.78px); transform: scaleX(1.0013);">expressão do seu amor incondicional, até ao fim, a Deus tal como o compreendia, isto é, como um</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*654.94px); transform: scaleX(1.00405);">“Deus dos homens”, portanto, a favor da dignidade e contra o mal e o sofrimento. Condenado como</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*668.98px); transform: scaleX(1.00325);">blasfemo e subversivo, a sua mensagem, do alto da cruz, continua a ser: sois livres para o amor sem</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*683.02px); transform: scaleX(1.0012);">condições.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc22"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc23"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc24"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc25"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*726.10px); transform: scaleX(1.00117);">Ressuscitando Jesus, Deus mesmo confirma que está do seu lado, comprometendo</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*454.66px); top: calc(var(--scale-factor)*726.10px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*458.62px); top: calc(var(--scale-factor)*726.10px); transform: scaleX(0.999346);">se com a libertação</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*740.26px); transform: scaleX(1.00238);">total do ser humano. Também para os cristãos, na História há acaso e necessidade, autonomia e</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*754.30px); transform: scaleX(1.00145);">liberdade. Não sendo um mero espectáculo de marionetas, a História pode falhar; porém, a fé no Deus</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*768.36px); transform: scaleX(1.00085);">de Jesus, desde a criação por liberdade doadora, funda a esperança de que nem o mal, nem a morte</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*782.40px); transform: scaleX(1.00647);">dão xeque</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*88.34px); top: calc(var(--scale-factor)*782.40px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*92.30px); top: calc(var(--scale-factor)*782.40px); transform: scaleX(1.0028);">mate definitivo a Deus. A fé na ressurreição estaria, no entanto, sempre ameaçada de</span></span></div><div aria-label="Página 1" class="page" data-loaded="true" data-page-number="1" role="region" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"></div><div aria-label="Página 2" class="page" data-loaded="true" data-page-number="2" role="region" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"><div class="canvasWrapper"></div></div><span class="markedContent" id="p20R_mc0"></span><span class="markedContent" id="p20R_mc1"><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*38.40px); transform: scaleX(1.00212);">projecção ilusória, se não tivesse tido realizações fragmentárias antecipadas de libertação e sentido:</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*52.44px); transform: scaleX(1.00222);">como a cruz é consequência da maneira de viver de Jesus, também a ressurreição não superaria a</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*66.48px); transform: scaleX(1.00243);">acusação de ideologia compensatória, se não tivesse havido a sua antecipação na práxis histórica de</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*80.66px); transform: scaleX(1.002);">libertação e salvação, apoiada na fé de que Deus mesmo, na sua liberdade soberana, decidiu ser um</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*94.70px); transform: scaleX(1.01265);">“Deus dos homens".</span></span><div><span class="markedContent"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*36.00px); top: calc(var(--scale-factor)*94.70px); transform: scaleX(1.01265);"><span style="font-family: serif;"><div>Por isso, como o ponto de partida da obra de Jesus foi o anúncio do Reino de Deus, isto é, “a sua</div><div>experiência do contraste que clama aos céus entre este mundo de injustiça e de sofrimento e a sua</div><div>vivência de Deus como Pai ou a sua experiência de Deus como princípio de vida simultaneamente</div><div>paterno e materno”, assim a evangelização por parte da Igreja não pode ser indoutrinação, mas tem,</div><div>em primeiro lugar, de consistir em “tornar os homens conscientes do intolerável da opressão em que</div><div>vivem”: este é “o verdadeiro ponto de partida para uma missionação autêntica” (E. Schillebeeckx).</div><div>Assim, a evangelização não consiste propriamente em conquistar adeptos para a Igreja, mas situa-se</div><div>na frente dos conflitos, quando a Igreja se coloca do lado dos oprimidos na sua luta por mais</div><div>humanidade e futuro. Precisamente a preferência pelos pobres e desprezados é a prova maior do</div><div>significado e relevância universais do Evangelho. Neste combate, está viva uma leitura da História no</div><div>seu reverso, que é a história dos oprimidos, e a denúncia dos males que os homens causam aos outros</div><div>homens. Sem este serviço profético-crítico e político, a fé não tem conteúdo real e continua sob a</div><div>ameaça de ilusão ideológica. Por outro lado, a política, sem a referência à reserva escatológica divina,</div><div>sem a relação festiva, contemplativa e doxológica com o mistério do Deus vivo, estará sempre</div><div>radicalmente ameaçada de totalitarismo, niilismo e barbárie. Sem realizações, embora fragmentárias,</div><div>de libertação intra-histórica, a salvação meta-histórica não seria crível. A salvação começa a operar-se</div><div>neste mundo, esperando a sua consumação para lá dele.</div><div>(Escreve de acordo com a antiga ortografia)</div></span></span></span></div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-76804827235405045022024-03-23T17:29:00.003+00:002024-03-23T17:29:33.861+00:00Entramos na Grande Semana! - Pe Manuel João, MC <p> <b style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; text-align: center;">Entramos na Grande Semana!</b></p><p align="center" class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: center;"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b> </b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Ano B - Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor: Marcos 11,1-10 (bênção dos ramos); Marcos 14,1-15,47 (paixão do Senhor)<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Com o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, <b>iniciamos a Semana Santa, também chamada a Grande Semana. </b>Após
os quarenta dias de preparação, estamos prestes a celebrar o mistério
da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus (Tríduo Pascal). Mistério
tremendo e inefável, obscuro e luminoso, diante do qual permanecemos
estupefactos e incrédulos: “Quem teria acreditado na nossa revelação?”
(Isaías 53,1). A Igreja e os seus filhos vivem esta semana como<b> um retiro espiritual</b>, em íntima comunhão com o seu Senhor. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Este domingo tem <b>dois rostos, duas partes distintas.</b> A
primeira: a bênção dos ramos, seguida da procissão, caracterizada pela
alegria e pelo entusiasmo. A segunda: a Eucaristia, com a proclamação da
paixão, marcada pela tristeza, pelo fracasso e pela morte.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>A) O Domingo de Ramos e a lei do jumentinho</b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">A partir do evangelho da bênção dos ramos (Marcos 11,1-10), gostaria de chamar a atenção para <b>dois protagonistas: a multidão e o jumento. </b>Em
primeiro lugar, a multidão que acompanha Jesus à entrada de Jerusalém,
aclamando-o como o Messias. Geralmente, identificamos esta multidão,
presumivelmente constituída sobretudo por galileus, com a multidão que,
dias mais tarde, exigirá a crucificação de Jesus. Esta identificação
parece-nos bastante improvável e um pouco injusta. Jerusalém era uma
cidade com várias dezenas de milhares de habitantes e, na Páscoa,
duplicava a sua população, com a chegada dos peregrinos. Esta multidão
de galileus, aliás considerados exaltados, acabaria por se dispersar,
talvez até desiludida nas suas expectativas messiânicas em relação a
Jesus. A multidão que pedirá a morte de Jesus, pelo contrário, era
agitada pelas autoridades religiosas da cidade e era certamente
constituída por cidadãos judeus. <b>O risco para o discípulo de Jesus não é ser um cata-vento ou um vira-casacas, mas deixar-se dominar pelas massas;</b> deixar-se
condicionar pelo “todos fazem assim” ou pelo “politicamente correto”;
ou pecar por cobardia ao declarar-se seguidor de Jesus! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>O carácter messiânico de Jesus exige uma profunda mudança de mentalidade. </b>É
por isso que Jesus recorre a uma profecia esquecida, que apresenta um
messias humilde e manso, que prefere o jumento, um animal de carga , ao
cavalo: “Eis que vem o vosso rei, manso, montado numa jumenta e num
jumentinho, filho de um animal de carga” (Zacarias 9,9). Jesus é o
Messias que carrega os nossos fardos na cruz: “Ele carregou os nossos
sofrimentos, tomou sobre si as nossas dores” (Isaías 53,4). Por
conseguinte, o cristão também deve fazer o mesmo: “Levai as cargas uns
dos outros: assim cumprireis a lei de Cristo” (Gálatas 6,2). “Porque <b>toda a lei de Cristo é a lei do jumento</b>” (Silvano Fausti).<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">“Quando
o cristianismo, a Igreja, cada um de nós, sabendo que o único modo de
existência é viver como o jumento, começa a piscar o olho ao "mundo",
aos reis e aos poderosos da terra, desejando viver e ser como eles
através do poder, da riqueza e do sucesso, então terá lugar uma espécie
de hibridação trágica. Nós, feitos para viver como jumentos,
juntar-nos-emos ao cavalo, símbolo do poder mundano, e o resultado será
encontrarmo-nos como mulos, animais estúpidos mas sobretudo estéreis.”
(Paolo Scquizzato).<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>B) O carácter sagrado da narrativa da paixão </b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">A narrativa da paixão é<b> a parte mais antiga, mais desenvolvida e mais sagrada</b>dos
evangelhos. Acredita-se que a redação essencial, retomada no evangelho
de Marcos, tenha ocorrido alguns anos após a morte de Jesus no ano 30,
possivelmente antes do ano 36, quando Caifás terminou o seu mandato de
sumo sacerdote, uma vez que o seu nome não é mencionado no relato de
Marcos, o que sugere que Caifás ainda estava no cargo. Este relato
circulava nas comunidades e, presumivelmente, era lido na celebração
eucarística.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Os apóstolos eram as “testemunhas da ressurreição”. Por que razão, então, os cristãos da primeira geração davam<b> tanta importância à memória da paixão</b>?
Porque viram que o perigo de ignorar a cruz de Cristo era muito grande e
que isso teria sido uma traição à mensagem cristã. Este perigo continua
a ser uma grande tentação para não poucos cristãos. <b>O querigma, ou seja, o anúncio, é um tríptico </b>que une indissoluvelmente a paixão, a morte e a ressurreição do Senhor!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>C) Propostas para interiorizar o relato da paixão</b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">- Uma forma de abordar a longa narrativa pode ser f<b>ixar a nossa atenção em cada personagem</b> que
intervém neste drama e perguntarmo-nos em quem nos vemos espelhados.
Cada um de nós tem o seu papel neste drama. Cada pessoa que intervém
desempenha um papel no qual se cumpre a Escritura. Que Palavra se cumpre
em mim?<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">- Uma segunda via poderia ser a de nos <b>determos nalguns elementos característicos do relato de Marcos.</b> Menciono cinco deles.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>1) A angústia de Jesus. </b>Uma
nota desconcertante do relato é o medo e a angústia de Jesus: “Começou a
sentir medo e angústia. Disse-lhes: A minha alma está triste até à
morte”. Jesus não é um super-herói, mas um de nós: ama a vida e teme a
morte!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>2) A solidão. </b>Jesus
aparece abandonado por todos, mesmo pelos seus amigos mais próximos e
até pelo seu Pai: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”. A
solidão faz parte da experiência do cristão. É o tempo da provação e da
purificação da fé!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>3) Abbá! </b>Nesta
hora de provação, Jesus reza com extrema confiança: “Abbá, Pai! Tudo te
é possível: afasta de mim este cálice! Mas não o que eu quero, mas o
que tu queres”. “Abba” é o nome carinhoso que a criança dá ao seu pai:
papá, paizinho. É a única vez em todos os evangelhos que encontramos
esta palavra e, por coincidência, no momento mais trágico da sua vida!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>4) O silêncio. </b>O
silêncio de Jesus, várias vezes sublinhado, surpreende-nos. Este
silêncio interpela-nos. Temos tendência para reagir a todo o custo,
incapazes de suportar a humilhação!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>5) A profissão de fé do centurião romano.</b> Que
estranho! Jesus não é reconhecido como Filho de Deus pela obra dos
milagres, mas pela forma como sofreu e morreu na cruz! É um pagão a
primeira pessoa no evangelho de Marcos que faz a profissão de fé em
Jesus como Filho de Deus, para a qual Marcos queria conduzir os seus
leitores!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Boa entrada na Semana Santa!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><i>P. Manuel João Pereira Correia mccj<br />Verona, 21 de março de 2024</i><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><i>Para a reflexão completa, ver: </i><a href="https://comboni2000.org/2024/03/21/la-mia-riflessione-domenicale-entriamo-nella-grande-settimana/" style="color: #96607d;"><i>https://comboni2000.org/2024/03/21/la-mia-riflessione-domenicale-entriamo-nella-grande-settimana/</i></a><i><br /><br /></i><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">P. Manuel João Pereira Correia mccj<br /><a href="mailto:p.mjoao@gmail.com" style="color: #96607d;" target="_blank">p.mjoao@gmail.com</a><br /><a href="https://comboni2000.org/" style="color: #96607d;" target="_blank">https://comboni2000.org</a></p>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-62024185752600784332024-03-21T16:45:00.003+00:002024-03-21T16:45:45.275+00:00A ética, as vítimas inocentes, Deus - Anselmo Borges Padre e professor de Filosofia<p> <span style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*24.00px);">A ética, as vítimas inocentes, Deus</span></p><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"><span class="markedContent" id="p3R_mc0"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc3"><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*18.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*104.48px); transform: scaleX(1.07361);">Anselmo Borges</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc4"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc5"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*123.75px); transform: scaleX(1.10835);">Padre e professor de Filosofia</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc6"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc7"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc8"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc9"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*158.79px); transform: scaleX(1.1001);">16 março 2024</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc10"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc11"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc12"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc13"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*202.46px); transform: scaleX(1.00223);">Pela tomada de consciência da finitude e da pergunta que constitutivamente lhe está</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*216.50px); transform: scaleX(1.00165);">associada</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*112.06px); top: calc(var(--scale-factor)*216.50px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*114.74px); top: calc(var(--scale-factor)*216.50px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*118.72px); top: calc(var(--scale-factor)*216.50px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*121.34px); top: calc(var(--scale-factor)*216.50px); transform: scaleX(1.00136);">de pergunta em pergunta, o ser humano deparar</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*369.31px); top: calc(var(--scale-factor)*216.50px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*373.27px); top: calc(var(--scale-factor)*216.50px); transform: scaleX(1.00054);">se</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*384.31px); top: calc(var(--scale-factor)*216.50px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*388.27px); top: calc(var(--scale-factor)*216.50px); transform: scaleX(1.00101);">á com a pergunta pelo</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*230.66px); transform: scaleX(1.0009);">Fundamento último de tudo e pelo Sentido último</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*316.51px); top: calc(var(--scale-factor)*230.66px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*319.27px); top: calc(var(--scale-factor)*230.66px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*323.23px); top: calc(var(--scale-factor)*230.66px); transform: scaleX(1.00324);">, Deus virá sempre à ideia.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc14"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc15"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*258.65px); transform: scaleX(1.00009);">A questão de Deus impõe</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*191.33px); top: calc(var(--scale-factor)*258.65px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*195.29px); top: calc(var(--scale-factor)*258.65px); transform: scaleX(1.00059);">se igualmente por causa da ética, das vítimas inocentes e da</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*272.81px); transform: scaleX(1.00161);">esperança. Lá está sempre Immanuel Kant</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*278.28px); top: calc(var(--scale-factor)*272.81px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*281.09px); top: calc(var(--scale-factor)*272.81px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*285.07px); top: calc(var(--scale-factor)*272.81px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*287.71px); top: calc(var(--scale-factor)*272.81px); transform: scaleX(1.00545);">celebra</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*325.39px); top: calc(var(--scale-factor)*272.81px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*329.35px); top: calc(var(--scale-factor)*272.81px); transform: scaleX(1.00413);">se este ano o terceiro centenário do</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*286.85px); transform: scaleX(1.00318);">nascimento</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*121.81px); top: calc(var(--scale-factor)*286.85px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*124.46px); top: calc(var(--scale-factor)*286.85px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*128.44px); top: calc(var(--scale-factor)*286.85px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*131.06px); top: calc(var(--scale-factor)*286.85px); transform: scaleX(1.00052);">com as suas perguntas, as de qualquer ser humano atento: “O que posso</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*300.89px); transform: scaleX(1.00159);">saber? O que devo fazer? O que é que me é permitido esperar?” A última está vinculada à</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*314.93px); transform: scaleX(1.00725);">religião: cumprindo o seu dever, o Homem torna</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*310.27px); top: calc(var(--scale-factor)*314.93px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*314.23px); top: calc(var(--scale-factor)*314.93px); transform: scaleX(1.00364);">se digno da salvação de Deus.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc16"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc17"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*343.01px); transform: scaleX(1.00311);">A autonomia da razão prática, que vincula universalmente todos os homens, e para a qual</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*357.17px); transform: scaleX(1.00257);">Kant deu um contributo decisivo, é uma conquista definitiva da Humanidade: a moral é uma</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*371.21px); transform: scaleX(1.00334);">forma de auto</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*133.94px); top: calc(var(--scale-factor)*371.21px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*137.90px); top: calc(var(--scale-factor)*371.21px); transform: scaleX(1.00088);">obrigação. Mas a questão ergue</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*297.91px); top: calc(var(--scale-factor)*371.21px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*301.87px); top: calc(var(--scale-factor)*371.21px); transform: scaleX(1.00088);">se em todo o seu abismo, quando somos</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*385.25px); transform: scaleX(1.0028);">confrontados com a questão ética no seu limite. Edward Schillebeeckx apresenta</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*399.29px); transform: scaleX(1.00239);">precisamente o exemplo dramático do soldado que, numa ditadura e sob pena de morte,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*413.33px); transform: scaleX(1.00187);">recebe a ordem de matar um inocente, só porque ele é judeu, comunista ou cristão. Por</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*427.51px); transform: scaleX(1.00266);">motivos de consciência, o soldado recusa executar a ordem, ficando assim numa situação</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*441.55px); transform: scaleX(1.00361);">que toca as raias do absurdo: de facto, ele próprio será morto e outro matará o inocente.</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*455.59px); transform: scaleX(1.0008);">Aparentemente, ninguém beneficiou desta acção ética absolutamente digna.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc18"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc19"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*483.67px); transform: scaleX(1.00243);">Como responder à pergunta formulada por Freud, ao confessar: “Quando eu me pergunto</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*497.71px); transform: scaleX(1.00258);">por que é que sempre procurei com seriedade ser solícito, e quanto é possível ser bondoso</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*511.87px); transform: scaleX(1.00207);">para com os outros e por que é que o não deixei de ser quando verifiquei que se é</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*525.91px); transform: scaleX(1.00137);">prejudicado por isso e massacrado, pois os outros são brutos e infiéis, não conheço</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*539.95px); transform: scaleX(1.0017);">qualquer resposta?”</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc20"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc21"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*568.03px); transform: scaleX(1.00323);">Voltando ao exemplo de Schillebeeckx, estamos perante uma aporia: por um lado, somos</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*582.07px); transform: scaleX(1.00191);">incondicionalmente apelados pelo respeito para com o outro; por outro, não há qualquer</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*596.14px); transform: scaleX(1.00346);">garantia de que o mal</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*172.64px); top: calc(var(--scale-factor)*596.14px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*175.37px); top: calc(var(--scale-factor)*596.14px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*179.35px); top: calc(var(--scale-factor)*596.14px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*181.85px); top: calc(var(--scale-factor)*596.14px); transform: scaleX(1.00145);">a violência e a injustiça, a tortura e a morte</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*400.84px); top: calc(var(--scale-factor)*596.14px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*403.66px); top: calc(var(--scale-factor)*596.14px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*407.64px); top: calc(var(--scale-factor)*596.14px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*410.26px); top: calc(var(--scale-factor)*596.14px); transform: scaleX(1.00119);">não seja a última</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*610.30px); transform: scaleX(1.00296);">palavra sobre as nossas existências finitas no mundo.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc22"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc23"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*638.38px); transform: scaleX(1.00112);">A pergunta torna</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*149.78px); top: calc(var(--scale-factor)*638.38px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*153.74px); top: calc(var(--scale-factor)*638.38px); transform: scaleX(1.00377);">se, pois, inevitável: por que é que devo continuar a respeitar</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*652.42px); transform: scaleX(1.0015);">incondicionalmente o outro, embora ele seja também fonte de injustiça e violência? Há</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*666.46px); transform: scaleX(1.00296);">apenas dois caminhos de resposta eticamente responsável: a resposta religiosa e a resposta</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*680.50px); transform: scaleX(1.00362);">que se reclama de uma acção heróica a favor do</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*304.91px); top: calc(var(--scale-factor)*680.50px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*307.63px); top: calc(var(--scale-factor)*680.50px); transform: scaleX(0.978749);">Humanum</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*360.43px); top: calc(var(--scale-factor)*680.50px); transform: scaleX(1.00118);">. Ambas se apoiam na esperança</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*694.66px); transform: scaleX(1.00308);">de que, contra todas as aparências fácticas, a justiça triunfará sobre a injustiça,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*708.70px);">o</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*68.80px); top: calc(var(--scale-factor)*708.70px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*71.42px); top: calc(var(--scale-factor)*708.70px); transform: scaleX(0.978749);">Humanum</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*124.30px); top: calc(var(--scale-factor)*708.70px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*126.98px); top: calc(var(--scale-factor)*708.70px); transform: scaleX(1.00051);">sobre a desumanidade.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc24"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc25"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*736.78px); transform: scaleX(1.00226);">Jean</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*84.62px); top: calc(var(--scale-factor)*736.78px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*88.58px); top: calc(var(--scale-factor)*736.78px); transform: scaleX(1.00154);">Paul Sartre, no seu leito de morte, dizia “Eu ainda continuo a confiar na humanidade do</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*750.82px); transform: scaleX(1.00294);">Homem.” No entanto, o humanista ateu/agnóstico não pode dar nenhum tipo de garantia de</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*764.88px); transform: scaleX(1.0046);">que a sua esperança, exclusivamente fundada ético</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*322.15px); top: calc(var(--scale-factor)*764.88px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*326.11px); top: calc(var(--scale-factor)*764.88px); transform: scaleX(1.00245);">autonomamente, se concretize. De</span></span></div><div aria-label="Página 1" class="page" data-loaded="true" data-page-number="1" role="region" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"></div><div aria-label="Página 2" class="page" data-loaded="true" data-page-number="2" role="region" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"><div class="canvasWrapper"></div></div><span class="markedContent" id="p22R_mc0"></span><span class="markedContent" id="p22R_mc1"><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*59.04px); transform: scaleX(1.00222);">qualquer forma, para as vítimas que já caíram e para aquelas que no futuro continuarão a</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*73.22px); transform: scaleX(1.00524);">tombar, não há salvação. O Homem não pode, por si mesmo, operar a sua plena salvação: a</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*87.26px); transform: scaleX(1.00238);">uma total auto</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*136.70px); top: calc(var(--scale-factor)*87.26px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*140.66px); top: calc(var(--scale-factor)*87.26px); transform: scaleX(1.00228);">libertação emancipatória, à maneira, por exemplo, da situação ideal de fala</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*101.30px); transform: scaleX(1.00257);">contrafáctica, de Jürgen Habermas, opõe</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*268.73px); top: calc(var(--scale-factor)*101.30px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*272.69px); top: calc(var(--scale-factor)*101.30px); transform: scaleX(1.00178);">se o facto de o Homem ser para os outros não só</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*115.34px); transform: scaleX(1.00142);">graça, mas também violência e aniquilação, numa história de maldade que parece não ter</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*129.50px); transform: scaleX(1.00704);">fim: “mistério da iniquidade”, dizia S. Paulo..</span></span><div><span class="markedContent"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*129.50px); transform: scaleX(1.00704);"><span style="font-family: serif;"><div>Por isso, Theodor Adorno, da Escola Crítica de Frankfurt, escreveu que a esperança tem de</div><div>incluir a todos e que, a haver justiça, ela teria de ser justiça também para os mortos . Neste</div><div>sentido, o seu amigo Max Horkheimer, outro fundador da Escola Crítica, escreveu: “Toda a</div><div>pretensão de fundamentar a moral na inteligência terrena e não num Além (...) constrói</div><div>sobre ilusões harmonizadoras. Em última análise, tudo o que se relaciona com a moral tem</div><div>a ver com a teologia”, sendo a teologia - “exprimo-me com toda a precaução - a esperança de</div><div>que, não obstante a injustiça que caracteriza o mundo, não acontecerá que ela, a injustiça,</div><div>seja a última palavra.” Neste sentido, também Walter Benjamin insistiu que a solidariedade</div><div>com os mortos, concretamente com as vítimas inocentes, não permitia conceber a história</div><div>“a-teologicamente”.</div><div>Também o crente é obrigado a empenhar-se incondicionalmente pelos outros, em caso-</div><div>limite até ao martírio, e não precisa de Deus como fundamento imediato do seu agir ético. A</div><div>entrega incondicionada do mártir não tem como motivo a conquista da recompensa eterna:</div><div>na fundamentação autónoma da ética, trata-se do Humanum absolutamente digno e da</div><div>esperança da justiça sobre a injustiça - et si Deus non daretur (como se Deus não existisse).</div><div>No entanto, o crente sabe que a sua acção é mais forte do que a morte, e, acreditando em</div><div>Deus, considera a fé no triunfo do bem sobre o mal, da justiça sobre a injustiça, como</div><div>experiência do meta-humano e meta-ético, que os homens na sua história intramundana</div><div>não podem realizar. Desta forma, o mal e o absurdo não são anulados, nem sequer</div><div>racionalmente compreendidos (neste sentido, Hans Albert tinha razão quando falava do</div><div>“mito da razão total”), mas, para o crente, não têm a última palavra: sendo Deus a fonte e o</div><div>fundamento transcendente da ética, há esperança para as vítimas e para os mortos, que,</div><div>fora desta perspectiva, ficam definitivamente anulados na História. O apelo a Deus é vivido</div><div>no empenho ético e na fé de que a justiça é mais forte do que a injustiça, na plenitude da</div><div>vida.</div></span></span></span></div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-22999867312175747422024-03-21T16:35:00.001+00:002024-03-21T16:35:29.602+00:00A PÁSCOA, O GRANDE DESEJO Frei Bento Domingues, O.P. 17 Março 2024<p> </p><p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">1.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> Na celebração cristã deste
Domingo, é proposto um enigmático texto do Evangelho, com muitos paralelos no
Novo Testamento (NT)<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>:
«<span class="t10"><span style="background: white; color: black;">Entre os que tinham
subido a Jerusalém à Festa para a adoração, havia alguns gregos. <a name="21"></a>Estes foram ter com Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e
pediam-lhe: <i>Senhor, nós queremos ver Jesus!</i> <a name="22"></a>Filipe
foi dizer isto a André; André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. <a name="23"></a>Jesus
respondeu-lhes: Chegou a hora de se revelar a glória do Filho do Homem. <a name="24"></a>Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo, lançado à
terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. <a name="25"></a>Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo,
neste mundo, assegura para si a vida em abundância.<a name="26"></a><o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Se alguém
me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se
alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo. <a name="27"></a>Agora a minha alma está
perturbada. E que hei-de Eu dizer? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente
para esta hora é que Eu vim! <a name="28"></a>Pai, manifesta a tua glória!
Veio, então, uma voz do Céu: <i>Já a manifestei e voltarei a manifestá-la!</i><a name="29"></a><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Entre as
pessoas presentes, que escutaram, uns diziam que tinha sido um trovão; outros
diziam: Foi um Anjo que lhe falou! <a name="30"></a>Jesus respondeu: Esta voz não
veio por causa de mim, mas por amor de vós. <a name="31"></a>Agora é o
julgamento deste mundo; agora é que o dominador deste mundo vai ser lançado
fora. <a name="32"></a>E Eu, quando for erguido da terra, atrairei todos a
mim. <a name="33"></a>Dizia isto dando a entender de que espécie de morte havia
de morrer»</span></span><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_edn2" name="_ednref2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Como é normal para os cristãos, nesta quadra do ano, tudo
se passa entre o sentido da vida e o sentido da morte, assumindo a vida e a
morte, a dor e a alegria que tecem os nossos dias. Não é para morrer nem para
sofrer que viemos ao mundo. O sentido do cristianismo não é a cruz, mas a Ressurreição,
a plenitude da vida.<span class="t10"><span style="background: white; color: black;"><o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Uma celebração cristã da Eucaristia parece uma montagem
de textos. Não nos enganemos. Não são eles que nos salvam. O que nos salva é o
acolhimento da graça da nossa transformação e das nossas relações humanas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">São, no entanto, os textos que nos acordam, nos dizem,
nos provocam, para o que é preciso fazer neste mundo. Revestem, por isso, um
carácter comunitário. Não são apenas para nosso proveito, mas para colocar a nossa
vida ao serviço dos outros. Uma celebração eucarística situa-nos na vida de
todos e para proveito de todos, o que exige a morte do nosso egoísmo. É na
medida em que enterrarmos esse egoísmo que floresce a vida para todos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">2.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> Não podemos identificar uma
celebração da fé cristã com uma exaltação do sofrimento, da dor e da morte. Não
é o que faz sofrer que nos salva. O elogio do sofrimento não é necessariamente
cristão. Supor que Deus gosta do sofrimento é um insulto ao Deus da vida. O
cristianismo, neste mundo – ao contrário das aparências –, é para descrucificar
as pessoas, não para as torturar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">É impressionante o número de textos do NT, de estilos
muito diferentes, para dizer que a nossa vida só tem sentido como dom, como partilha,
tornando-nos cada vez mais competentes para aliviar o sofrimento que atormenta pessoas
e multidões.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Passamos pela vida a correr para não nos confrontarmos
com as suas interrogações. A função do Domingo é a de nos fazer parar: que ando
eu a fazer da minha vida? É bom saber o que nos salva e o que nos perde: gastar
a vida de forma que dê mais vida ou gastar a vida para dar cabo da vida dos
outros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">O filósofo checo, Tomáš Halík,
ordenado sacerdote na clandestinidade, em 1979, tornou-se conhecido pelo seu
empenho num diálogo construtivo com não-crentes e crentes de outras tradições
religiosas e por uma vasta bibliografia<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_edn3" name="_ednref3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Chamou a atenção que, na fé cristã,
é impossível desligar a realidade de Deus da realidade humana e a realidade
humana da realidade de Deus. «A fé cristã consiste em estabelecer uma relação
constante entre o Evangelho e a nossa vida; consiste na coragem<b> </b>de <i>entrar
nesta história</i>. Trata-se de tentar redescobrir, de forma sempre nova e mais
profunda, o sentido das narrativas bíblicas, com base nas próprias experiências
pessoais e comunitárias, deixar actuar as possantes e fortes imagens do
Evangelho para que elas, gradualmente, iluminem, interpretem e transformem o
fluxo da nossa vida»<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_edn4" name="_ednref4" style="mso-endnote-id: edn4;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">3.</span></b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"> O
texto-acontecimento escolhido para este Domingo é uma interrogação radical que a
prática cristã não pode nem quer evitar, hoje. A alma de todas as expressões desta
vida religiosa está no desejo de querer <i>ver Jesus</i>. Isto significa que o
conhecimento de Jesus tem de ser um conhecimento de experiência feito, o
conhecimento do amor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">O cristianismo transformar-se-ia em
algo abstracto – num estudo, por exemplo – sem o desejo, a vontade, o esforço de
um encontro pessoal e comunitário com Jesus. O desejo vai além da realidade
aparente:</span><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> «Tendo entrado
em Jericó, Jesus atravessava a cidade. Vivia ali um homem rico, chamado Zaqueu,
que era chefe de cobradores de impostos. Procurava <i>ver</i> Jesus e não
podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura. Correndo à
frente, subiu a um sicómoro para o <i>ver</i>, porque Ele devia passar por
ali. Quando chegou àquele local, Jesus levantou os olhos e disse-lhe:
Zaqueu, desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa. Ele desceu
imediatamente e acolheu Jesus, cheio de alegria</span></span><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_edn5" name="_ednref5" style="mso-endnote-id: edn5;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">.</span></span><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Todo o NT está dependente da visão
do Ressuscitado e são bem-aventurados os que acreditam sem ver porque a fé é a
mais profunda das visões<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_edn6" name="_ednref6" style="mso-endnote-id: edn6;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Quem, em termos de desejo, escreveu
os poemas cristãos mais sugestivos foi José Augusto Mourão, O.P. (1947-2011): </span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">não
se extinga o desejo que nos faz viver, / Deus do nosso desejo;// alimenta em
nós o fogo das paixões / que nos leva a agir / e o fogo da palavra que por
dentro queime / e faça escuta;// tu que és o guardião do nosso desejo, / aviva
a chaga que o nosso imaginário / constantemente quer sem falha; / que vivamos o
nosso desejo sem culpabilidade;// circuncize-nos o coração a espada do amor, / pregão
antigo e novo / em nosso corpo adormecido e acordado<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_edn7" name="_ednref7" style="mso-endnote-id: edn7;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Sem o desejo, a alma morre,
ficamos sem a linguagem da esperança, sem a linguagem da Páscoa.</span><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<div style="mso-element: endnote-list;"><!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Mt 16,
24-26; Mc 8, 14-37; Lc 9, 23-25<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn2" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_ednref2" name="_edn2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Jo 12,
20-33<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn3" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_ednref3" name="_edn3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> A <span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Paulinas Editora publicou vários dos seus livros,
entre eles, <i><span style="color: black;">Paciência com Deus</span></i><span style="color: black;"> e <i>A noite do confessor.</i></span></span><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn4" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_ednref4" name="_edn4" style="mso-endnote-id: edn4;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Cf. <span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Tomáš Halík,<i> O meu Deus é um Deus ferido</i>,
Paulinas Editora</span><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn5" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_ednref5" name="_edn5" style="mso-endnote-id: edn5;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> O caso
de Zaqueu: Lc 19, 1-10<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn6" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_ednref6" name="_edn6" style="mso-endnote-id: edn6;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Madalena
diz: <i>Vi o Senhor</i>, Jo 20,18; os discípulos <i>exultaram por verem o
Senhor, </i>Jo 20, 20.25. 29<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn7" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/A%20P%C3%81SCOA%20O%20GRANDE%20DESEJO.docx#_ednref7" name="_edn7" style="mso-endnote-id: edn7;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <i><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">do desejo, </span></i><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">in </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">dizer Deus ao (des)abrigo
do Nome</i>, Difusora Bíblica, 1991, p. 35<o:p></o:p></p>
</div>
</div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-47964500246940014962024-03-14T23:12:00.000+00:002024-03-14T23:12:17.430+00:00Senhor, nós queríamos ver Jesus! - Pe. Manuel João, MC<p> <b style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif;">Senhor, nós queríamos ver Jesus!</b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Ano B - Quaresma - 5º Domingo<br />Leituras: Jeremias 31,31-34; Salmo 50; Hebreus 5,7-9<br />João 12,20-33: “Chegou a hora!... Chegou a hora!”</b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>O quinto domingo da Quaresma é uma preparação imediata para a Páscoa. </b>No
próximo domingo, celebraremos o Domingo de Ramos e será proclamado o
relato da paixão e morte de Jesus. O evangelho de hoje, tirado de São
João, pretende introduzir-nos no mistério que se aproxima, para que
possamos vivê-lo, não como espectadores, mas como discípulos. É o
próprio Jesus que nos revela <b>o sentido do que está para acontecer.</b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Nós queríamos ver Jesus!</b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Estamos
na última Páscoa do Senhor e imediatamente após a sua entrada
“triunfal” em Jerusalém. A cidade estava cheia de peregrinos, vindos de
todo o lado. A passagem do Evangelho fala de <b>um grupo de prosélitos de língua grega </b>que,
ao ouvir falar de Jesus, desejavam vê-lo, ou melhor, conhecê-lo. Não
sabendo o aramaico, falam com Filipe, que, por sua vez, fala com André.
Os dois são os únicos do grupo dos Doze que têm um nome grego e que
certamente sabem um pouco de grego. “Queríamos ver Jesus” é o seu pedido
e a sua e nossa oração! Cada homem e mulher traz esta oração no mais
íntimo do seu coração: “Procuro a tua face, Senhor” (Salmo 27,8). <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>A salvação passa pelo olhar!</b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Todo
o evangelho de João se desenrola entre o convite a ir ter com Jesus
para ver: “Vinde e vede!” (1,39) e a experiência jubilosa dos
discípulos: “Vimos o Senhor!” (20,25), concluindo com a bem-aventurança
final: “Bem-aventurados os que não viram e acreditaram!” (20,29). Se na
primeira Aliança o sentido da audição era o privilegiado na relação com
Deus, na segunda Aliança é o da visão.<b>Todo o evangelho de João é permeado pelo sentido da visão.</b> Encontramos
cerca de 150 palavras relacionadas com este sentido. Impressionante! Do
“ver” e do “não ver” passa tanto o drama trágico e sombrio da história
humana, como o rasto de luz, de alegria e de vida que a atravessa! <b>A salvação passa através do olhar! </b>A
história começa com o olhar complacente de Deus sobre a sua criação,
repetido sete vezes: “E Deus viu que era bom” (Génesis 1), e termina com
o olhar contemplativo e extasiado do homem diante da nova criação: “E
vi um novo céu e uma nova terra... E vi também a cidade santa, a nova
Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva
adornada para o seu esposo” (Apocalipse 21,1-2). Então, sim, acontecerá
o que diz o <b>Qohélet</b>: “Os olhos não se fartarão de olhar, nem os ouvidos de ouvir” (1,8).<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Filipe e André somos tu e eu!</b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Os homens e as mulheres de hoje procuram Jesus, de várias maneiras,</b> até
mesmo nos extravios nos caminhos dos sentidos. E dirigem-se a nós para o
ver e conhecer. Mas nós temos dificuldade em compreender as suas
perguntas porque <b>não falamos a sua “linguagem”</b>. Só vivendo
imersos nesta humanidade, na sua cultura e história, nas suas esperanças
e medos, poderemos interpretar a sua procura. A linguagem que eles
entendem não é a dos sermões, nem a do catecismo, mas a dos sentidos e
do testemunho. Só se nós próprios tivermos <b>ouvido, tocado e visto o Senhor</b> é que poderemos dizer-lhes: <br />“O que era desde o princípio, o que <b>ouvimos</b>, o que <b>vimos com os nossos olhos</b>, o que <b>contemplámos</b> e <b>as nossas mãos tocaram </b>do Verbo da vida - porque a vida se manifestou, <b>nós vimo-la, </b>e disso vos <b>damos testemunho e vos anunciamos </b>a vida eterna, que estava junto do Pai e nos foi manifestada -, <b>o que vimos e ouvimos,</b> <b>anunciamo-lo</b> também a vós, para que também tenhais comunhão connosco” (1Jo 1,1-3). <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Chegou a hora!... Chegou a hora!</b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>A resposta de Jesus ao pedido dos gregos é bastante desconcertante</b>:
“Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade,
em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer,
fica só; mas se morrer, dará muito fruto... E quando eu for elevado da
terra [na cruz], atrairei todos a mim”. Jesus já vê no pedido dos
gregos <b>os primeiros frutos da extraordinária fecundidade do “Grão de trigo”.</b> Jesus viveu em vista desta “hora”, mas experimenta, também ele como nós, <b>a perturbação e a angústia </b>perante
a perspetiva da sua morte iminente: “Agora a minha alma está
perturbada. E que hei de dizer? Pai, salva-me desta hora? Mas por causa
disto é que eu cheguei a esta hora!”. Os sinópticos narram <b>esta hora do Getsémani </b>em tons muito mais dramáticos!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>A lei do “grão de trigo” </b>diz
respeito à vida de todos os seres vivos, no entanto temos dificuldade
em aceitá-la. Gostaríamos de continuar a ser uma flor desabrochada na
plenitude da sua beleza, numa eterna primavera. Tendo alcançado o fruto
maduro do verão, agarramo-nos à árvore da vida, num esforço desesperado
para resistir ao outono e não cair no chão... Mas <b>o objetivo da vida é tornar-se um fruto de outono! </b><i>“Sentir
dentro de si a alma sumarenta do fruto: a mesma doçura, a mesma
transparência dourada, a mesma sede de cair. Desprender-se, não por
orgulho ou cansaço, mas por excesso de peso e de seiva. Desprender-se
como um fruto de outono.... Aprender o “desinteresse” do fruto maduro, a
fragilidade da plenitude. Uma gota de piedade, uma emoção de amor fazem
transbordar a taça embriagada do outono; o mais pequeno solavanco atira
ao chão o fruto inchado de aromas e de sol”</i> (Gustave Thibon, filósofo francês). <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Para a reflexão semanal:</b><br />Nesta última semana da Quaresma, <b>peçamos a graça da purificação dos sentidos, especialmente o da visão,</b>talvez repetindo, na oração, o grito de Bartimeu, o cego de Jericó, com a mesma confiança e determinação: <b>“Rabi, faz-me ver de novo!”</b> (Marcos 10,46-52). Só assim poderemos seguir Jesus também nós no caminho para Jerusalém!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><i>P. Manuel João Pereira Correia mccj<br />Verona, 13 de março de 2024</i><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Para a reflexão completa, ver:<a href="https://comboni2000.org/2024/03/14/la-mia-riflessione-domenicale-vogliamo-vedere-gesu/" style="color: #96607d;">https://comboni2000.org/2024/03/14/la-mia-riflessione-domenicale-vogliamo-vedere-gesu/</a></p>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-35744864269734908782024-03-11T14:30:00.001+00:002024-03-11T14:30:51.610+00:00MISTÉRIOS DA PÁSCOA, MISTÉRIOS DO MUNDO Frei Bento Domingues, O.P.<p> </p><p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">1.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> A Igreja Católica tem de se
manifestar como proposta e propostas da arte de viver e de ajudar a viver em
alegria. Precisamos, por isso, de descobrir e criar zonas libertadas ao serviço
das várias dimensões da libertação. Daí, a importância da Páscoa. A morte não
pode ser nem o nosso horizonte nem o nosso tempo de vida. <i>Não há alternativa
à Ressurreição</i>. Sem essa convicção e sem a divulgar, andaremos sempre às escuras.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O cristianismo, em todas as suas manifestações, é o fruto
das transformações da existência humana, como processo nunca acabado. Como interrogava
Hans Küng<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/MIST%C3%89RIOS%20DA%20P%C3%81SCOA%20MIST%C3%89RIOS%20DO%20MUNDO.docx#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
– Por que motivo o cristianismo sobreviveu sempre a todos os desenvolvimentos
não cristãos que a sua história conheceu? Semelhante a um grande rio, cuja
nascente é das mais modestas e que abriu caminho por entre paisagens mudáveis,
esta religião soube sempre fecundar novas paisagens culturais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O que é extraordinário é que <i>o espírito do Nazareno</i>
conseguiu sempre romper, apesar das falhas das pessoas, das instituições e das
constituições, desde que os fiéis já não se contentavam com palavras e se
punham a segui-lo de uma maneira muito prática. A verdade do cristianismo não é
apenas verdade para conhecer, mas verdade que faz viver.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Essas pessoas fiéis são os inumeráveis desconhecidos
cujos nomes não figuram em nenhuma história da Igreja e que mesmo assim dão
testemunho da força escondida do cristianismo, ou seja, aquilo que constitui a
sua verdadeira história espiritual! Esse movimento da fé de incontáveis
desconhecidos através dos séculos, que nortearam as suas vidas à luz dos
valores, dos critérios e das atitudes do homem de Nazaré, que aprenderam com
ele que eram bem-aventurados os pobres à face de Deus, os que não recorrem a
nenhuma violência, os que têm fome e sede de justiça, que são misericordiosos,
fazedores de paz e perseguidos pela justiça; os que aprenderam com ele o
respeito e a partilha, o perdão e o arrependimento, a indulgência e a
benevolência. Ainda hoje mostram que, a partir do momento em que o cristianismo
se inspira realmente no seu Cristo e bebe nele a sua força, pode oferecer uma
pátria espiritual onde os crentes se sentem em casa, uma morada da esperança e
do amor. Não cessam de mostrar, no quotidiano das suas vidas no mundo, que é
possível viver valores superiores, normas incondicionais, motivações profundas
e ideais preeminentes. Mostram que a profundidade da sua fé em Cristo lhes permite
igualmente superar o sofrimento e a culpabilidade, o desespero e a angústia.
Não, a fé em Cristo não se reduz à promessa consoladora de um além; ela conduz
também a protestar e a opor-se às condições injustas aqui e agora, nutrida e
encorajada como é por uma nostalgia indissipável do «absolutamente outro».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">2.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> Qual é então este espírito,
qual é então esta força que está assim em acção por toda a parte? Depende tudo
do puro acaso, da pura sorte? Tratar-se-á apenas de uma constelação estrutural?
Não, para o cristão crente há indubitavelmente mais. Para ele, é claro que o
poderoso espírito de Jesus Cristo não é o simples espírito humano, tratando-se
antes do Espírito Santo, do Espírito, da Força e do Poder de Deus: presença do Espírito
de Deus no coração dos crentes e, logo também, na comunidade dos crentes. Este
Espírito vela por que não nos limitemos a falar do cristianismo, a fazer
pesquisas, a informar e a ensinar, mas efectuemos a experiência dele com o
coração, o vivamos e o realizemos na vida quotidiana – no bem e no mal, como
sucede em todas as coisas humanas, e cheios de confiança neste Espírito de
Deus. Eis porque os cristãos podem contar muito confiadamente com um futuro do
cristianismo no terceiro milénio; eles podem contar com uma espécie de
«infabilidade» dessa comunidade de fé no Espírito; o que não implica que uma
determinada autoridade não possa perpetrar faltas ou erros numa certa situação,
mas significa que, apesar de todas as faltas e erros, de todos os pecados e de
todos os vícios, o Espírito mantém a comunidade dos crentes na verdade de Jesus
Cristo<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/MIST%C3%89RIOS%20DA%20P%C3%81SCOA%20MIST%C3%89RIOS%20DO%20MUNDO.docx#_edn2" name="_ednref2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">3.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> Segundo
S. Tomás de Aquino, a <i>Lei Nova </i>é a lei do amor e da liberdade. A Lei
Antiga foi dada por meio de Moisés; a graça, a verdade e a liberdade vieram por
Jesus Cristo, é a graça do Espírito Santo. Foi para a liberdade que Cristo nos
libertou<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/MIST%C3%89RIOS%20DA%20P%C3%81SCOA%20MIST%C3%89RIOS%20DO%20MUNDO.docx#_edn3" name="_ednref3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O </span><span style="color: #0f1111; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Padre Chenu, que nos deixou a 11 de Fevereiro de 1990 com 95 anos, viveu
segundo esta <i>Lei Nova</i>. Foi um grande dominicano que fecundou a cena
católica francesa durante quase 70 anos. Na sua morte, foram muitos os </span><span style="color: #0f1111; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">testemunhos de afectuosa gratidão pela sua surpreendente presença na
Igreja, na sua ordem e no seu século.</span><span style="color: #0f1111; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"> Marie-Dominique Chenu participou nos trabalhos
do Vaticano II, mas entrou pela porta dos fundos como teólogo de um bispo de
Madagáscar. Ele não foi totalmente reabilitado como os que se tornaram
especialistas oficiais do Concílio, Yves Congar e Karl Rahner. Embora
fosse muito activo em numerosos grupos, embora tivesse sido o iniciador e o
primeiro redactor da Mensagem do Concílio ao Mundo em 1962, ele ainda
permanecia suspeito aos olhos de muitos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: #0f1111; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">No entanto, essa colecção de homenagens permanece
hoje em dia extremamente actual e, ao mesmo tempo que testemunha as múltiplas
facetas do Padre Chenu, reflete a infinita diversidade do povo cristão que são
os frades dominicanos, os sindicalistas cristãos, os líderes empresariais, académicos,
as grandes inspirações dos movimentos missionários do século XX, os Padres do
Concílio. Com base em testemunhos muito concretos, ajuda-nos a compreender
melhor como o “mito Chenu” nasceu pouco a pouco ao longo dos anos, tanto no
seio da sua família religiosa como na Igreja universal, segundo Claude Geffré<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/MIST%C3%89RIOS%20DA%20P%C3%81SCOA%20MIST%C3%89RIOS%20DO%20MUNDO.docx#_edn4" name="_ednref4" style="mso-endnote-id: edn4;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: #0f1111; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: #0f1111; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Invoquei esta presença porque ela realizou a
novidade contínua do Espírito, no tecido humano, ligando diferentes épocas e
respirando um espírito de incansável criatividade. Quando parecia que todos os
caminhos de inovação estavam definitivamente bloqueados, ele nunca se rendeu
aos movimentos integristas que desejavam um cristianismo só voltado para o
passado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: #0f1111; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Como nos revelou, emocionado, o grande
medievalista, </span><strong><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi;">Jacques Le Goff, no funeral deste grande
dominicano, o</span></strong><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> Padre Chenu ensinou-me, como talvez muitos
historiadores quiseram fazer sem serem capazes, a esclarecer o desenvolvimento
e a actividade da teologia e do pensamento religioso na história, situando-os
no centro da história universal, onde, sem depender dele, podem colocar-se
entre a história económica e a história social, a história das ideias e a
história eclesiástica em todas as suas dimensões materiais e espirituais, como
já tinha referido.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">S. Paulo descobriu, na morte
de Cristo, a vitória da esperança universal<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/MIST%C3%89RIOS%20DA%20P%C3%81SCOA%20MIST%C3%89RIOS%20DO%20MUNDO.docx#_edn5" name="_ednref5" style="mso-endnote-id: edn5;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
Cristo não é um derrotado, é um filho da Páscoa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><o:p> </o:p></span></p>
<div style="mso-element: endnote-list;"><!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/MIST%C3%89RIOS%20DA%20P%C3%81SCOA%20MIST%C3%89RIOS%20DO%20MUNDO.docx#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Hans Küng,
<i>O Cristianismo. Essência e História</i>, Temas e Debates – Círculo de
Leitores, 2012</span><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn2" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/MIST%C3%89RIOS%20DA%20P%C3%81SCOA%20MIST%C3%89RIOS%20DO%20MUNDO.docx#_ednref2" name="_edn2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="mso-ansi-language: EN-US;"> <span lang="EN-US"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Cf. pp. 731-734<o:p></o:p></span></span></p>
</div>
<div id="edn3" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/MIST%C3%89RIOS%20DA%20P%C3%81SCOA%20MIST%C3%89RIOS%20DO%20MUNDO.docx#_ednref3" name="_edn3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"> Cf. Jo 1, 1-17; Gal 5, 1<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn4" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/MIST%C3%89RIOS%20DA%20P%C3%81SCOA%20MIST%C3%89RIOS%20DO%20MUNDO.docx#_ednref4" name="_edn4" style="mso-endnote-id: edn4;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"> Cf. <i>L’hommage différé au Père Chenu,</i>
Cerf 1990<i><o:p></o:p></i></span></p>
</div>
<div id="edn5" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/MIST%C3%89RIOS%20DA%20P%C3%81SCOA%20MIST%C3%89RIOS%20DO%20MUNDO.docx#_ednref5" name="_edn5" style="mso-endnote-id: edn5;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> 1 Cor 15,
54-58<o:p></o:p></p>
</div>
</div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-63952689380761617062024-03-09T17:50:00.000+00:002024-03-09T17:50:11.522+00:00Experiências negativas de contraste, ética e religião - Pe. Anselmo Borges, PHD<p> Experiências negativas de contraste, ética e religião</p><p>Anselmo Borges</p><p>Padre e professor de Filosofia</p><p>09 março 2024</p><p>Numa história de mistura enigmática de bem e de mal, de alegria e de desgraça, de beleza e</p><p>de terror, de sentido e de absurdo, o ser humano é convocado para o espanto, positivo e</p><p>negativo. O ponto de arranque para a reflexão será sempre o assombro, positivo e negativo,</p><p>sendo este provocado concretamente pela massa incrível do sofrimento humano, e, mais</p><p>imediatamente, pela memória irrecusável da dor infinda das vítimas inocentes. O Homem</p><p>quer ser feliz e é infeliz. No meio do horror, habita-o a esperança, que não morre, de uma</p><p>Humanidade boa, solidária e verdadeira. Toda a filosofia e teologia que recusem reduzir-se</p><p>a um mero exercício académico, repetitivo e inútil, hão-de referir-se sempre à reflexão</p><p>crítica sobre as condições de possibilidade, objectivas e subjectivas, dessa esperança do</p><p>advento de uma Humanidade finalmente reconciliada e livre.</p><p>Perante um mundo onde 1200 milhões de pessoas sobrevivem com 1 dólar por dia, outras</p><p>925 milhões passam fome, 114 milhões de crianças em idade escolar não têm escola (63</p><p>milhões são meninas), onde anualmente perdem a vida 11 milhões de menores de 5 anos</p><p>com doenças tratáveis, onde milhões de pessoas têm de deixar a sua terra e deslocar-se por</p><p>causa das alterações climáticas (secas e inundações catastróficas) e os horrores de guerras</p><p>em curso, onde o fosso entre os escandalosamente ricos e os pobres é cavado cada vez mais</p><p>fundo, onde o aquecimento global e o armamento nuclear põem em perigo a própria</p><p>sobrevivência da Humanidade, onde a cultura tecnocrática reduz o Homem à</p><p>unidimensionalidade, onde continua a discriminação da mulher e das minorias, onde cresce</p><p>a experiência do niilismo, a consciência ergue-se indignada: o mundo não está em ordem e</p><p>não pode continuar tal como está! </p><p>É concretamente nas experiências negativas de contraste que se aprende a distinção entre</p><p>bem e mal e o que significa dignidade humana. Como escreveu o célebre teólogo Edward</p><p>Schillebeeckx, “o que experienciamos como realidade, o que diariamente, através da</p><p>televisão e outros meios de comunicação social, vemos e ouvimos acerca desta realidade</p><p>não está de modo nenhum ‘em ordem’; há algo que está radicalmente mal. Por isso, a</p><p>experiência humana de sofrimento, maldade e infelicidade é fundamento e fonte de um</p><p>‘Não’ fundamental, que as pessoas pronunciam sobre a facticidade do seu ser-no-mundo.”</p><p>Nesta experiência radical, acessível a todos os homens e mulheres, encontra-se um duplo</p><p>elemento: por um lado, a indignação e revolta inamovíveis; por outro, “uma abertura para</p><p>uma outra situação, que constitui apelo radical ao nosso ‘Sim’. Podemos designá-lo como</p><p>um consentimento ‘no desconhecido’, no que nem sequer é determinável com conteúdo</p><p>positivo: um outro mundo melhor, que ainda não existe em parte alguma. Por outras</p><p>palavras: na pura aceitação da possibilidade de melhorar o nosso mundo; abertura ao</p><p>desconhecido e melhor.” Por um lado, um “Não” indestrutível, um veto radical ao mal; por</p><p>outro, um “Sim” aberto a um mundo digno do Homem, um “Sim” que é mais forte do que o</p><p>“Não”, pois é a condição de possibilidade da revolta e indignação contra a indignidade.</p><p>Estas experiências negativas de contraste constituem o núcleo da experiência ética, comum</p><p>a crentes e não-crentes, e base para um esforço solidário na luta contra a injustiça e na</p><p>construção de um mundo com rosto humano. Mas “aqueles que acreditam em Deus</p><p>preenchem religiosamente esta experiência fundamental, que é una, embora com dupla</p><p>face. Então, o ‘Sim aberto’ recebe mais orientação e perfil. O fundamento disso não é tanto,</p><p>pelo menos não imediatamente, a Transcendência do ‘divino’ (que é inexprimível, por assim</p><p>dizer, anónimo, não-articulável) como (pelo menos para os cristãos) o rosto humano</p><p>reconhecível dessa Transcendência, manifestada entre nós no homem Jesus, confessado</p><p>como Cristo e Filho de Deus. Deste modo, para os cristãos, o lamento radical da</p><p>Humanidade transforma-se numa esperança fundada. No núcleo mais íntimo da realidade,</p><p>está presente um suspiro da compaixão, da misericórdia; os crentes vêem aí o nome de</p><p>Deus. É assim a história dos cristãos.”</p><p>No mundo, não há provas constringentes da existência de Deus. Aliás, um deus</p><p>demonstrável não seria Deus, mas pura criação da razão. Mas a finitude é ineliminável, e</p><p>precisamente devido à finitude insuperável, a religiosidade surgirá sempre de novo na</p><p>história. Outra vez E. Schillebeeckx: “Para a fé, a finitude não-divina é precisamente o lugar</p><p>em que o finito e o Infinito se tocam no mais fundo e é neste contacto profundo que se</p><p>acende toda a religiosidade.” Por outro lado, o compromisso com o ser humano, na vivência</p><p>mundana, é, concretamente na tradição cristã, não apenas ético, pois tem uma dimensão</p><p>teológica. O cristianismo vê na luta pela humanidade do Homem uma profunda dimensão</p><p>religiosa latente, “que tem essencialmente a ver com a compreensão de fé de que a finitude</p><p>não é abandonada à sua solidão, mas transportada pela presença absoluta e salvífica do</p><p>Deus vivo.” O cristianismo contém em si um potencial inesgotável de libertação. Se</p><p>historicamente também foi causa de opressão e alienação, isso deveu-se a uma traição a si</p><p>mesmo.</p><p>No confronto entre a ética e a esperança, pensando nas vítimas inocentes, Deus virá sempre</p><p>à ideia, como viu a Escola Crítica de Frankfurt. Onde está a ética? Onde está Deus?, gritam as</p><p>vítimas.</p>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-85293532187324736852024-03-08T12:00:00.003+00:002024-03-08T12:00:45.759+00:00A “necessidade” do amor - Pe. Manuel João, MC<p> <b style="caret-color: rgb(0, 0, 0); color: maroon; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: x-large;">A “necessidade” do amor </b></p><div class="gmail_default" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-size: large;"><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.2cm; margin-top: 0.2cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><b>Ano B - Quaresma - 4º Domingo<br />João 3,14-21: “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito”</b></span></span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">A celebração do IV Domingo da Quaresma abre-se com <b>um convite insistente à alegria,</b> que a antífona de entrada toma do profeta Isaías: “<span style="color: #111111;">Alegra-te
[Laetare], Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais! Cheios de
júbilo, exultai de alegria, vós que estais tristes, e sereis saciados
nas fontes da vossa consolação” (</span>Isaías 66, 10-11). <b>Este é o chamado “Domingo Laetare” </b>(como
o terceiro Domingo do Advento, chamado “Gaudete”). Ao tom penitencial
da Quaresma é acrescentado um toque de alegria pela aproximação da
Páscoa e, em vez dos paramentos litúrgicos roxos, podem ser usados
paramentos cor-de-rosa. Pequenos sinais que anunciam a alegria pascal e
convidam o cristão a “<span style="color: #111111;"><b>correr ao encontro das festas que se aproximam</b></span><span style="color: #111111;">, cheio de fervor e exultando de fé”</span>, como pedimos na oração inicial (Coleta).</span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><b>A necessidade do amor </b></span></span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><b>O amor e a misericórdia são o fio condutor que liga as três leituras.</b> À
sua volta, encontramos todo um corolário de conceitos que estão no
centro da mensagem cristã: acreditar/fé, graça/dom, luz/trevas, boas
obras/obras más, salvação/condenação, vida/morte... Mas tudo depende de
uma “NECESSIDADE” que, infelizmente, não sobressai no texto litúrgico:
“É preciso/é necessário que o Filho do Homem seja elevado”!</span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">A passagem evangélica é a <b>conclusão do diálogo de Jesus com Nicodemos,</b> “um
dos chefes dos judeus”, que vem ter com ele de noite, talvez
impressionado pelo seu gesto profético da purificação do Templo. <b>O texto começa de forma enigmática: </b>“<i>Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado”</i> (v.
21). Jesus faz referência ao episódio narrado no livro dos Números,
cap. 21, quando o povo de Israel, no deserto, mordido por serpentes,
clama a Deus, e então “o Senhor disse a Moisés: Faz uma serpente e
coloca-a num poste; quem for mordido e olhar para ela ficará vivo”. </span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Neste v. 21 aparece a forma verbal <b>“é preciso”, “deve” (δεῖ, em grego). </b>Encontramos
o mesmo verbo nos outros três evangelhos, no primeiro anúncio da
paixão, morte e ressurreição de Jesus: “A partir de então, Jesus começou
a explicar aos seus discípulos que devia (δεῖ) ir a Jerusalém e sofrer
muito da parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos escribas,
ser morto e ressuscitar ao terceiro dia” (Mt 16,21 e Mc 8,31; Lc 9,22). </span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><b>A paixão e a morte de Jesus são apresentadas por ele como uma “necessidade”.</b> É
claro que a sua morte não é uma “fatalidade”, mas podemos
perguntar-nos: de onde vem esta necessidade ou dever? Poder-se-ia
responder: de uma disposição divina ou para cumprir as Escrituras...,
mas estas motivações deixam-nos insatisfeitos. O contexto do versículo
sugere que a verdadeira motivação desta “necessidade” é o amor: “<i>Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito”</i>. Também S. Paulo o sublinha na <b>segunda leitura</b>: “<span style="color: black;"><i>Deus,
que é rico em misericórdia, pela grande caridade com que nos amou, a
nós, que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à
vida com Cristo” </i></span>(Efésios 2,4-10). É uma síntese de todo o Evangelho!</span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><b>É o amor que diz: é preciso, é necessário! </b>Não
por imposição da vontade ou do dever moral, mas por um transporte, um
impulso do coração. O egoísmo, pelo contrário, diz: “Que necessidade há?
Quem me obriga a fazê-lo?”. A “necessidade” que Deus experimenta de
amar perdidamente, uma vez acolhida, suscita também em nós a necessidade
de amar. <b>Como as nossas vidas mudariam radicalmente se a necessidade de amar as guiasse!..</b>. </span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><b>A primeira leitura</b> (2
Crónicas 36) atribui a destruição de Jerusalém (antes do exílio) à
cólera de Deus. Diz o texto: a cólera de Deus chegou ao auge, “a tal
ponto que deixou de haver remédio, perante a indignação do Senhor contra
o seu povo”. Trata-se de uma interpretação resultante de uma visão
antropomórfica de Deus. Na realidade, “o caminho que vai do mal cometido
ao mal sofrido não passa pela ira divina” (Cardeal Tolentino de
Mendonça). É preciso reconhecer que <b>o mal é, de facto, um assunto sério </b>que
não perdoa nem poupa ninguém. As suas consequências podem arrastar-se
por gerações. Infelizmente, não há escapatórias nem descontos! <b>Como lutar contra o mal que “se agacha à nossa porta”?</b> (Génesis 4,7). <b>Eis duas propostas sugeridas pelo Evangelho</b>.</span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><b>Contemplação do Crucifixo</b></span></span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">A Palavra deste Domingo é toda ela <b>um convite a determo-nos diante da cruz</b>,
a fixar o olhar em Jesus, Amor exposto e elevado, e a deixarmo-nos
atrair por Ele: “E Eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a
Mim” (João 12,32). Só “com o olhar fixo em Jesus” (Hebreus 12,2) podemos
vencer o mal. <b>São Daniel Comboni</b> recomendava aos seus
missionários que “tivessem sempre os olhos fixos em Jesus Cristo,
amando-o ternamente e procurando compreender cada vez melhor o que
significa um Deus morto na cruz para a salvação das almas. Se, com fé
viva, contemplarem e saborearem um mistério de tal amor, serão
bem-aventurados por se oferecerem para perder tudo e morrer por Ele e
com Ele” (Escritos, 2720-2722). </span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Olhando para Cristo “elevado” (expressão joanina que equivale a “glorificado”), podemos ser <b>curados do “veneno” da Serpente.</b>Infelizmente, <b>vivemos uma vida envenenada</b> pelo
ódio e pela violência, pelo egoísmo que nos desumaniza e pela corrida
ao efémero, deslumbrados por mil ilusões de uma sociedade consumista... <b>Só a contemplação do Crucifixo é o antídoto para esses venenos!</b> Numerosas
pequenas serpentes espreitam no nosso coração e, assim que são tocadas,
despertam, prontas a atacar. Só a contemplação do Crucificado pode
expulsá-las e vencê-las!</span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><b>A exposição à Luz</b></span></span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Voltemos ao texto do Evangelho. <i>“A</i><i> luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras”.</i> <b>A grande tentação do homem, desde o início, é a de “esconder-se”.</b> É
um mecanismo que todos trazemos dentro de nós. O nosso risco na vida de
fé é habitar, mais ou menos inconscientemente, na sombra, nem demasiado
longe da luz para não sermos engolidos pelas trevas, nem demasiado
perto da luz para não termos de enfrentar a “vergonha” da nossa “nudez”
(Génesis 3,8-10). A Quaresma é um tempo propício para responder à voz de
Deus que vem à nossa procura: “Adão/Eva, onde estás?”. <b>É o momento oportuno para sairmos dos nossos esconderijos</b>, das nossas “tocas” e irmos ao encontro da Luz! </span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><b>Como exercício espiritual para esta semana, </b>proponho:<br />1) Reservar tempos e espaços para contemplar o Crucifixo;<br />2) Encontrar uma ocasião para a celebração pessoal do Sacramento da Penitência.</span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><i>P. Manuel João Pereira Correia, mccj<br />Verona, 6 de março de 2024</i></span></span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">NB. Para a reflexão completa, ver:<a href="https://comboni2000.org/2024/03/07/la-mia-riflessione-domenicale-la-necessita-dellamore/">https://comboni2000.org/2024/03/07/la-mia-riflessione-domenicale-la-necessita-dellamore/</a></span></span></p><p align="LEFT" style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><br /></p></div><div style="caret-color: rgb(0, 0, 0);"><div class="gmail_signature" data-smartmail="gmail_signature" dir="ltr"><div dir="ltr"><div dir="ltr"><p><span style="font-family: tahoma, sans-serif;">P. Manuel João Pereira Correia mccj<br /><a href="mailto:p.mjoao@gmail.com" target="_blank">p.mjoao@gmail.com</a><br /></span><a href="https://comboni2000.org/" target="_blank">https://comboni2000.org</a></p></div></div></div></div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-5727581696875570542024-03-03T13:39:00.000+00:002024-03-03T13:39:03.081+00:00Na Igreja, o serviço realista e eficaz - Pe Anselmo Borges<p> <span style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*24.00px);">Na Igreja, o serviço realista e eficaz</span></p><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"><span class="markedContent" id="p3R_mc0"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc3"><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*15.96px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*103.18px); transform: scaleX(1.14545);">Anselmo Borges</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc4"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc5"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc6"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc7"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*142.71px); transform: scaleX(1.1001);">02 março 2024</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc8"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc9"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc10"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc11"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*202.34px); transform: scaleX(1.00156);">Quando se fala em Igreja, é difícil não se ser confrontado com uma situação complexa. De</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*216.50px); transform: scaleX(1.00342);">facto, ela aparece frequentemente como uma hierarquia soberana e longínqua, que</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*230.54px); transform: scaleX(1.00561);">comanda, que proíbe, uma instituição de poder.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc12"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc13"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*258.65px); transform: scaleX(1.00225);">Num primeiro momento, a Igreja pode até surgir como uma hiperorganização, tendo à</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*272.69px); transform: scaleX(1.00284);">frente um monarca (o Papa), com os seus ministros (cardeais da Cúria romana), e também</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*286.73px); transform: scaleX(1.00243);">altos funcionários (núncios ou embaixadores do Vaticano, espalhados pelo mundo, e bispos)</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*300.89px); transform: scaleX(1.00037);">e ainda médios e pequenos funcionários (cónegos, padres).</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc14"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc15"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*328.85px); transform: scaleX(1.00434);">Será assim? Vejamos. A palavra igreja em português (iglesia em castelhano, église em</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*343.01px); transform: scaleX(1.0029);">francês) vem do grego Ekklesía. Ora, a Ekklesía era a assembleia do povo. No alemão</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*357.05px); transform: scaleX(1.00429);">(Kirche), no inglês (Church), etc, a origem é outra: Kyrike (forma popular bizantina), com o</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*371.09px); transform: scaleX(1.0033);">significado de “pertencente ao Senhor” (Kyrios, em grego) e, por extensão, “casa ou</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*385.13px); transform: scaleX(1.00464);">comunidade do Senhor”. De qualquer modo, na dupla etimologia, a Igreja, no Novo</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*399.29px); transform: scaleX(1.00304);">Testamento, significa a assembleia daqueles que acreditam em Jesus, que crêem nele como</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*413.33px); transform: scaleX(1.00175);">o Messias e se tornaram seus discípulos, querendo segui</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*349.63px); top: calc(var(--scale-factor)*413.33px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*353.59px); top: calc(var(--scale-factor)*413.33px); transform: scaleX(1.003);">lo, fazendo durante a vida o que</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*427.39px); transform: scaleX(1.00259);">ele fez e confiando nele na própria morte, esperando também a ressurreição. A Igreja desde</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*441.43px); transform: scaleX(1.002);">o início considerou</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*159.74px); top: calc(var(--scale-factor)*441.43px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*163.70px); top: calc(var(--scale-factor)*441.43px); transform: scaleX(1.00103);">se a si mesma como a assembleia dos fiéis a Cristo, dos que pertencem</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*455.59px); transform: scaleX(1.0009);">ao Senhor: o sinal dessa pertença é o baptismo e reuniam</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*354.79px); top: calc(var(--scale-factor)*455.59px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*358.75px); top: calc(var(--scale-factor)*455.59px); transform: scaleX(1.00194);">se, celebrando, na Ceia, a sua</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*469.63px); transform: scaleX(1.01379);">memória, “até que ele venha”.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc16"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc17"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*497.71px); transform: scaleX(1.00245);">Evidentemente, sendo constituída por homens e mulheres, a Igreja precisou de dar</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*485.38px); top: calc(var(--scale-factor)*497.71px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*489.34px); top: calc(var(--scale-factor)*497.71px); transform: scaleX(1.00144);">se a si</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*511.75px); transform: scaleX(1.00265);">mesma o mínimo de organização. Por isso, nela, há diferentes funções e serviços. A palavra</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*525.79px); transform: scaleX(1.00596);">correcta é precisamente serviços. O Novo Testamento não fala de hierarquia (poder</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*539.83px); transform: scaleX(1.00095);">sagrado), mas de diaconia, que quer dizer ministério, serviço (mas também os Ministros</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*553.99px); transform: scaleX(1.00212);">não esqueceram já que ministro é aquele que serve?).</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc18"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc19"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc20"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc21"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*597.10px); transform: scaleX(1.00163);">Que é que isto tudo quer dizer? A Igreja não é, na sua raiz, uma hiperorganização, mas</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*611.14px); transform: scaleX(1.00182);">assembleia convocada por Deus e reunida em Cristo. Então, o papa, antes de papa, é cristão;</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*625.18px); transform: scaleX(1.00064);">o bispo, antes de ser bispo, é cristão, um seguidor de Cristo; um cardeal, um cónego, um</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*639.34px); transform: scaleX(1.00385);">padre são discípulos de Cristo, que têm uma missão de serviço. Que devem servir, como</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*653.38px); transform: scaleX(1.0009);">qualquer cristão. Não há de um lado a hierarquia que manda e do outro os cristãos leigos</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*667.42px); transform: scaleX(1.00121);">que obedecem. Há sim a comunidade dos que acreditam em Cristo, que procuram ser seus</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*681.46px); transform: scaleX(1.00095);">discípulos e que obedecem uns aos outros, escutando</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*334.75px); top: calc(var(--scale-factor)*681.46px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*338.71px); top: calc(var(--scale-factor)*681.46px); transform: scaleX(1.00205);">se uns aos outros, no Espírito Santo, e</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*695.62px); transform: scaleX(1.00227);">que prestam serviços uns aos outros e a todos os homens e mulheres, jovens e crianças do</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*709.66px); transform: scaleX(1.00218);">mundo, segundo os dons e as tarefas que foram dados a cada um para bem de todos.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc22"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc23"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*737.74px); transform: scaleX(1.00231);">Neste sentido, o cristão não acredita na Igreja, o que faz é professar o Credo cristão</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*485.34px); top: calc(var(--scale-factor)*737.74px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*488.26px); top: calc(var(--scale-factor)*737.74px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*494.26px); top: calc(var(--scale-factor)*737.74px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*496.90px); top: calc(var(--scale-factor)*737.74px); transform: scaleX(1.0083);">a fé</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*751.78px); transform: scaleX(1.00058);">em Deus e no ser humano</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*194.16px); top: calc(var(--scale-factor)*751.78px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*196.85px); top: calc(var(--scale-factor)*751.78px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*202.85px); top: calc(var(--scale-factor)*751.78px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*205.49px); top: calc(var(--scale-factor)*751.78px); transform: scaleX(1.00201);">em Igreja. Ao serviço eficaz da humanidade toda.</span></span></div><div aria-label="Página 1" class="page" data-loaded="true" data-page-number="1" role="region" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"></div><div aria-label="Página 2" class="page" data-loaded="true" data-page-number="2" role="region" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"><div class="canvasWrapper"></div></div><span class="markedContent" id="p18R_mc0"></span><span class="markedContent" id="p18R_mc1"></span><span class="markedContent" id="p18R_mc2"></span><span class="markedContent" id="p18R_mc3"><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*74.18px); transform: scaleX(1.00379);">Precisamente neste contexto de serviço, um serviço realista, operativo, pergunta</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*473.26px); top: calc(var(--scale-factor)*74.18px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*477.22px); top: calc(var(--scale-factor)*74.18px); transform: scaleX(1.00141);">se se se</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*88.22px); transform: scaleX(1.0034);">justifica a existência do Vaticano como Estado. Fica aí uma breve citação de uma profunda</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*102.26px); transform: scaleX(1.00607);">reflexão de Paulo Rangel no Posfácio ao meu recente livro</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*357.31px); top: calc(var(--scale-factor)*102.26px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*360.07px); top: calc(var(--scale-factor)*102.26px); transform: scaleX(0.975949);">A Igreja e o Mundo. Que futuro?</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*517.44px); top: calc(var(--scale-factor)*102.26px);">,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*116.42px); transform: scaleX(1.00523);">para o qual remeto.</span></span><span class="markedContent" id="p18R_mc4"></span><span class="markedContent" id="p18R_mc5"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*144.38px); transform: scaleX(1.00435);">Escreve: “São muitos os que apoiam uma ‘despolitização’ do Vaticano e da Igreja,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*158.54px); transform: scaleX(1.00291);">reconduzindo</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*133.46px); top: calc(var(--scale-factor)*158.54px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*137.42px); top: calc(var(--scale-factor)*158.54px); transform: scaleX(1.0019);">o às suas missões puramente espirituais e pastorais. Há quem diga até que,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*172.58px); transform: scaleX(1.00222);">com a diversificação dos sujeitos da sociedade internacional</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*369.13px); top: calc(var(--scale-factor)*172.58px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*371.95px); top: calc(var(--scale-factor)*172.58px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*377.95px); top: calc(var(--scale-factor)*172.58px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*380.59px); top: calc(var(--scale-factor)*172.58px); transform: scaleX(1.00186);">que agora já não são somente</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*186.62px); transform: scaleX(1.00254);">os Estados, à maneira tradicional</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*231.25px); top: calc(var(--scale-factor)*186.62px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*234.05px); top: calc(var(--scale-factor)*186.62px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*239.93px); top: calc(var(--scale-factor)*186.62px); transform: scaleX(1.00095);">, sobejaria espaço para uma entidade como a Igreja</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*200.66px); transform: scaleX(1.00214);">Católica ter margem de manobra internacional, sem ter de se alcandorar à natureza de um</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*214.82px); transform: scaleX(1.00234);">Estado. A questão é pertinente, insisto. Mas curiosamente são as próprias reflexões de</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*228.86px); transform: scaleX(1.00116);">Anselmo Borges sobre os grandes desafios da Humanidade e do mundo que me ajudaram a</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*242.90px); transform: scaleX(1.00162);">encontrar uma resposta. Compreendo bem a complexidade da questão e conheço</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*476.14px); top: calc(var(--scale-factor)*242.90px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*480.10px); top: calc(var(--scale-factor)*242.90px); transform: scaleX(1.00534);">a até da</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*256.97px); transform: scaleX(1.00168);">minha formação como jurista dedicado às coisas do direito público. Quando olho para o</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*271.13px); transform: scaleX(1.00589);">Vaticano e para a sua actuação internacional, designadamente através da respectiva rede</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*285.17px); transform: scaleX(1.00088);">diplomática e das missões diplomáticas, vejo uma total consonância com o espírito</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*299.21px); transform: scaleX(1.00156);">evangélico e com a preocupação com os destinos da Humanidade no seu todo. São</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*313.25px); transform: scaleX(1.00191);">incontáveis os exemplos da actuação benigna e benfazeja das missões diplomáticas da Santa</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*327.29px); transform: scaleX(1.00244);">Sé e são deveras corajosas as tomadas de posição, mesmo contra as opções de política</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*341.45px); transform: scaleX(1.00136);">internacional das maiores potências. Os Papas bem como os serviços diplomáticos da Santa</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*355.49px); transform: scaleX(1.00274);">Sé têm naquele reconhecimento jurídico da natureza estadual um instrumento de exercício</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*369.53px); transform: scaleX(1.00119);">do seu múnus profético. Um múnus de denúncia, de intermediação, de presença, de</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*383.57px); transform: scaleX(1.00124);">influência. A missão profética da Igreja, no plano global</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*343.57px); top: calc(var(--scale-factor)*383.57px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*346.39px); top: calc(var(--scale-factor)*383.57px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*352.39px); top: calc(var(--scale-factor)*383.57px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*355.03px); top: calc(var(--scale-factor)*383.57px); transform: scaleX(0.999813);">na aludida dimensão comunitária</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*397.73px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*68.42px); top: calc(var(--scale-factor)*397.73px); transform: scaleX(1.00141);">, é altamente potenciada por esta estrutura institucional. Se recensearmos as grandes</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*411.77px); transform: scaleX(1.00187);">encruzilhadas em que se encontra a Humanidade, que o nosso Autor tão bem retrata, é</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*425.83px); transform: scaleX(1.00164);">muito fácil perceber como a natureza institucional e estadual da Igreja e da sua cúpula</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*439.87px); transform: scaleX(1.00105);">confere uma capacidade de acção, de denúncia e de influência sem paralelo. As negociações</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*454.03px); transform: scaleX(1.00109);">entre partes desavindas, as visitas papais, a denúncia de perseguições e violências, a</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*468.07px); transform: scaleX(1.00189);">organização de missões de emergência humanitária só são possíveis e só têm alcance e</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*482.11px); transform: scaleX(1.00255);">visibilidade em razão daquela vertente político</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*302.23px); top: calc(var(--scale-factor)*482.11px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*306.19px); top: calc(var(--scale-factor)*482.11px); transform: scaleX(1.00406);">institucional do Vaticano. A pergunta que</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*496.15px); transform: scaleX(1.00222);">tem de se fazer vem a ser a que segue: o mundo estaria melhor e os humanos viveriam</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*510.31px); transform: scaleX(1.00462);">melhor se a Igreja não dispusesse deste ‘aparelho’ estadual? É evidente que não.”</span></span><span class="markedContent" id="p18R_mc6"></span><span class="markedContent" id="p18R_mc7"></span><span class="markedContent" id="p18R_mc8"></span><span class="markedContent" id="p18R_mc9"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*567.43px); transform: scaleX(0.982998);">Padre e professor de Filosofia. Escreve de acor</span></span>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-36895686358458580322024-03-03T13:26:00.002+00:002024-03-03T13:26:54.110+00:00TEOLOGIA E REVOLUÇÃO CULTURAL Frei Bento Domingues<p> </p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">1.
</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">S. Tomás de Aquino, dominicano, nasceu em
1224/1225 e morreu a 7 de Março de 1274. Era este, aliás, o dia tradicional da
sua festa que, agora, se celebra a 28 de Janeiro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Foi
condenado no terceiro aniversário da sua morte, pelo Bispo de Paris, Estêvão
Tempier, canonizado por João XXII, em 1323, e declarado Doutor da Igreja a 28
de Janeiro de 1567 por Pio V.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Leão XIII, em 1892, atreveu-se a dizer que «se se encontram
doutores em desacordo com S. Tomás, qualquer que seja o seu mérito, a hesitação
não é permitida: sejam os primeiros sacrificados ao segundo». O Concílio
Vaticano II aconselhou que S. Tomás seja seguido nos Seminários e nas
Universidades católicas. Paulo VI, comentando esse facto, disse: «é a primeira
vez que um Concílio Ecuménico recomenda um teólogo e este é, precisamente, S.
Tomás de Aquino».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">2. </span></b><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Umberto Eco fez uma tese sobre a
estética de S. Tomás de Aquino e nunca mais esqueceu esse revolucionário que,
«em quarenta anos, mudou toda a política cultural do mundo cristão».
Desconstruiu, com ternura e humor, o rol de sufocantes e vazios panegíricos
eclesiásticos. Não considerou que a</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">
desgraça de frei Tomás de Aquino tenha sido a sua condenação por Tempier nem
pelas condenações que se seguiram em Oxford até 1284. O que arruinou a sua
carreira aconteceu em 1323, dois anos depois da morte de Dante, precisamente
quando João XXII o canonizou. Fez dele "São" Tomás de Aquino!
Aventura ingrata. É como receber o Prémio Nobel, entrar na Academia de França,
ganhar um Óscar. Passa-se a ser como a Gioconda: um cliché. É o momento em que <i>um
grande incendiário é nomeado bombeiro</i><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>N</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">o sétimo centenário da sua morte, perguntou U.
Eco: o que faria este teólogo se vivesse hoje? Os seus comentários já não seriam
sobre Aristóteles e «aperceber-se-ia que não podia nem devia elaborar um
sistema definitivo, como uma arquitectura acabada, mas uma espécie de sistema
móvel, uma Suma de folhas substituíveis, porque na sua enciclopédia das
ciências entraria a noção de <i>provisoriedade histórica</i>. Não sei dizer se
ainda seria cristão. Julgo que sim. Sei, de certeza, que participaria nas suas
comemorações apenas para nos recordar que não se trata de decidir como usar
ainda aquilo que ele pensou, mas de pensar outra coisa. Ou, no máximo, de
aprender com ele como fazer para pensar com limpeza, como um homem do nosso
tempo. Depois disso, não queria estar na sua pele»<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_edn2" name="_ednref2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Tomás
de Aquino separou-se do positivismo teológico que o precedeu, do uso de
exclusivos argumentos da autoridade revelada, que apenas documentam a fé, mas
não explicam <i>como é que é verdade aquilo que a Igreja confessa ser verdade</i>.
A fé cristã não é um calmante, mas o excitante da inteligência e dos afectos.
Não cultiva a ignorância em nome de Deus, cuja existência não é evidente. Não
dispensa, mesmo no interior da fé, os caminhos para a afirmação da Sua
existência, não procurando, porém, saber como Deus é – algo impossível – mas, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sobretudo, como Deus não é<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_edn3" name="_ednref3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[3]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a></i>.
Uma teologia anti idolátrica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Trabalhou
num contexto de grande efervescência cultural, no encontro do pensamento grego,
árabe, judaico e latino. Na sua elaboração teológica, convergiam todos os
saberes do seu tempo. Como diz K. Rahner, um dos seus discípulos do século XX,
Tomás é um místico consciente de que Deus está para além de qualquer
possibilidade de expressão, mas nunca cedeu à preguiça mental e à mediocridade
intelectual; não dispensava o exercício da inteligência mesmo no acolhimento da
revelação da esperança<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_edn4" name="_ednref4" style="mso-endnote-id: edn4;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Sustentava
que, de Deus, tanto mais saberemos quanto mais nos dermos conta de que não
sabemos. Da sua experiência mística, no final da vida, brotou a confissão: tudo
o que escrevi parece-me palha! No entanto, cantou numa belíssima poesia
iluminista: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">atreve-te quanto puderes!</i>
Em suma: ousar e ser lúcido acerca dos limites da nossa ousadia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Não
é fácil de entender como conseguiu produzir uma obra filosófica, bíblica e
teológica tão vasta em tão poucos anos. Do próprio punho não escreveu muito.
Tinha má caligrafia, mas uma inteligência luminosa, uma memória extraordinária
ao serviço de uma investigação constante. As oscilações de opinião eram
pautadas pelas novas bibliotecas que frequentava, segundo o itinerário das suas
viagens. Quem lhe valeu foram os secretários a quem ditava, por vezes, a 3 ao
mesmo tempo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Era
muito sereno e silencioso, mas se o provocavam, não recusava a polémica e não
se exprimia como um santinho. Bebeu em todas fontes de conhecimento que o seu
mestre, o enciclopédico Alberto Magno, lhe proporcionou<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_edn5" name="_ednref5" style="mso-endnote-id: edn5;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">3.</b>
O caminho que abriu não é bem servido pela ignorância do seu legado –
filosófico e teológico – nem pela sua obsessiva repetição. Ser discípulo é ser
fiel ao espírito da sua criatividade, ter a noção da mudança cultural,
introduzida pelo Renascimento. Assim aconteceu, nos séculos XV e XVI, perante a
descoberta do Novo Mundo de muitas culturas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">No
século XX, os repetidores de S. Tomás foram os seus coveiros, mas os que
entraram no seu espírito, no meio de muita repressão do Santo Ofício,
conseguiram obras e realizações de ousada criatividade. Estou a lembrar-me <em><span style="background: white; border: none windowtext 1.0pt; font-family: "Verdana",sans-serif; font-style: normal; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-style: italic; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">das fundações da
Escola Bíblica de Jerusalém, do Instituto Dominicano de Estudos Orientais
(Cairo),</span></em><span style="color: black;"> das Edições do Cerf, do Centro
francês de pastoral litúrgica,</span><em><span style="background: white; border: none windowtext 1.0pt; font-family: "Verdana",sans-serif; font-style: normal; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-style: italic; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;"> do
Centro Economia e Humanismo do P. Lebret, dos movimentos de renovação da arte
sacra de A. Couturier e P. Regamey, da música litúrgica de A. Gouzes, das
propostas e das práticas de teologia literária, como as de J.-P. Jossua e J. A.
Mourão. O</span></em><span style="color: black;">s </span><em><span style="background: white; border: none windowtext 1.0pt; font-family: "Verdana",sans-serif; font-style: normal; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-style: italic; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">teólogos que
prepararam e marcaram o Vaticano II, de forma muito sofrida, como D. Chenu, Y.
Congar, E.</span></em><i><span style="background: white; mso-bidi-font-weight: bold;"> </span></i><em><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-style: normal; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-weight: bold;">Schillebeeck,
são mundialmente conhecidos e estudados.<o:p></o:p></span></em></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><em><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-weight: bold;">Há, no entanto,
muitos desafios novos no campo teológico. O Papa Francisco tem dirigido
repetidas exortações à teologia que falta fazer no mundo actual. Não tem sido
muito bem sucedido, mas enquanto há vida, há esperança de conversão</span></em><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_edn6" name="_ednref6" style="mso-endnote-id: edn6;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><em><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-weight: bold;">.<o:p></o:p></span></em></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><em><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-weight: bold;">Que a
criatividade de Tomás de Aquino nos ajude e nos afaste dos repetidores do
mesmo.<o:p></o:p></span></em></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><em><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p> </o:p></span></em></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><em><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p> </o:p></span></em></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><em><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; font-style: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-weight: bold;">03 Março 2024<o:p></o:p></span></em></p>
<div style="mso-element: endnote-list;"><!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"> Cf. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Um Santo inquietante</i> (29.01.2006)<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn2" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_ednref2" name="_edn2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"> Cf. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Suma Teológica de folhas substituíveis</i> (31.01.2010)<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn3" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_ednref3" name="_edn3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"> I q.3, prol.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn4" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_ednref4" name="_edn4" style="mso-endnote-id: edn4;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"> Cf. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Regressam as interrogações fundamentais </i>(29.01.2012)<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn5" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_ednref5" name="_edn5" style="mso-endnote-id: edn5;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"> Aconselho Mário A.
Santiago de Carvalho, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ler São Tomás,
Hoje?</i> In Revista Filosófica de Coimbra, nº 7, Vol. 4 (1995), pp. 103-130.
Está disponível na Internet. Ver também do mesmo autor, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tomás de Aquino. O ente e a essência, </i>Afrontamento 2013 com boa
selecção bibliográfica.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="edn6" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText" style="text-indent: 1.0cm;"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/TEOLOGIA%20E%20REVOLU%C3%87%C3%83O%20CULTURAL.docx#_ednref6" name="_edn6" style="mso-endnote-id: edn6;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Cf. Papa Francisco, Motu Proprio, <i>Ad
theologiam promovendam</i> (2023)<o:p></o:p></span></p>
</div>
</div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-49095033204819658302024-02-29T19:34:00.002+00:002024-02-29T19:34:17.348+00:00Do Monte Tabor ao Monte do Templo - Pe. Manuel João, MC<p> <b style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif;">Do Monte Tabor ao Monte do Templo</b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Ano B - Quaresma - 3º Domingo<br />João 2,13-25: “Não façais da casa de meu Pai casa de comércio!”</b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Eis-nos
chegados ao terceiro domingo da Quaresma. Do deserto (para um encontro
profundo connosco mesmos) subimos ao Tabor com Jesus (para um encontro
transfigurador com Deus). <b>Hoje subimos a Jerusalém, ao Templo do Senhor, para rever e purificar a nossa relação com Deus. </b>Vamos com Jesus em peregrinação porque se aproxima a Páscoa, a festa por excelência, a festa da nossa libertação. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>A primeira Páscoa, o ponto de partida </b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">O evangelho que nos guia nesta visita ao Templo já não é Marcos, mas João. Curiosamente, o evangelista <b>S</b>. <b>João situa esta Páscoa no início da vida pública de Jesus</b>,
enquanto os sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) a situam no fim do seu
ministério, alguns dias antes de ser condenado e crucificado. <b>Para S. João é o ponto de partida, para os outros evangelistas é o ponto de chegada</b>.
Este facto não nos deve surpreender, se tivermos em conta que as
narrativas estão alinhadas de acordo com o objetivo catequético de cada
evangelho. Note-se também que <b>só S. João nos fala de três Páscoas </b>durante
a vida pública de Jesus (cf. Jo 2,13; 6,4; 11,55), enquanto os
sinópticos falam apenas de uma, a última. O relato de João é mais
articulado e fornece-nos dados históricos valiosos, enquanto os
sinópticos narram o evangelho de forma mais linear, como se todo o
ministério de Jesus fosse orientado e se desenrolasse em função daquela
única Páscoa da sua paixão, morte e ressurreição. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Esta Páscoa é a que é conhecida como a da “purificação do Templo”.</b> Jesus <i>“encontrou no templo os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas e os cambistas sentados às bancas”</i>. Perante esta visão, Jesus enfureceu-se: <i>“fez
então um chicote de cordas e expulsou-os a todos do templo, com as
ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistas e
derrubou-lhes as mesas”</i>. Nunca se tinha visto tal coisa desde o tempo dos profetas! O gesto de Jesus é um acto de provocação, <b>um gesto profético de indignação. </b>O profeta Malaquias (3,1-6) tinha dito que o Messias, <i>“como o fogo da fundição e como a lixívia das lavadeiras”</i>, purificaria o Templo e o culto. É por isso que os chefes religiosos lhe perguntam o significado desse gesto: “<i>Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?”</i><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>A purificação do Templo do nosso coração</b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Qual
é o significado profundo deste episódio para nós, hoje? Em que é que
ele nos interpela? Limitar-me-ei a apresentar quatro aspectos.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>1) A cólera do “Leão de Judá”. </b>Estamos
habituados a ver um Jesus “manso e humilde de coração” e, por isso,
ficamos espantados e perplexos com a sua reação. Não nos apressemos a
descrever esta cólera como “santa”, mas antes... saudável! Jesus, o
Filho de Deus, é verdadeiro homem e conhece todos os nossos sentimentos
de reação aos acontecimentos. <b>Como é que este gesto deve ser interpretado? </b>O evangelista oferece-nos a chave: <i>“Os discípulos recordaram-se do que estava escrito: «Devora-me o zelo pela tua casa»</i> (Salmo 69,10). <b>Esta cólera de Jesus põe em causa uma certa atitude nossa </b>de
“pescoço torto” e “sem espinha dorsal”. Sim, ele é “o Cordeiro de
Deus”, mas é também “o Leão de Judá” (Apocalipse 5,5), e assim devem ser
os seus discípulos. O nosso problema é que, quando deveríamos ser
“leões”, comportamo-nos como “cordeiros”, por medo e cobardia. Quando
deveríamos ser “cordeiros”, comportamo-nos como “leões”, movidos pela
violência e pela agressividade!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>2) A combinação de Deus com o dinheiro!</b> “<i>Não façais da casa de meu Pai casa de comércio!”</i>. Eis a denúncia profética de Jesus: <b>o deus mamon tinha-se apoderado do Templo de Deus! </b>A
Páscoa era a grande ocasião para os negócios, para a venda de animais
para os sacrifícios, para a troca de moeda, para os que vinham da
diáspora, e do dinheiro que circulava no Templo, onde não se podia
entrar com a moeda “profana” com a efígie do César. Além disso, era na
Páscoa que entrava o imposto do Templo. Naqueles dias, corria um rio de
dinheiro, gerido pela classe sacerdotal, especialmente pela família dos
sumos sacerdotes, Anás e Caifás. Só para termos uma ideia, o Templo de
Jerusalém era considerado o maior “banco” do antigo Médio Oriente. <b>Não nos precipitemos e pensemos que esta denúncia não nos diz respeito</b> ou,
quando muito, diz respeito à Igreja institucional. Na realidade, todos
nós corremos o risco de servir o deus dinheiro e que este ídolo ocupe o
lugar de Deus nos nossos corações!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>3) A era dos “sacrifícios” acabou! </b>“<i>Tirai tudo isto daqui!”</i>,
diz Jesus aos vendedores, expulsando do Templo os animais para os
sacrifícios. Mas, se não há animais, como é que se fazem os sacrifícios!
Se não há cordeiro, como é que se celebra a Páscoa? <b>A era dos sacrifícios acabou</b>;
é tempo de dar um passo em frente nesta religiosidade pagã que pretende
agradar a Deus com sacrifícios. Deus é livre no seu amor; não quer
sacrifícios, mas justiça, amor e compaixão! <b>Não tomemos este passo por garantido. </b>Todos
somos tentados a pensar que Deus nos ama se... formos bons; se
cumprirmos certos deveres; se formos à missa ao domingo! Certas práticas
correm o risco de serem feitas com uma verdadeira mentalidade
mercantil, uma forma de comprar o favor de Deus. Somos facilmente
“religiosos”, mas somos lentos a ter fé!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>4) Jesus, o novo Santuário</b>. “<i>Destruí este templo e em três dias o levantarei”</i>, responde Jesus enigmaticamente aos chefes religiosos. Os seus discípulos só o compreenderão após a ressurreição: <i>“Jesus, porém, falava do templo do seu corpo..</i>.” Jesus dirá à mulher samaritana: “<i>Está a chegar a hora - e é agora - em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade”</i> (João 4,23).<b> Jesus é o novo e definitivo Templo.</b>Já
não existe um espaço e um tempo sagrados que possam circunscrever a
presença de Deus. No Novo Testamento, há a convicção de que <b>o cristão está associado a este novo Templo e à nova liturgia.</b> S. Pedro diz: <i>“Como
pedras vivas, sois também vós edificados como um edifício espiritual,
para serdes sacerdócio santo e oferecerdes sacrifícios espirituais
agradáveis a Deus por Jesus Cristo” </i>(1 Pedro 2,5). S. Paulo diz também: “<i>Não
sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em
vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus destruí-lo-á”</i> (1 Coríntios 3,16-17). Actualmente, há uma consciência crescente de que<b> não só o cristão, mas todos os homens e mulheres são um templo de Deus</b> que deve ser respeitado!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Reflexão para a semana</b><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">1)
Confrontar-se com os quatro aspectos acima mencionados para purificar o
Templo do nosso coração. Peçamos ao Senhor que intervenha em nós com o
“chicote” da sua Palavra!<br />2) Perguntemo-nos até que ponto cresceu em nós a consciência de que cada homem/mulher é o Templo de Deus.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><i>P. Manuel João Pereira Correia, mccj<br />Verona, 28 de fevereiro de 2024</i><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">NB. Para a reflexão completa, ver: <a href="https://comboni2000.org/2024/02/28/la-mia-riflessione-domenicale-dal-monte-tabor-al-monte-del-tempio/" style="color: #96607d;">https://comboni2000.org/2024/02/28/la-mia-riflessione-domenicale-dal-monte-tabor-al-monte-del-tempio/</a> <a href="mailto:p.mjoao@gmail.com" style="color: #96607d;" target="_blank">p.mjoao@gmail.com</a><br /><a href="https://comboni2000.org/" style="color: #96607d;" target="_blank">https://comboni2000.org</a><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><o:p> </o:p></p>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-73404163489063967722024-02-26T13:31:00.001+00:002024-02-26T13:31:37.093+00:007MARGENS E 7MONTES Frei Bento Domingues, O.P.<p> </p><p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">1.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> O
Jornal digital <i>7Margens</i> fez 5 anos no passado dia 7 de Janeiro. Em 2019,
nasceu da vontade de um pequeno grupo de jornalistas especializados que
encontrou eco entre vários grupos que, então, contactaram. Como eles próprios
dizem, no horizonte deste jornal, estavam algumas preocupações: <span style="color: black;">o cada vez menor lugar dado ao fenómeno espiritual e
religioso pelos média generalistas; a falta de um espaço onde os crentes
(sobretudo os católicos, expressão ainda maioritária no país) possam debater
ideias, quer sobre o que se passa no interior das suas comunidades, quer sobre
a relação da sua fé com a sociedade; a ausência de expressão pública das
minorias religiosas; a falta de maior atenção a vários temas ligados aos direitos
humanos, ao cuidado da casa comum e à justiça social<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/7Margens%20e%207Montes.docx#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">É já uma referência na informação e no aprofundamento do debate
religioso. Entretanto, mostrou a sua fecundidade com um novo título: <i>7Montes</i>.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Este novo Jornal digital resultou de uma iniciativa sem fins
lucrativos lançada pelo <i>7Margens</i> <span style="background: white;">e
selecionada, no passado mês de Dezembro, para receber o financiamento do
programa europeu<em><span style="border: none windowtext 1.0pt; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;"> Local Media for Democracy</span></em>,
destinado a servir comunidades locais que residam em áreas consideradas «desertos
noticiosos». Centrado na realidade de Trás-os-Montes, o <i>7Montes</i>
pretende, através da difusão de notícias, histórias e realidades, «apoiar a
capacidade de gerar futuro» naquela que é uma das regiões mais isoladas e
esquecidas de Portugal<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/7Margens%20e%207Montes.docx#_edn2" name="_ednref2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><b><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">2.</span></b><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">
De Trás-os-Montes, era o Frei Augusto José Matias (1947-2024), falecido no
passado dia 17. Este dominicano </span><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">nasceu na freguesia de Franco, concelho de Mirandela. Entrou na
Ordem dos Pregadores (Dominicanos) a 4 de Agosto de 1965. Foi ordenado diácono
em Maio de 1981.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">O frei Matias viveu marcado por
questões sociais. Foi animador cultural em bairros degradados integrado num
projecto da UNESCO, para dois bairros – Curraleira (Lisboa), Estrada de Benfica
(Amadora) – sobre «educação social, alfabetização, questões de higiene
ambiental, planeamento familiar, além de outros apoios mais de circunstância». Para
a mesma paisagem social, editou os <i>Cadernos Libertar</i> com uma
metodologia, próxima de Paulo Freire, com o título, <i>Isto tem que mudar</i>.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Na sua configuração, a reflexão
teológica era também uma preocupação constante. Entre 1977 a 1991 editou o
jornal <i>Libertar</i> que apresentou deste modo: «Pretende dar notícia da
Igreja portuguesa, textos de reflexão aproximada desses acontecimentos e tratar
problemas mais importantes entre a Igreja e a política. Fazer textos simples
sobre o Evangelho, teologia simples e popular».<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Todas as celebrações da Eucaristia
são uma resistência contra a morte, <i>não morrerás</i>. O Frei José Nunes, OP,
foi o que nos disse no funeral do Frei Matias, lembrando-nos as muitas facetas
da vida deste nosso Irmão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: #222222; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">O Frei Matias não precisou da vinda do Papa
Francisco para entender e viver a recusa radical </span><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">de estatutos de grandeza. Nem
sequer quis ser padre e trabalhou silenciosamente, durante muitos anos, numa
tipografia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Lutou pela defesa da justiça e partilha de vida
com os mais pobres. Foi militante antifascista, membro do CIDAC (que deu
seguimento ao Boletim Anti-Colonial), activista em numerosos grupos de Justiça
e Paz, trabalhador silencioso em bairros de barracas (as favelas de Lisboa…).</span><span style="color: #222222; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Simultaneamente, gastou grande parte dos seus
anos a servir os irmãos nas comunidades de Lisboa, Barreiro ou Fátima, como
ecónomo conventual, ecónomo provincial, Procurador das Missões, etc. Foi
também, durante muitos anos, o grande animador do ISTA (Instituto São Tomás de
Aquino).</span><span style="color: #222222; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Soube viver na alegria, dando alegria aos outros.
Este filósofo e poeta dizia: «Eu rio-me do riso»! Mas não tolerava a solidão da
sua mãe e, por isso, foi durante anos cuidar dela.</span><span style="color: #222222; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: #222222; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">A este Irmão diz o </span><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">livro do Apocalipse: «Bem-aventurados os que dormem no
Senhor, porque agora descansam dos seus trabalhos e as suas obras os
acompanham».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Não me admira a notícia de que existem várias iniciativas para não
deixar morrer o seu exemplo.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">3.</span></b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;"> No Domingo passado, quando me referi à Quaresma, foi na
perspectiva e com as palavras do Papa Francisco: vencer com alegria as mil
tristezas que nos assaltam.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">O olhar inicial de Jesus não se
dirigia ao pecado, mas ao sofrimento. Esta é a metáfora de todos os milagres: do
paralítico, do coxo, do cego, do leproso, do defunto, etc. Para Ele, pecar era
virar as costas ao sofrimento dos outros, negar-se a não estar junto de quem
sofre. <o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">A narrativa de S. Marcos, que a
liturgia de hoje nos apresenta, mostra-nos uma igreja em movimento. </span><strong><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";">Pedro, Tiago e João são figuras alteradas,
modificadas e sempre expostas a novas transfigurações.</span></strong><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Calibri;">Estes discípulos preferiam o sossego
do passado:</span><strong><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";"> <i>Mestre,
como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés,
outra para Elias</i>. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Não sabiam o que
diziam, pois estavam atemorizados</i>. Veio então uma nuvem que os cobriu com a
sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: <i>Este é o meu Filho muito amado:
escutai-O</i>. De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser
Jesus, sozinho com eles. Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes que não
contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho do homem não
ressuscitasse dos mortos. Eles guardaram a recomendação, mas perguntavam entre
si o que seria ressuscitar dos mortos</span></strong><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/7Margens%20e%207Montes.docx#_edn3" name="_ednref3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Segoe UI"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><strong><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";">.</span></strong><strong><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";"><o:p></o:p></span></strong></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm; vertical-align: baseline;"><strong><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";">A Ressurreição é considerada a expressão
máxima da fé cristã. Repetimos isto muitas vezes, mas esquecemo-nos de
perguntar o que é que isso significa. Significa que que não podemos consentir
no mundo como ele está, tudo <i>isto tem que mudar</i> (Frei Matias). Acreditar
na Ressurreição é uma forma de resistir à morte. </span></strong><strong><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; font-weight: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";"><o:p></o:p></span></strong></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>25 Fevereiro 2024<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: endnote-list;"><!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/7Margens%20e%207Montes.docx#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Cf.
7Margens, 06. 01. 2023<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn2" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/7Margens%20e%207Montes.docx#_ednref2" name="_edn2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Cf.
Clara Raimundo, <i>7Margens</i>, 24. 01. 2024<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn3" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-6316/7Margens%20e%207Montes.docx#_ednref3" name="_edn3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> C. Mc 9,
2-10<o:p></o:p></p>
</div>
</div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-57820129936136844992024-02-24T16:35:00.004+00:002024-02-24T16:35:43.143+00:00Livres. Para onde queremos ir? - Pe. Anselmo Borges, Prof de Filosofia<p> Livres. Para onde queremos ir?</p><p>Anselmo Borges</p><p>24 fevereiro 2024</p><p>Aparentemente, não há nada que o ser humano tanto preze como a liberdade. Mas, tendo de</p><p>optar entre a segurança -- intelectual, espiritual, social, política, religiosa... -- e a liberdade,</p><p>não se sabe quantos ficariam do lado da liberdade e não da segurança.</p><p>Dostoiévski disse-o de modo ácido e também sublime num texto em que também se critica</p><p>a Igreja de Roma. Fá-lo em Os Irmãos Karamázov, no poema de Ivan com o nome O Grande</p><p>Inquisidor.</p><p>A história passa-se em Espanha, em Sevilha, nos tempos terríveis da Inquisição,</p><p>precisamente no dia a seguir a um “magnificente auto-de-fé” em que foram queimados de</p><p>uma assentada, na presença do rei, da corte, dos cardeais e das damas mais encantadoras da</p><p>corte e da numerosa população de Sevilha, quase uma centena de hereges. Cristo “apareceu,</p><p>devagarinho, sem querer dar nas vistas e... coisa estranha, toda a gente O reconhece.” Mas o</p><p>cardeal inquisidor aponta o dedo e manda que os guardas O prendam. E é num calabouço do</p><p>Santo Ofício que lhe diz que no dia seguinte O queima na fogueira como ao pior dos hereges.</p><p>E a razão é que a liberdade de fé tinha sido para Cristo a coisa mais preciosa. Não foi Ele que</p><p>disse tantas vezes: “Quero tornar-vos livres?”</p><p>Cristo, afinal, não percebeu que “o Homem não tem preocupação mais torturante do que</p><p>encontrar alguém em quem possa delegar o mais depressa possível a dádiva da sua</p><p>liberdade.” “Em vez de Te apoderares da liberdade das pessoas, acrescentaste ainda mais à</p><p>sua liberdade!”, diz-lhe o inquisidor. “Esqueceste-Te de que a tranquilidade e até a morte</p><p>são mais queridas para o Homem do que a escolha livre do bem e do mal? Não há nada mais</p><p>sedutor para o Homem do que a liberdade da sua consciência, mas também não há nada</p><p>mais torturante.” Assim, ao longo de quinze séculos, os hierarcas eclesiásticos corrigiram a</p><p>façanha de Cristo, baseando-a em milagre, mistério e autoridade. Agora, todos sabem em</p><p>que é que hão-de acreditar e o que é que hão-de fazer, sem terem de perguntar porquê nem</p><p>de escolher. “E as pessoas ficaram contentes por serem de novo guiadas como um rebanho e</p><p>por ter sido tirada dos seus corações a dádiva terrível que tanto sofrimento lhes causava.”</p><p>Como única resposta o prisioneiro beijou-o, e o velho cardeal vai até à porta, abre-a e diz:</p><p>“Vai-te embora e não voltes mais... não voltes... nunca, nunca!”.</p><p>O ser humano angustia-se com a liberdade. Porque ser livre quer dizer ser senhor de si e</p><p>dos seus actos e ter de escolher e ter de responder por si e pelo mundo e pelos outros. Ter</p><p>de escolher é para o ser humano, que quer tudo e todos os caminhos, ter de escolher algo e</p><p>um caminho só de cada vez e ter de renunciar a tantas outras possibilidades, sem poder</p><p>ficar com tudo, na consciência disso. Ser livre quer dizer entrar na urgência de um projecto</p><p>e poder falhar e, num tempo irreversível, que inexoravelmente caminha para a morte,</p><p>nunca mais ter tempo para remediar, para refazer, para fazer outra coisa e um ser si mesmo</p><p>outro: é tudo sempre pela primeira e última vez, sem ensaios...</p><p>A angústia da liberdade e da responsabilidade e a busca falaz da segurança explicam a</p><p>facilidade da entrega a poderes totalitários, a seitas cegas, a colonizadores de corpos e de</p><p>almas, a vendedores de “verdades e certezas” tapadas e irracionais.</p><p>A liberdade é condição de possibilidade da ética. Mas até do ponto de vista da raiz</p><p>etimológica grega -- ethos com épsilon e ethos com eta, que significam, respectivamente,</p><p>acção, costume, modo habitual de agir, e toca do animal, morada, casa -- se diz que a questão</p><p>ética é indissociável da pergunta pela nossa morada enquanto horizonte de sentido, pátria</p><p>onde se quer habitar. Sim! Afinal, para onde queremos ir? Na presente situação de</p><p>hecatombe político-moral no país e no mundo, para onde vamos sem uma conversão ética?</p><p>Ao contrário do animal, que vem ao mundo já feito e age no quadro de uma rede de</p><p>instintos, o homem vem ao mundo praticamente desarmado de instintos e aberto a</p><p>possibilidades sem conta e tendo de fazer-se a si mesmo no mundo com os outros. Pode</p><p>escolher entre esta e aquela possibilidade, até tem a capacidade de não escolher, mas quem</p><p>tenta escolher não escolher também escolhe. De qualquer modo, é capaz de erguer-se a si</p><p>mesmo acima do simplesmente agradável ou útil e colocar-se no lugar do outro. Transcende</p><p>os interesses particulares da natureza e enquanto ser racional dá a si mesmo de modo</p><p>autónomo a lei moral universal que é a lei da liberdade. Kant formulou-a nestes termos:</p><p>“Age segundo uma máxima que queiras ao mesmo tempo que se transforme em lei</p><p>universal de acção”, ou então: “Trata a humanidade em ti e nos outros sempre como fim e</p><p>nunca como simples meio.”</p><p>Sem capacidade moral e liberdade -- a liberdade é a condição de possibilidade da</p><p>moralidade e, consequentemente, da responsabilidade --, o Homem não seria digno de</p><p>louvor nem estaria sujeito à censura, e não haveria distinção entre o bem e o mal. Como</p><p>escreveu o filósofo Luc Ferry, “um materialismo consequente deveria limitar-se, sempre, a</p><p>uma ‘etologia’, sem nunca falar de moral a não ser como uma ilusão mais ou menos</p><p>necessária, fazendo parte do real mas, sem embargo, enganadora”. Embora condicionado, só</p><p>porque não é completamente subordinado nem guiado pela natureza é que o ser humano</p><p>“pode cometer excessos, quer no mal (o ódio e a maldade) quer no bem (o amor e a generodidade.</p>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-6429502954163256102024-02-22T23:33:00.001+00:002024-02-22T23:33:40.385+00:00Domingo das Três Montanhas - Pe.Manuel João, mc<p> <b style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif;">Domingo das Três Montanhas - Ano B - Quaresma - 2º Domingo </b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Mateus 9,2-10: "Rabi, é bom para nós estarmos aqui!"<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">No
domingo passado, o Espírito Santo conduziu-nos com Jesus ao deserto
para enfrentarmos "os nossos demónios" e sairmos vitoriosos como Jesus, o
novo Adão. A luta não acabou, os demónios voltarão "no momento
oportuno", mas não podemos ficar aqui. O nosso caminho quaresmal inclui
várias etapas, seis para ser exato, tantas quantas os domingos da Santa
Quaresma. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>1. Do deserto para a montanha<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Se
no primeiro domingo da Quaresma lhe chamámos "das tentações", no
segundo poderíamos chamar-lhe "das montanhas". De facto, a primeira
leitura fala do monte Mória, onde Abraão tinha ido oferecer o seu filho
Isaac, um monte que a tradição identificou com o monte do Templo de
Jerusalém. No evangelho, trata-se de "um monte alto", da Transfiguração,
que a tradição considera ser o monte Tabor, na Galileia. No fundo
destes dois, vislumbramos um terceiro monte: o Gólgota! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Hoje
o Senhor leva-nos consigo e conduz-nos a esse "alto monte" do Tabor.
Talvez alguns de nós já lá tenham estado e apreciado a vista ampla e
bela que oferece. Hoje, porém, não vamos lá como turistas ou
caminhantes, nem sequer como peregrinos. Vamos lá como discípulos,
personificados pelos três amigos íntimos de Jesus: Pedro, Tiago e João.
Para o podermos fazer, temos de nos identificar com a sua situação.
Estão a atravessar um mau momento de crise. Seis dias antes, tinham
feito a sua profissão de fé. À pergunta de Jesus: "Quem dizes que eu
sou?", Pedro tinha respondido em nome de todos: "Tu és o Cristo!".
Jesus, no entanto, tinha-os gelado com um anúncio sem precedentes,
dizendo-lhes que não era o Messias que esperavam, mas que o esperavam o
sofrimento e a morte, antes de ressuscitar ao terceiro dia. Pedro
sentiu-se obrigado a admoestá-lo, afastando-se, mas Jesus repreendeu-o
duramente diante de todos: <i>"Para trás de mim, Satanás!"</i> Depois, com uma atitude de grande desprendimento que entristeceu profundamente o coração de todos, disse: <i>"Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!”. </i>Como se dissesse: ou isso ou vai para casa, és livre! O escândalo da cruz foi a primeira grande tentação do discípulo!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Podemos
imaginar como foi difícil e cansativa a subida da montanha. Não tanto
pela subida de cerca de 500 metros - com Jesus tinham-se tornado grandes
caminhantes! - mas por causa do pesado lastro que levavam no coração. É
uma experiência que também nós conhecemos, a não ser que tenhamos
levado a sério esta palavra de Jesus na cruz! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>2. O mistério do Rosto e dos rostos!<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Ouvimos
do Evangelho a narração do que aconteceu na montanha: uma experiência
apaixonante de beleza e de luz; de encontro entre o humano e o divino;
de diálogo entre a Palavra (Cristo) e a Torah (Moisés) e os Profetas
(Elias); de admiração sagrada ao entrar na nuvem luminosa; de escuta da
Voz que proclama: <i>"Este é o meu Filho, o Amado: escutai-o!"...</i> É uma antecipação da experiência da ressurreição de Jesus e da nossa bem-aventurança! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Esta
experiência não está reservada a alguns escolhidos, mas é oferecida a
cada um de nós. É certo que de uma forma mais humilde, mas nem por isso
menos verdadeira. Sem ela, a fé ficaria privada da alegria do Evangelho e
a vida cristã tornar-se-ia um fardo insuportável. A Quaresma é um tempo
propício para fazer esta experiência. Mas sob certas condições! Antes
de mais, é preciso ter a coragem de deixar a "planície" e enfrentar a
subida da montanha. Depois, parar durante muito tempo no cume, em oração
de contemplação. Isto dá-nos uma perspetiva totalmente nova da
existência. Por fim, descemos ao vale renovados para retomar a vida com
novo vigor, guardando no coração a Luz e a Palavra desse encontro. A
Transfiguração é um ícone de oração. Na iconografia oriental, o ícone da
Transfiguração é o verdadeiro exame do iconógrafo, porque todos os
outros ícones são iluminados pela luz do Tabor!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">A fonte desta luz é o rosto de Cristo. <i>"O seu rosto brilhava como o sol",</i> diz Mateus (17,2). Todos nós procuramos esse rosto, como diz o salmista: <i>"O teu rosto, Senhor, eu procuro! </i>(Salmo
23). Esse rosto revela-nos a nossa identidade mais profunda, o nosso
verdadeiro rosto, por detrás das muitas máscaras e maquilhagens. Desse
encontro, saímos transfigurados, com o rosto radiante, como Moisés ao
sair da presença de Deus (Êxodo 34,35). <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Só
quem contemplou a beleza desse Rosto pode reconhecê-lo também no "Ecce
Homo" e em todos os rostos marcados pelo sofrimento e pela injustiça e,
por isso, trabalhará para secar as lágrimas e curar as feridas dos que
sofrem! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>3. De cruz em cruz ou de glória em glória?<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">A
vida cristã é uma experiência de transfiguração contínua até à
transfiguração final da ressurreição. Considero muito eloquente um texto
de S. Paulo: <i>"E todos nós, com o rosto descoberto, reflectindo como
um espelho a glória do Senhor, estamos a ser transformados nessa mesma
imagem, de glória em glória, segundo a ação do Espírito do Senhor"</i>. (2 Coríntios 3:18). <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Esta
visão paulina da vida do cristão contrasta com o nosso entendimento da
fé como um vaguear de cruz em cruz para chegar ao céu. Em vez disso,
Paulo diz-nos que vamos de transfiguração em transfiguração, de glória
em glória, até à Transfiguração final. Esta é uma visão muito mais bela e
desafiante da vida cristã!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Para uma reflexão pessoal esta semana <o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">1) Retomar a segunda leitura: Romanos 8,31-34.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">2) Compare a tua compreensão da vida cristã com a de Paulo.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">3) Sentes que cultivas momentos de exposição à luz do Rosto de Cristo?<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><i>P. Manuel João Pereira Correia, Comboniano<o:p></o:p></i></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">Verona, 21 de fevereiro de 2024<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">NB. Para uma reflexão completa ver:<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">https://comboni2000.org/2024/02/21/la-mia-riflessione-domenicale-domenica-dei-tre-monti/</p>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-9774084870322457312024-02-18T10:05:00.002+00:002024-02-18T10:05:37.806+00:00Jesus: o poder e a autoridade Anselmo Borges 17 fevereiro 2024<p> <span style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*24.00px);">Jesus: o poder e a autoridade</span></p><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"><span class="markedContent" id="p3R_mc0"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc3"><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*18.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*103.53px); transform: scaleX(1.1674);">An</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*18.00px); left: calc(var(--scale-factor)*85.58px); top: calc(var(--scale-factor)*103.53px); transform: scaleX(1.13951);">selmo Borges</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc4"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc5"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*14.04px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*139.34px); transform: scaleX(1.11016);">17 fevereiro 2024</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc6"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc7"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc8"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc9"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*185.30px); transform: scaleX(1.00504);">Terminada a festa do Carnaval, os cristãos entram na Quaresma: 40 dias de mais profunda</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*199.46px); transform: scaleX(1.00333);">meditação, de mais intensa conversão, de amor mais vivo e perfeito, em ordem a poder</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*213.50px); transform: scaleX(1.00227);">celebrar com mais dignidade a Páscoa do Senhor enquanto passagem da escravidão à</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*227.54px); transform: scaleX(1.00246);">liberdade, da morte à vida.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc10"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc11"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*255.65px); transform: scaleX(0.999428);">Logo na quarta</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*139.34px); top: calc(var(--scale-factor)*255.65px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*143.30px); top: calc(var(--scale-factor)*255.65px); transform: scaleX(1.00105);">feira de cinzas, é dita a cada um, a cada uma, ao mesmo tempo que lhe é</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*269.69px); transform: scaleX(1.00215);">colocada cinza na cabeça em sinal de humildade e exigência de reflexão, aquela palavra de</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*283.85px); transform: scaleX(1.00342);">Jesus no início da sua pregação: “Convertei</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*280.73px); top: calc(var(--scale-factor)*283.85px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*284.71px); top: calc(var(--scale-factor)*283.85px); transform: scaleX(1.00536);">vos e acreditai no</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*374.40px); top: calc(var(--scale-factor)*283.85px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*377.11px); top: calc(var(--scale-factor)*283.85px); transform: scaleX(0.986918);">Evangelho</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*429.58px); top: calc(var(--scale-factor)*283.85px); transform: scaleX(1.02596);">”, a Boa Nova,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*297.89px); transform: scaleX(1.00217);">notícia boa e felicitante.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc12"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc13"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*325.97px); transform: scaleX(1.00256);">De modo significativo, no primeiro Domingo da Quaresma, lê</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*373.03px); top: calc(var(--scale-factor)*325.97px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*376.99px); top: calc(var(--scale-factor)*325.97px); transform: scaleX(0.999394);">se a passagem</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*340.01px); transform: scaleX(1.00476);">do</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*75.52px); top: calc(var(--scale-factor)*340.01px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*78.14px); top: calc(var(--scale-factor)*340.01px); transform: scaleX(0.98918);">Evangelho</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*130.62px); top: calc(var(--scale-factor)*340.01px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*133.34px); top: calc(var(--scale-factor)*340.01px); transform: scaleX(1.00315);">referente às tentações de Jesus. Ora, é importante que se diga que as três</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*354.05px); transform: scaleX(1.00132);">tentações estão todas referidas ao poder: poder económico, poder político, poder religioso.</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*368.09px); transform: scaleX(1.00676);">Jesus, antes de iniciar a sua vida pública, foi para o deserto rezar, meditar, e tinha de decidir</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*382.25px); transform: scaleX(1.00597);">se queria ser um Messias político, do poder, ou um Messias do amor, do serviço. Foi por esta</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*396.29px); transform: scaleX(1.00513);">segunda alternativa que seguiu: “Eu não vim para ser servido, mas para servir”, e servir até</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*410.33px); transform: scaleX(1.00136);">dar a vida.</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc14"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc15"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*438.43px); transform: scaleX(1.00276);">Essencial: a única verdadeira tentação, segundo o</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*314.81px); top: calc(var(--scale-factor)*438.43px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*317.59px); top: calc(var(--scale-factor)*438.43px); transform: scaleX(0.989406);">Evangelho</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*370.15px); top: calc(var(--scale-factor)*438.43px); transform: scaleX(1.00802);">, é a do poder, no sentido da</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*452.47px); transform: scaleX(1.00421);">dominação. Evidentemente, em qualquer sociedade o poder é inevitável. Toda a questão</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*466.51px); transform: scaleX(1.00216);">consiste em saber como é que ele é exercido e com que finalidade. Quantos se lembram que</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*480.67px); transform: scaleX(1.00205);">Ministro, na sua etimologia, significa pura e simplesmente servente, aquele que serve?</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*494.71px); transform: scaleX(1.00476);">Primeiro</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*108.02px); top: calc(var(--scale-factor)*494.71px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*111.98px); top: calc(var(--scale-factor)*494.71px); transform: scaleX(1.00118);">Ministro é o que está à frente no serviço. Jesus disse aos discípulos, portanto,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*508.75px); transform: scaleX(1.00178);">também ao Papa, bispos, cardeais, padres: “Sabeis que os chefes das nações governam</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*500.50px); top: calc(var(--scale-factor)*508.75px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*504.46px); top: calc(var(--scale-factor)*508.75px); transform: scaleX(1.00158);">nas</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*522.79px); transform: scaleX(1.00217);">como seus senhores. Não seja assim entre vós; pelo contrário, quem quiser fazer</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*472.06px); top: calc(var(--scale-factor)*522.79px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*476.02px); top: calc(var(--scale-factor)*522.79px); transform: scaleX(1.00449);">se grande</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*536.95px); transform: scaleX(1.01305);">entre vós seja vosso servo.”</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc16"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc17"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*65.06px); top: calc(var(--scale-factor)*565.03px); transform: scaleX(1.00235);">Jesus renunciou ao poder enquanto domínio, mas é referido frequentemente</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*579.07px); transform: scaleX(1.00168);">no</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*75.52px); top: calc(var(--scale-factor)*579.07px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*78.14px); top: calc(var(--scale-factor)*579.07px); transform: scaleX(0.989406);">Evangelho</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*130.63px); top: calc(var(--scale-factor)*579.07px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*133.34px); top: calc(var(--scale-factor)*579.07px); transform: scaleX(1.00434);">que ensinava com autoridade. A palavra autoridade vem do verbo</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*593.14px); transform: scaleX(1.00162);">latino</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*92.05px); top: calc(var(--scale-factor)*593.14px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*94.70px); top: calc(var(--scale-factor)*593.14px); transform: scaleX(0.997537);">augere</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*129.62px); top: calc(var(--scale-factor)*593.14px); transform: scaleX(1.00976);">, que significa aumentar. Ter autoridade tem, portanto, a ver com fazer crescer,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*607.18px); transform: scaleX(1.00938);">aumentar no ser. Cá está: servir. O poder legitima</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*314.47px); top: calc(var(--scale-factor)*607.18px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*318.43px); top: calc(var(--scale-factor)*607.18px); transform: scaleX(1.00213);">se enquanto serviço de fazer crescer na</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*621.34px); transform: scaleX(1.00227);">liberdade e na dignidade... Presidentes, ministros, bispos, jornalistas, pais, professores,</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*635.38px); transform: scaleX(1.00279);">padres, polícias... exercem legitimamente o poder enquanto autoridade, quando ele faz</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*649.42px); transform: scaleX(1.03217);">crescer...</span></span><span class="markedContent" id="p3R_mc18"></span><span class="markedContent" id="p3R_mc19"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*677.50px); transform: scaleX(1.00474);">Assim, não são apenas os súbditos que devem obedecer. A palavra obediência também tem</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*691.54px); transform: scaleX(0.999876);">a sua origem no latim:</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*175.62px); top: calc(var(--scale-factor)*691.54px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*178.25px); top: calc(var(--scale-factor)*691.54px); transform: scaleX(0.977768);">obaudire</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*223.37px); top: calc(var(--scale-factor)*691.54px); transform: scaleX(1.00574);">, que significa ouvir. Então, os que têm poder são os</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*705.58px); transform: scaleX(1.00486);">primeiros a ter de obedecer, isto é, a ter de ouvir aqueles que precisam que lhes seja feita</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*719.74px); transform: scaleX(1.00136);">justiça, ouvir a própria consciência, ouvir o apelo de todos aqueles que clamam por mais</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*733.78px); transform: scaleX(1.0018);">liberdade e dignidade... Não há superiores e inferiores. Há apenas homens e mulheres iguais</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*747.82px); transform: scaleX(1.00415);">em dignidade. E alguns estão constituídos em poder, que devem exercer como serviço a</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*12.00px); left: calc(var(--scale-factor)*62.42px); top: calc(var(--scale-factor)*761.88px); transform: scaleX(1.00538);">essa dignidade inviolável.</span></span>"Jes</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">us renunciou ao poder enquanto domínio, mas é referido frequentemente no</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">Evangelho que ensinava com autoridade." Foto: D.R. / Freepik</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">É curioso: quando se fala em tentações, o que vem normalmente à ideia é a tentação da</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">carne, isto é, a tentação do sexo... Ora, sintomaticamente, Jesus também foi tentado, mas</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">nenhuma das tentações se refere ao sexo; as tentações estão todas em conexão com o poder,</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">com o domínio. Neste contexto, tenha-se presente o velho debate entre Freud e Adler:</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">enquanto, segundo Freud, a pulsão humana fundamental está referida à libido e</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">essencialmente ao prazer sexual, para Adler, essa pulsão tem a ver essencialmente com a</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">auto-afirmação, com a vontade de poder. Ora, neste diferendo, é bem possível que seja</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">Adler quem tem mais razão. Afinal, pensando bem, a própria sexualidade só constitui desvio</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">quando alguém é utilizado como meio de prazer, quando a pessoa é instrumentalizada e</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">coisificada.</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">Não; a grande tentação da Igreja, ao longo da sua história, foi e é o poder. Talvez isso</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">explique até porque é que, no catálogo dos pecados, o sexo teve não só o predomínio, mas</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">parecia, inclusivamente, deter a exclusividade do pecaminoso: no fundo, aninhava-se aí o</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">medo de que o prazer subvertesse o poder... A tentação do poder nas Igrejas é tanto mais</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">perigosa e deletéria quanto pretendam controlar, aprisionar o Sagrado e o Divino.</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">Escreveu, com razão, Miguel Baptista Pereira: “Perdido o sentido do Mistério, instala-se a</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">‘indoutrinação’ e a administração definitiva do Absoluto e consagra-se a intangibilidade dos</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">seus burocratas, não fosse dilema humano o serviço do Mistério ou a vontade ilimitada de</div><div class="textLayer" data-main-rotation="0" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);">poder.”</div><div aria-label="Página 1" class="page" data-loaded="true" data-page-number="1" role="region" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"></div><div aria-label="Página 2" class="page" data-loaded="true" data-page-number="2" role="region" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"><div class="canvasWrapper"></div></div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-8131091247849897362024-02-18T09:47:00.001+00:002024-02-18T09:47:42.395+00:00O MESMO POR CAUSA DO DIFERENTE Frei Bento Domingues, O.P.<p> </p><p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">1.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> É uma alegria poder
continuar a viver o começo de uma nova Quaresma com o Papa Francisco, fora da
cadeia, em liberdade para todos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Em vez de uma <i>indiferença globalizada</i>, ele representa
o acordar contínuo para novas realidades, semeando uma nova esperança.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Geralmente, a
Quaresma apresenta-se como a face triste da vida humana e da vida cristã. Este
ano, o Papa sublinha que devemos abandonar as coisas que nos escravizam, nos
amarram, que não nos deixam ser cristãos para a aventura de um mundo que ainda
não sabemos como será o seu novo rosto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">E lembra-nos o que Jesus disse aos
seus discípulos: «Não mostreis um ar sombrio, como os hipócritas, que
desfiguram o rosto para que os outros vejam que eles jejuam».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Pelo
contrário, veja-se a alegria nos rostos, sinta-se o perfume da liberdade,
irradie aquele amor que faz novas todas as coisas, a começar das mais pequenas
e próximas. Isto pode acontecer em toda a comunidade cristã.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O êxodo da escravidão para a
liberdade não é um caminho abstrato. Exige e provoca um novo olhar para a
realidade que nos cerca. E qual é essa realidade? O Papa aponta-a com um
paradoxo: Tendo nós chegado ao limiar da fraternidade universal e a níveis de
progresso científico, técnico, cultural e jurídico capazes de garantir a todos
a dignidade, como é que tateamos, ainda, na escuridão das desigualdades e dos
conflitos? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Para superar este paradoxo, devemos
rever os nossos critérios de vida: o que é que conta mais para escolher e
realizar?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Isto comporta <i>uma luta</i>:
assim no-lo dizem claramente o livro do Êxodo e as tentações de Jesus no
deserto. Com efeito, à voz de Deus, que diz «Tu és o meu Filho amado» e «não
haverá para ti outros deuses na minha presença», contrapõem-se as mentiras do
inimigo. Mais temíveis que o Faraó são os ídolos. Poderíamos considerá-los como
a voz do inimigo dentro de nós. Poder tudo, ser louvado por todos, levar a
melhor sobre todos: todo o ser humano sente dentro de si a sedução desta
mentira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Existe uma
nova humanidade, o povo dos pequeninos e humildes que não cedeu ao fascínio da
mentira. Enquanto os ídolos tornam mudos, cegos, surdos, imóveis aqueles que os
servem, os pobres em espírito estão imediatamente disponíveis e prontos: uma
força silenciosa de bem que cuida e sustenta o mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">2.</span></b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> É tempo de agir e, na Quaresma, <i>agir
é também parar</i>: parar <i>em oração</i>, para acolher a Palavra de
Deus, e parar como o Samaritano <i>em presença do irmão ferido</i>. O amor
de Deus e o do próximo formam um único amor. Não ter outros deuses é parar na
presença de Deus, junto da carne do próximo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Nessa
presença, tornamo-nos irmãs e irmãos, sentimos os outros com nova intensidade. Em
vez de ameaças e de inimigos encontramos companheiras e companheiros de viagem.
Tal é o sonho de Deus, a terra prometida para a qual tendemos, quando saímos da
escravidão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A forma sinodal da Igreja, que
estamos a redescobrir e cultivar nestes anos, sugere que a Quaresma seja
também <i>tempo de decisões comunitárias</i>, de pequenas e grandes opções
contracorrente, capazes de modificar a vida quotidiana das pessoas e a vida de
toda uma coletividade: os hábitos nas compras, o cuidado com a criação, a
inclusão de quem não é visto ou é desprezado. Convido toda a comunidade cristã
a fazer isto: oferecer aos seus fiéis momentos para repensarem os estilos de
vida; reservar um tempo para verificarem a sua presença no território e o
contributo que oferecem para o tornar melhor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Na medida em
que esta Quaresma for de conversão, a humanidade extraviada sentirá um abalo de
criatividade, o lampejar de uma <i>nova esperança</i>. Quero dizer-vos,
como aos jovens que encontrei em Lisboa no verão passado: «Procurai e arriscai;
sim, procurai e arriscai. Neste momento histórico, os desafios são enormes, os
gemidos dolorosos: estamos a viver uma terceira guerra mundial feita aos
pedaços. Mas abracemos o risco de pensar que não estamos numa agonia, mas num
parto; não no fim, mas no início dum grande espetáculo. E é preciso coragem
para pensar assim». É a coragem da conversão, da saída da escravidão. A fé e a
caridade guiam pela mão esta esperança menina. Ensinam-na a caminhar e, ao
mesmo tempo, ela puxa-as para a frente<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-12052/O%20MESMO%20POR%20CAUSA%20DO%20DIFERENTE.docx#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">3.</span></b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> A minha passada presença em Moçambique
não me autoriza a fazer uma leitura crítica do livro, <i>Moçambique, da
Colonização à Guerra Colonial. A Intervenção da Igreja Católica</i>, escrito
por Amadeu Araújo e Manuel Vilas Boas<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-12052/O%20MESMO%20POR%20CAUSA%20DO%20DIFERENTE.docx#_edn2" name="_ednref2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, que
recebi, precisamente, no primeiro dia desta Quaresma.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Existem vários
estudos e reportagens sobre Moçambique. Não é um mundo totalmente desconhecido,
mas dir-se-á que ainda não está suficientemente estudado para se poder avaliar
o trabalho destes dois autores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Neste novo
livro, os autores falam, com ênfase, da primeira potência colonial a chegar a
África e a última a sair – Portugal. Razões de natureza política, económica e
histórica explicarão este desalinhamento com os demais Estados europeus. O modo
atribulado como a colonização se processou, ajudará a compreender a conturbada
descolonização. O caso de Moçambique parece paradigmático.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Não parece
correcto afirmar que os interesses que moveram as caravelas portuguesas até ao
Oriente eram diferentes dos que levaram as naus dos demais povos europeus para
as mesmas paragens. A sede do lucro era, certamente, tão forte como o vento que
soprava nas velas de uns e outros. Cremos, porém, que os marinheiros, criadores
e corajosos que, pela primeira vez na história da Humanidade, dobraram o Cabo a
sul do Continente africano, e que contribuíram decisivamente para o avanço da
ciência, eram movidos por outras preocupações, além da mera ganância
mercantilista. Aos historiadores pertence a investigação destes assuntos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Eu só posso declarar
a alegria que a sua leitura me proporcionou e o desejo de ver esta obra em
muitas mãos. Sobretudo, que ela alimente a preocupação por um Cabo Delgado
verdadeiramente independente. A Igreja deve continuar a ser a voz dos sem voz,
do povo explorado, em nome da religião.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">No meu
entender, é fundamental não deixar adormecer a consciência dos portugueses em
relação a esta tragédia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A pergunta que
devemos fazer no começo e no fim desta Quaresma é a seguinte: como estão os
nossos irmãos em Cabo Delgado? Qual o nosso contributo para que eles saiam da escravidão
em que se encontram?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; text-indent: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>18
Fevereiro 2024<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: endnote-list;"><!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-12052/O%20MESMO%20POR%20CAUSA%20DO%20DIFERENTE.docx#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Cf.
Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2024, <span class="MsoHyperlink"><a href="http://www.vatican.va/">www.vatican.va</a></span> <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn2" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-12052/O%20MESMO%20POR%20CAUSA%20DO%20DIFERENTE.docx#_ednref2" name="_edn2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Amadeu
Araújo e Manuel Vilas Boas, Paulinas, 2024<o:p></o:p></p>
</div>
</div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-86252639506135265312024-02-18T09:33:00.003+00:002024-02-18T09:48:59.890+00:00Domingo das Tentações - Pe. Manuel João , mc<p> <b style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif;">Domingo das Tentações </b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">Ano B - Quaresma - 1º Domingo: Marcos 1,12-15: <b>"O Espírito conduziu Jesus para o deserto".<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">Com
a imposição das cinzas na passada quarta-feira, entrámos na Quaresma.
Tal como o Advento, que nos prepara para o Natal, a Quaresma é chamada
um "tempo forte" que nos convoca, como povo, a iniciar um caminho de
êxodo, em direção à Páscoa! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>1. A Quaresma, tempo de empenhamento e de graça!<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>A Quaresma é um tempo de empenhamento, sim, mas é sobretudo um tempo de graça</b> (por
isso é "forte"!), uma nova oportunidade, um "kairos", um tempo
privilegiado, propício a um renascimento, a uma vida mais luxuriante. A
Quaresma é um regresso às fontes da nossa vida cristã, ao nosso batismo,
às nossas origens!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>A Quaresma é um tempo "religioso", um tempo de exercício e de ginásio espiritual</b>,
sim, mas é também uma proposta muito humana, porque cada homem, cada
mulher traz dentro de si o desejo de uma existência mais autêntica, mais
livre. Cada um sente a necessidade de ter periodicamente a sua própria
"Quaresma" para poder levar uma vida mais livre dos muitos
constrangimentos sociais que nos impõem uma existência frenética e nos
impedem de discernir o essencial do supérfluo. A Quaresma é um caminho
de libertação do nosso "eu", sufocado por tanta tralha, para respirar o
ar fresco da liberdade! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>É por isso que a Quaresma não é um fardo que se acrescenta à nossa agenda já sobrecarregada</b> (ai,
a Quaresma outra vez!), mas uma lufada de ar fresco, para ser vivida
com o entusiasmo de quem parte para uma caminhada na montanha, com uma
mochila leve às costas. Partir com a alegria e o entusiasmo de uma
caminhada por um caminho de paisagens novas e surpreendentes. Se o seu
coração não vibra com esta perspetiva e não sente um frenesim saudável
para iniciar esta caminhada de quarenta dias, então esqueça, não é para
si!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>2. Das cinzas ao fogo!<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>A liturgia faz-nos iniciar a Quaresma com um sinal muito forte: a imposição das cinzas!</b> As
cinzas reflectem a nossa realidade: uma vida monótona e residual, de
sonhos e esperanças desaparecidas, de uma rotina monótona, pontuada por
necessidades e deveres, sem nada que possa suscitar um entusiasmo e uma
alegria duradouros, capazes de resistir ao impacto das provações da
nossa existência. Talvez o fogo ainda arda sob as cinzas, mas esse fogo
não aceso está a apagar-se e ameaça extinguir-se. Precisamos de um sopro
de ar forte e decidido para varrer as cinzas e reacender o fogo. É esta
a obra do Espírito que está a atuar intensamente neste tempo santo,
para nos conduzir ao Fogo Novo da Noite de Páscoa!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>3. Domingo das Tentações<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>O evangelho do primeiro domingo da Quaresma apresenta-nos sempre o episódio das tentações,</b>segundo
os três evangelhos sinópticos. Jesus, logo após o batismo, que marca o
ponto de viragem da sua vida e missão, é conduzido pelo Espírito ao
deserto da Judeia, perto do Mar Morto. Ali, satanás, "o adversário",
espera-o! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Este ano lemos a versão de Marcos</b>, a mais antiga e, por isso, extremamente concisa. De facto, o episódio das tentações é narrado em apenas dois versículos: <i>"O
Espírito conduziu Jesus ao deserto e, durante quarenta dias, foi
tentado por satanás. Estava com os animais selvagens e os anjos
serviam-no"</i>. Enquanto Mateus e Lucas falam do conteúdo das
tentações, Marcos limita-se a dizer que Jesus foi "tentado por satanás".
As tentações surgirão durante o seu ministério e todas se referem ao
messianismo de Jesus que passa pela cruz. As três tentações, de facto,
encontramo-las na cruz (Marcos 15,29-32): a primeira, na boca dos
transeuntes, isto é, do povo: <i>"Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!";</i> a segunda, na boca dos chefes religiosos: <i>"O Cristo, o rei de Israel, desce agora da cruz, para que vejamos e acreditemos!"</i>; a terceira, na boca dos malfeitores, que Lucas atribui a um deles: <i>"Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!"</i>.
Portanto, só há uma tentação, que conhecemos bem: "Salva-te a ti
mesmo!". Esta é a voz de satanás! É a voz do egoísmo em todas as suas
formas. Jesus, pelo contrário, encarna "o amor maior", o de "dar a vida"
pelos irmãos.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>4. Do deserto da tentação ao Éden redescoberto<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">Marcos diz: <i>"Estava com as feras e os anjos serviam-no".</i> Cristo
é o "novo Adão", o primogénito de uma humanidade reconciliada e em
plena harmonia com a natureza e o Criador. O Espírito tinha-o "empurrado
para o deserto" (é este o sentido do texto), tal como os nossos
antepassados tinham sido expulsos do paraíso. Depois da experiência da
intimidade trinitária, Jesus é "empurrado para fora" para enfrentar a
dureza da vida, em extrema solidariedade com a nossa humanidade. O
Espírito Santo não mantém o crente "aconchegado", talvez numa
"igreja-fortaleza" ao abrigo de todo o risco, mas lança-o no meio do
mundo, na luta, onde a batalha contra o mal é mais acesa. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">Depois
desta experiência, Jesus está pronto para se tornar o novo Moisés que,
através do deserto, conduz o seu Povo à Terra Prometida. O novo Êxodo é
proclamado com este anúncio: "O tempo está cumprido e o Reino de Deus
está próximo; arrependei-vos e acreditai no Evangelho". Este é "o
tempo", ou seja, esta Quaresma! "O Reino de Deus está próximo", isto é,
uma nova humanidade é possível e a gestação dos "novos céus e uma nova
terra, onde habita a justiça" (2 Pedro 3,13) já começou, apesar de todos
os sinais em contrário. Este é o evangelho, a boa nova! Qual é, por
outro lado, a conversão necessária? Colaborar para que o deserto volte a
ser um jardim! Uma história muçulmana diz: "No princípio, toda a terra
era um jardim em flor. Deus, ao criar o homem, avisou-o de que, sempre
que cometesse uma falta, lançaria do céu um grão de areia para o avisar.
Os homens, porém, não deram importância. Afinal, o que é um grão de
areia? Assim, grão após grão, os desertos invadiram a terra!" Qual é a
nossa tarefa agora? Apanhar a areia e plantar nela uma flor! Este é o
exercício quaresmal: onde reina o deserto, criado pelo egoísmo e
produzido pelo satânico "salva-te a ti mesmo!", cavar e plantar um
verdadeiro gesto de amor. Assim, grão após grão, semente após semente,
os desertos do mundo florescerão! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Para a reflexão semanal<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>1) Preparar o programa da Quaresma</b>. Simples, como um lembrete constante para aproveitar este "tempo forte" de graça.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>2) Ler e meditar</b> a bela e inspiradora homilia do Papa na passada quarta-feira.<span style="font-family: "Times New Roman", serif;"> </span>Ou a sua mensagem para a Quaresma.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;"><i>P. Manuel João Pereira Correia<o:p></o:p></i></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">Verona, 16 de janeiro de 2024<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">P. Manuel João Pereira Correia mccj<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 8pt;">p.mjoao@gmail.com</p>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-14109933510817742392024-02-12T23:12:00.001+00:002024-02-12T23:12:42.693+00:00JESUS CRISTO, PARÁBOLA DE DEUS Frei Bento Domingues, O.P.<p> </p><p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">1.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> Teologia e literatura não são
universos estranhos. Reconheço-me, sem dificuldade, no artigo que Alex Villas
Boas escreveu sobre as relações entre teologia e literatura, a procura de Deus
na procura do sentido humano. A literatura bíblica pode ser vista como um grande
testemunho dessa procura e até como abertura de muitos itinerários.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Neste sentido, Jesus Cristo é a própria <i>Theopoiésis</i>,
ou seja, poesia de Deus, pois é afectado pelo <i>pathos</i> divino e humano. As
parábolas e as curas de Jesus são expressão do Mistério da Sua vida de comunhão
com Deus e abertura de um caminho para essa comunhão libertadora<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/JESUS%20CRISTO%20PAR%C3%81BOLA%20DE%20DEUS.docx#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Como escreveu José Augusto Mourão, O.P., enquanto não
sabemos o caminho, cantemos já o dom de caminhar; se estamos juntos, não
teremos medo, alguém no invisível nos espera. Plantemos flores à beira do
abismo, há-de haver no deserto um lugar de água, alguém que nos chame pelo nome
e nos acolha no termo da viagem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">2.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> Jesus de Nazaré subverteu a
cultura da exclusão. A noção de <i>puro</i> e <i>impuro</i> ligava a religião,
a doença e a cura. A grande peça litúrgica deste Domingo é um texto de S.
Marcos constituído por um diálogo desafiante.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Um leproso
veio ter com Jesus, caiu de joelhos e suplicou: Se quiseres, tens poder para me
curar. Compadecido, Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: Quero, fica curado. Imediatamente
a lepra o deixou e ficou curado. Logo o despediu, dizendo-lhe em tom
severo: Livra-te de falar disto a alguém; vai, antes, mostrar-te ao
sacerdote e oferece pela tua cura o que foi estabelecido por Moisés, a fim de
lhes servir de testemunho. Ele, porém, assim que se retirou, começou a proclamar
e a divulgar o sucedido, a ponto de Jesus não poder entrar abertamente numa
cidade; ficava fora, em lugares despovoados. E de todas as partes iam ter com
Ele</span></span><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/JESUS%20CRISTO%20PAR%C3%81BOLA%20DE%20DEUS.docx#_edn2" name="_ednref2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O Novo Testamento (NT) foi buscar ao livro do <i>Levítico</i>,
a classificação de <i>puro</i> e <i>impuro</i>, aplicada a animais e a seres
humanos, resultado de alguma imperfeição ou doença que neles se possa encontrar.
Santo, que quer dizer saudável, puro, verdadeiramente Santo, é só o três vezes
Santo, Deus.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Existia uma ciência e uma técnica, no mundo judaico, para
se saber quem estava afectado por alguma impureza e como se tratava essa
situação. S<span class="t10"><span style="background: white; color: black;">e o
sacerdote, examinando-o, observar que a inflamação da chaga, sobre a parte
posterior ou anterior da cabeça, é branca-avermelhada, revestindo-se do aspecto
da lepra sobre a pele do corpo, essa pessoa era considerada leprosa, era
impura; o sacerdote declará-la-ia impura. E o leproso atingido por tal
afecção deveria rasgar as roupas, desalinhar o cabelo, tapar-se até à boca e
gritar: <i>Impuro</i>!... <i>Impuro</i>! Enquanto conservar a chaga, será
impuro, viverá isolado e a sua residência será fora do acampamento</span></span><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/JESUS%20CRISTO%20PAR%C3%81BOLA%20DE%20DEUS.docx#_edn3" name="_ednref3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span class="t10"><span style="background: white; color: black;">.<o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Era o mundo
classificado das doenças e das curas, mas o próprio do NT é a apresentação de
Jesus como libertador. Era a passagem de um mundo ameaçado para a libertação
humana e espiritual, resultado do inconformismo de Jesus com o reino da
fatalidade.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">O que Deus
pode ou não fazer não é da nossa competência. Em qualquer dos casos, Deus
convoca-nos, a todos, a participar na cura uns dos outros, como no caso do paralítico,
que estava à beira da piscina (Jo 5, 1-17), precisando de alguém que o lançasse
à piscina quando as águas se agitavam. Na saúde e na doença, estamos sempre
dependentes uns dos outros.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="t10"><b><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">3.</span></b></span><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> A pior situação em que o ser humano se pode
encontrar é a do isolamento, não tendo a quem recorrer, e é uma situação
vastíssima, desde que o mundo é mundo. O próprio Deus declarou que <i>n</i></span></span><i><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">ão é conveniente que o homem esteja só</span></i><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;"> (<i>Gn</i> 2, 18). Deus, que é amor, criou o
ser humano para a comunhão, inscrevendo no seu íntimo a dimensão das relações.
Assim, a nossa vida, plasmada à imagem da Trindade, é chamada a realizar-se
plenamente no dinamismo das relações, da amizade e do amor mútuo. Fomos criados
para estar juntos, não sozinhos. E precisamente porque este projecto de
comunhão está inscrito tão profundamente no coração humano, a experiência do
abandono e da solidão atemoriza-nos e olhamo-la como dolorosa, desumana. E isto
agrava-se ainda mais no tempo da fragilidade, da incerteza e da insegurança,
causadas muitas vezes pelo aparecimento de alguma doença grave, ou em situações
de exclusão, como aconteceu no período da pandemia.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Ao mesmo
tempo, diz o Papa, associo-me, pesaroso, à condição de sofrimento e solidão de
quantos, por causa da guerra e suas trágicas consequências, se encontram sem
apoio nem assistência: a guerra é a mais terrível das doenças sociais e as
pessoas mais frágeis pagam-lhe o preço mais alto.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Contudo, é
preciso assinalar que, mesmo nos países que gozam da paz e de maiores recursos,
o tempo da velhice e da doença é vivido frequentemente na solidão e, por vezes,
até no abandono. Esta triste realidade é consequência sobretudo da cultura do individualismo,
que exalta a produção a todo o custo e cultiva o mito da eficiência,
tornando-se indiferente, e até implacável, quando as pessoas já não têm as
forças necessárias para lhe seguir o passo. Torna-se então cultura do descarte,
na qual, as pessoas já não são vistas como um valor primário a respeitar e
tutelar, especialmente se são pobres ou deficientes, se “ainda não servem”, como
os nascituros, ou “já não servem”, como os idosos (</span><a href="https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20201003_enciclica-fratelli-tutti.html#18"><i><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Fratelli tutti</span></i></a><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">, 18).<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Esta lógica
permeia também, infelizmente, certas opções políticas, que não conseguem
colocar, no centro, a dignidade da pessoa humana com as suas carências e nem
sempre proporcionam as estratégias e recursos necessários, para garantir a todo
o ser humano o direito fundamental à saúde e o acesso aos cuidados médicos. Ao
mesmo tempo, o abandono das pessoas frágeis e a sua solidão acabam favorecidos
ainda pela redução dos cuidados médicos apenas aos serviços de saúde, sem serem
sabiamente acompanhados por uma <i>aliança terapêutica</i> entre médico,
paciente e familiar<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/JESUS%20CRISTO%20PAR%C3%81BOLA%20DE%20DEUS.docx#_edn4" name="_ednref4" style="mso-endnote-id: edn4;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a></span><span style="font-family: "Tahoma",sans-serif;">.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Não só neste
Dia Mundial dos Doentes, mas sempre, os doentes, os frágeis, os pobres devem estar
no coração de todos, todos, no centro das nossas solicitudes humanas e cuidados
pastorais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">11 Fevereiro 2024<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: endnote-list;"><!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/JESUS%20CRISTO%20PAR%C3%81BOLA%20DE%20DEUS.docx#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Cf. Alex
Villas Boas, <i>Teologia e Literatura</i>, in <i>Cenáculo</i>, Revista dos
Alunos da Faculdade de Teologia – Braga, nº 222, pp. 51-61<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn2" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/JESUS%20CRISTO%20PAR%C3%81BOLA%20DE%20DEUS.docx#_ednref2" name="_edn2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Mc 1,
40-45<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn3" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/JESUS%20CRISTO%20PAR%C3%81BOLA%20DE%20DEUS.docx#_ednref3" name="_edn3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Cf. Lev
13, 1-46<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn4" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/JESUS%20CRISTO%20PAR%C3%81BOLA%20DE%20DEUS.docx#_ednref4" name="_edn4" style="mso-endnote-id: edn4;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Cf.
Mensagem do Papa para o Dia Mundial do doente, <span class="MsoHyperlink"><a href="http://www.vatican.va/">www.vatican.va</a></span> <o:p></o:p></p>
</div>
</div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-6862202066805549112024-02-12T22:59:00.001+00:002024-02-12T22:59:59.324+00:00 "Eu quero, sê purificado!" - Pe. Manuel João, mc<p> <b style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif;">O domingo das transgressões e o dia da cólera!</b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Ano B - Tempo Comum - 6º Domingo - Marcos 1,40-45: "Eu quero, sê purificado!"<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>O protagonista do evangelho deste domingo é um leproso</b> que se atreve a fazer algo impensável para a sua condição: aproximar-se de Jesus para pedir a cura! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Estamos
ainda nas primeiras narrações do evangelho de Marcos. Depois do dia
programático em Cafarnaum, mencionado no domingo passado, Jesus percorre
as aldeias da Galileia, "pregando nas sinagogas e expulsando os
demónios" (v. 39). Esta cura é introduzida neste contexto. É o primeiro
grande milagre narrado nos evangelhos sinópticos (Marcos, Mateus e
Lucas). É um milagre com um profundo significado simbólico. Fala, de
facto, de um leproso, sem especificar o nome, as circunstâncias, o tempo
e o lugar onde o milagre se realiza. <b>O leitor é veladamente convidado a identificar-se com este homem</b> e, num encontro pessoal com Cristo, professar confiança na sua compaixão e no seu poder salvífico: <i>"Se quiseres, podes purificar-me!"</i>. <b>Este leproso é o espelho da nossa própria condição</b>. Um evangelho que já nos prepara para a nossa entrada na Quaresma, na próxima quarta-feira.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>1. Um evangelho clamoroso e... arriscado!<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Para
compreendermos melhor o alcance deste milagre, devemos ter em conta que
a lepra era a mais temida das doenças, não só pelos seus terríveis
efeitos desfigurantes que tornavam a pessoa irreconhecível, mas
sobretudo pela <b>segregação e estigmatização</b> que implicava. Além
disso, era considerada um castigo divino. O leproso era considerado
"impuro" não só por causa da sua doença, mas também pelo seu alegado
pecado. <b>Abandonado por todos e por Deus</b>, era como um <b>morto-vivo</b>. O livro de Job diz: <i>"A lepra é a primogénita da morte".</i> Curar um leproso era como ressuscitar um morto! É por isso que Jesus o admoesta, dizendo: "<i>Vê se não dizes nada a ninguém".</i> Jesus não procura a publicidade. Sabe bem que os milagres são "<i>arriscados</i>":
podem criar expectativas que desvirtuam a sua missão. Como de facto vai
acontecer! As pessoas procurá-lo-ão, não para ouvir a Palavra do Reino,
mas para ver os milagres.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">O
leproso, ao ter a ousadia de aproximar-se de Jesus, comete um ato muito
grave, punível com a lapidação. Por outro lado, Jesus, acolhendo-o e
tocando-o, corre o risco de ser contagiado não só pela sua doença, mas
também pela sua "impureza". De facto, como o leproso não respeita a
recomendação que lhe é feita por Jesus, dá-se <b>uma curiosa inversão da situação</b>: enquanto o leproso, curado, pode regressar à cidade, "<i>Jesus já não podia entrar publicamente numa cidade, mas ficava fora, em lugares desertos"</i>. Uma antecipação profética da sua crucificação fora de Jerusalém, por ter tomado sobre si todas as lepras do mundo!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Como não ver aqui um apelo dirigido a nós, para que nos envolvamos na luta contra todas as lepras</b>,
ousando aproximarmo-nos e tocar os leprosos de hoje, os marginalizados
da nossa sociedade, correndo o risco de sermos "contagiados" e
estigmatizados também pelos bem-pensantes! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>2. O domingo das transgressões!<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>No evangelho de hoje, encontramos três transgressões</b>.
Em primeiro lugar, o leproso transgride a lei que lhe prescrevia não se
aproximar das pessoas e, para evitar o contacto, quando se mexia tinha
de gritar: impuro, impuro! (ver a primeira leitura do Levítico). Depois,
Jesus também transgrediu a lei que proibia tocar nos doentes. Por fim, o
leproso curado não obedeceu à ordem de Jesus de não contar o sucedido a
ninguém. Enquanto os demónios obedeceram à ordem de não dizerem que ele
era o filho de Deus, este homem desobedece-lhe. A sua alegria era
demasiado grande para que ele a pudesse conter. E assim se tornou o
primeiro "pregador" do Evangelho! <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Também aqui encontramos uma chamada de atenção para o cristão</b>: <b>não há leis que valham quando está em causa o bem da pessoa</b>.
É por isso que Jesus criticava tanto uma visão legalista do sábado e de
outras prescrições religiosas: "O homem não foi feito para o
sábado...". A pessoa que crê é chamada a exercer a sua capacidade
crítica e a seguir a voz da sua consciência, cujos ditames contrastam
muitas vezes com o pensamento comum. "É preciso obedecer a Deus antes
que aos homens...". Isto exige hoje uma grande coragem e uma vigilância
constante para não se deixar "contagiar" pela "mentalidade do mundo"!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>3. O dia da... raiva!<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Espanta-nos que, depois de ter sido movido pela compaixão para com este leproso, <b>Jesus logo a seguir pareça irritado e quase zangado</b>: <i>"E, admoestando-o severamente, logo o expulsou"</i>.
Esta expressão "expulsou-o" é um pouco surpreendente, porque é a mesma
que se usa com os demónios. Mas há mais. Alguns códices antigos, em vez
do verbo "teve compaixão" (grego <i>esplankemisteis</i>), empregam o
verbo "orghisteis", ou seja, "indignou-se, zangou-se". Segundo os
especialistas, este seria o termo original. Perguntamo-nos, então:
porque é que Jesus se zangou? Poderíamos especular que Jesus manifestou a
sua indignação contra o mal que aflige a humanidade e, sobretudo,
contra a marginalização do leproso.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Esta releitura do texto pode chocar-nos.</b> Estamos
habituados a uma ideia demasiado "adocicada" de Jesus e temos
dificuldade em imaginar um Jesus que, para além de ser "manso e humilde
de coração", é por vezes tomado por sentimentos de cólera e de
indignação perante situações de fechamento (veja-se a sua invetiva
contra os fariseus), de injustiça (veja-se a sua abordagem escandalosa
dos publicanos e dos pecadores) e de instrumentalização de Deus (veja-se
a expulsão dos vendedores do Templo). <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Em relação com este domingo, celebram-se Jornadas que nos convidam a cultivar esta "justa cólera</b>":
o Dia Mundial dos Doentes de Lepra, no último domingo de janeiro; o Dia
contra o Tráfico de Pessoas, a 8 de fevereiro, memória de Santa
Bakhita; o Dia dos Doentes, a 11 de fevereiro, memória de Nossa Senhora
de Lourdes..., ocasiões para manter viva a nossa luta contra todas as
injustiças, contra todas as lepras que afligem o nosso mundo.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Devemos dizer que muitas vezes nos falta esta "justa cólera</b>"
diante de tantas situações de injustiça gritante. Somos muito sensíveis
quando os "nossos direitos" são afectados, mas habituamo-nos com
demasiada facilidade às situações de injustiça sofridas pelos outros,
correndo o risco de cair na indiferença. Temos também de reconhecer que
as "vozes proféticas" muitas vezes nos incomodam. Mas se o cristão não
exerce a sua "vocação profética", é sal que perdeu o sabor e luz
colocada debaixo do alqueire!<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><b>Para uma reflexão semanal<o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Refletir
sobre a nossa atitude perante uma determinada injustiça relatada nos
meios de comunicação social: sensibilidade acompanhada de uma forma de
envolvimento; hábito que que se aproxima da indiferença; não querer
ouvir falar do assunto para não ser incomodado.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><i>P. Manuel João Pereira Correia<o:p></o:p></i></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;">Verona, 9 de fevereiro de 2024 <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Aptos, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 8pt;"><o:p> </o:p></p>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-39820331565126864442024-02-05T13:38:00.001+00:002024-02-05T13:38:18.222+00:00A CONFIANÇA SUPLICANTE Frei Bento Domingues, O.P.<p> </p><p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">1.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> A 28 de Dezembro de 2023,
foi publicada a Declaração </span><i><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Fiducia supplicans</span></i><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;"> (<i>Confiança suplicante</i>) sobre o significado pastoral das bênçãos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Segundo
a sua <i>Apresentação</i>, esta Declaração considera diversas questões que
chegaram ao Dicastério para Doutrina da Fé nos últimos anos. Ao preparar o
documento, o Dicastério, como é sua prática, consultou especialistas,
empreendeu um cuidadoso processo de redacção e discutiu o texto no <i>Congresso</i> da
Secção Doutrinária do Dicastério. Durante esse período, o documento foi
discutido com o Santo Padre. Finalmente, o texto da Declaração foi submetido ao
Santo Padre para a sua revisão, que o aprovou com a sua assinatura.</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Enquanto
se estudava o tema deste documento, foi divulgada a resposta do Santo
Padre às <i>Dubia</i> de alguns Cardeais. Essa resposta forneceu
esclarecimentos importantes para esta reflexão e representa um elemento
decisivo para o trabalho do Dicastério. Dado que “a Cúria Romana é antes de
tudo um instrumento ao serviço do sucessor de Pedro” (Ap. Const. <i>Praedicate
Evangelium</i>, II 1), o nosso trabalho deve favorecer, juntamente com a
compreensão da doutrina perene da Igreja, a recepção do Ensinamento do Santo
Padre.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Tal
como acontece com a resposta acima mencionada do Santo Padre às <i>Dubia</i> de
dois Cardeais, esta Declaração permanece firme na doutrina tradicional da
Igreja sobre o casamento, não permitindo qualquer tipo de rito litúrgico ou
bênção semelhante a um rito litúrgico que possa criar confusão. O valor deste
documento, porém, é que oferece uma contribuição específica e inovadora <i>ao
significado pastoral das bênçãos</i>, permitindo ampliar e enriquecer a
compreensão clássica das bênçãos, que está intimamente ligada a uma perspectiva
litúrgica. Tal reflexão teológica, baseada na visão pastoral do Papa Francisco,
implica um verdadeiro desenvolvimento a partir do que foi dito sobre as bênçãos
no Magistério e nos textos oficiais da Igreja. Isto explica porque este texto
assumiu a tipologia de uma <i>Declaração</i>.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><i><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">É
precisamente neste contexto que se pode compreender a possibilidade de abençoar
os casais em situação irregular e os casais do mesmo sexo, sem validar
oficialmente o seu estatuto ou alterar de alguma forma o ensinamento perene da
Igreja sobre o matrimónio.<o:p></o:p></span></i></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><i><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Esta
Declaração pretende também ser uma homenagem ao Povo fiel de Deus, que adora o
Senhor com tantos gestos de profunda confiança na sua misericórdia e que, com
esta confiança, vem constantemente pedir a bênção da Mãe Igreja<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/A%20CONFIAN%C3%87A%20SUPLICANTE-1.docx#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a></span></i><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">O
documento esclarece que a grande bênção de Deus é Jesus Cristo, seu Filho. <span style="background: white;">É uma bênção para toda a humanidade, é uma bênção para
todos nós. Ele é a Palavra eterna com a qual o Pai nos abençoou <i>quando ainda
éramos pecadores</i>, como diz S. Paulo (<i>Rm</i> 5,8).</span><o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">2.</span></b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;"> É um documento que, em primeiro lugar,
deve ser lido e estudado, como qualquer outro que pretenda a adesão do povo
cristão. Não há nada pior do que criar confusões, pretendendo ser uma luz para
toda a casa.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Espero
que este documento venha a ser retomado e alargado pois, ao que dizem, muitos
pastores e fiéis não estão satisfeitos com as respostas dadas até agora.
Estamos ainda em pleno processo sinodal e corremos o risco de não tomarmos a
sério as exigências desse processo. Uma das coisas que implica é de não
encerrar definitivamente o que, entretanto, foi sendo alcançado. É, no entanto,
um texto que parece continuar a misturar o que é provisório e o que é
definitivo.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Seria
um atrevimento tentar soluções pastorais para todos os tempos e lugares. Na
Igreja Católica, não se pode continuar a não entrar nas reformas e a dificultar
o caminho de quem as procura. Nenhum de nós pode prever o que vai acontecer,
nos próximos tempos, entre as novas gerações. A teologia e a pastoral só ganham,
tornando-se intergeracionais e inteligíveis.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Não
são claras as razões que levam a aceitar ou a recusar este documento. É difícil
compreender porque razão não se continua a investigar. Menos se compreende
ainda que se recuse o estudo público destas questões públicas. Seria um abuso
dizer que o trabalho que foi feito e que continua a produzir-se não tem
importância. Tem importância, é trabalho.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">3.</span></b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;"> Não deveria ser esquecida a Carta de
S. Paulo sobre a linguagem usada na liturgia:<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">«Se
a vossa língua não proferir um discurso inteligível, como se há-de saber o que
dizeis? Sereis como quem fala ao vento. <a name="10"></a>Há no mundo não sei
quantas espécies de línguas e todas têm o seu significado. <a name="11"></a>Ora,
se eu não conheço o significado de uma língua, serei como um bárbaro para
aquele que fala e aquele que fala, também o será para mim.</span></span><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><br />
<a name="12"></a><span class="t10">Assim também vós: já que estais ávidos dos dons
do Espírito, procurai adquiri-los em abundância, mas para edificação da
assembleia. <a name="13"></a>Por isso, o que fala em línguas reze para obter
o dom da interpretação. <a name="14"></a>Porque, se eu rezo em línguas, o
meu espírito está em oração, mas a minha inteligência não colhe frutos»</span><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/A%20CONFIAN%C3%87A%20SUPLICANTE-1.docx#_edn2" name="_ednref2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span class="t10">.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Por
um lado, um documento da Igreja que suscita tantos problemas e propostas não
pode ser considerado fruto de uma instituição morta. Por outro, exige continuar
a investigação e a sua experiência pastoral.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">É
inevitável que não fique tudo arrumado e esclarecido. É da própria natureza de
uma Igreja sinodal deixar abertas as portas e as janelas para que o ar se renove
continuamente.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">S.
Mateus, no seu longo discurso sobre diversas parábolas (a do semeador, a do
joio, a do grão de mostarda, a do fermento, a do tesouro e da pérola, a da rede),
acrescentou com palavras de Jesus: <i>todo o escriba que se torna discípulo do
Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que do seu tesouro tira coisas
novas e velhas</i></span></span><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/A%20CONFIAN%C3%87A%20SUPLICANTE-1.docx#_edn3" name="_ednref3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><i><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[3]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></i></span></a><span class="t10"><i><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">.</span></i></span><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Não
devemos, no entanto, acumular sermões, parábolas e declarações de sabedoria,
como se já estivéssemos no fim do mundo. Se assim fosse, também não havia
pressa em resolver todos os problemas.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="t10"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">04 Fevereiro 2024<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: endnote-list;"><!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/A%20CONFIAN%C3%87A%20SUPLICANTE-1.docx#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span class="MsoHyperlink"><a href="http://www.vatican.va/">www.vatican.va</a></span> <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn2" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/A%20CONFIAN%C3%87A%20SUPLICANTE-1.docx#_ednref2" name="_edn2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> 1 Cor
14, 9-14<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn3" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-7692/A%20CONFIAN%C3%87A%20SUPLICANTE-1.docx#_ednref3" name="_edn3" style="mso-endnote-id: edn3;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Mt 13,
52<o:p></o:p></p>
</div>
</div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-64051472582000553372024-02-03T14:09:00.001+00:002024-02-03T14:09:24.619+00:00Lugares, tempos, actividades e proximidade: quatro desafios para o cristão! - Pe. Manuel João, MC<p> <b style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 14pt;">Lugares, tempos, actividades e proximidade: quatro desafios para o cristão!</span></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">Ano B - Tempo Comum - 5º Domingo: <b>Marcos 1,29-39: Todos te procuram!</b><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">O
evangelho de hoje é a continuação do de domingo passado e completa a
unidade literária de Marcos 1,21-39, conhecido como o "Dia de
Cafarnaum", o "primeiro" dia de atividade de Jesus, de plena imersão na
realidade da humanidade sofredora.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">1. Notemos a atenção que o evangelista dá aos LUGARES</span></b><span style="font-size: 14pt;">:
saindo da sinagoga, Jesus entra em casa de Simão e André, situada a
poucos passos; depois, sai para a "praça" da cidade; de madrugada, vai
para um lugar deserto e, em seguida, percorre as aldeias de toda a
Galileia. Jesus é um rabino invulgar, que atravessa continuamente os
limiares e transgride; está sempre em caminho e escolhe a estrada como
lugar do seu ensinamento; não acaricia os sucessos, está sempre "em
saídas"; "faz-se tudo para todos" (ver Paulo na segunda leitura),
animado pelo desejo de estar presente em todo o lado! Jesus não é um
"Messias doméstico", facilmente domesticável e que teria evitado a
oposição das autoridades! (F. Armellini).<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">Esta presença de Jesus em "todos os lugares"</span></b><span style="font-size: 14pt;"> <b>é um desafio para mim!</b> Procuro
privilegiar certos lugares, onde me sinto "em casa", onde me sinto
amado e estimado. Tenho dificuldade em ligar os lugares onde vivo e
procurar ou levar a presença de Deus para lá: na sinagoga (igreja) e em
casa (vida doméstica); na cidade e na solidão; no centro e nas
periferias da minha Galileia. Talvez me faltem os "lugares desertos"
para discernir para onde Deus quer que eu vá. Com demasiada facilidade
faço passar por "vontade de Deus" o facto de ficar onde me sinto
confortável ou onde tenho sucesso! <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">2. Consideremos também a atenção que o evangelista dá aos TEMPOS</span></b><span style="font-size: 14pt;">:
o sábado, a tarde, o pôr do sol, a noite, a manhã... Notemos de novo o
advérbio temporal "imediatamente". Jesus parece animado por uma
"urgência" apostólica. Não tem tempo a perder. Sabe que tem apenas "três
dias": <i>"Ide e dizei a essa raposa” </i>[Herodes]: <i>“Eu expulso
demónios e faço curas hoje e amanhã, e ao terceiro dia a minha obra está
terminada. Mas é necessário que eu continue hoje, amanhã e depois de
amanhã, pois não é possível que um profeta morra fora de Jerusalém"</i> (Lucas 13,22-23).<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><i><span style="font-size: 14pt;">Esta atitude de Jesus em relação aos "tempos" interpela-me</span></i><span style="font-size: 14pt;">.
Procuro e demoro-me nos tempos agradáveis, sem olhar a prioridades, e
evito ou "apresso-me" nos tempos difíceis que exigem empenhamento e
sacrifício! Muitas vezes não combino os tempos de forma harmoniosa.
Quantas vezes digo: "Estou ansioso por..." que este tempo difícil acabe
ou para que chegue um tempo bom. Assim, os meus tempos são interrompidos
por períodos que não são vividos em pleno, sofridos ou rejeitados! <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">3. Detenhamo-nos nas ACTIVIDADES realizadas por Jesus neste evangelho</span></b><span style="font-size: 14pt;">. São essencialmente três: <b>Jesus cura, Jesus reza, Jesus evangeliza</b>! Não são estas as "actividades" que o cristão é chamado a realizar?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">a) Jesus cura os doentes e expulsa os demónios</span></b><span style="font-size: 14pt;">: <i>"Trouxeram-lhe todos os doentes e os possessos.... Ele curou muitos doentes de várias doenças e expulsou muitos demónios"</i>.
Notemos a ligação estabelecida pelo evangelista entre as "várias
doenças" e os "muitos demónios". Jesus "saiu" para vencer o mal em todas
as suas formas. E os demónios que ainda hoje afligem a nossa humanidade
são muitos! Jesus já venceu o mal, mas esta vitória de Cristo ainda não
é visível em todas as suas dimensões. Deus não transformará o mundo sem
nós. Somos chamados a lutar com Cristo para participar na sua vitória! <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">b) Jesus reza</span></b><span style="font-size: 14pt;">: <i>"Levantou-se de manhã cedo, quando ainda estava escuro, saiu e retirou-se para um lugar deserto, e ali rezou".</i> O
homem que era Jesus também precisava de rezar. Não só para cultivar a
intimidade com o Pai, mas também para discernir a sua vontade e beber na
Fonte da Vida. <i>"Sem mim nada podeis fazer"</i> (Jo 15,5) é uma experiência que Jesus fez, antes de no-la dizer a nós!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">c) Jesus evangeliza</span></b><span style="font-size: 14pt;">: <i>"Vamos a outro lugar, às aldeias vizinhas, para que eu pregue também lá".</i> Jesus
quer chegar a todo o lado, porque onde ele chega o fermento do Reino
começa a fermentar a massa do mundo. Mas quais são as mãos que levam o
fermento ou o sal do Evangelho à realidade do mundo? As nossas! <i>"Ai de mim se eu não anunciar o evangelho!"</i>, diz hoje São Paulo na segunda leitura. E este "ai de mim!" não é só do Apóstolo, mas de cada cristão!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">4. Por fim, notemos como o evangelista sublinha a atitude de PROXIMIDADE</span></b><span style="font-size: 14pt;">: <i>"Aproximou-se [da sogra de Simão] e fê-la levantar-se, tomando-a pela mão"</i>;
sai ao encontro da multidão de doentes e possessos reunidos à porta;
percorre a Galileia ao encontro de quem precisa de uma palavra de
esperança e de um gesto de conforto.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">Não será este um apelo urgente à Igreja</span></b><span style="font-size: 14pt;"> -
isto é, a cada um de nós - para se "converter"... ao mundo?! isto é,
para ir ao encontro das pessoas?! para estar presente onde a humanidade
sofre e luta?! Queixamo-nos de que as pessoas abandonaram as nossas
igrejas e talvez ainda esperemos por um milagre: que reconsiderem e
voltem, mas agora é óbvio que não será assim. Somos nós que devemos sair
e estar ao lado deles numa atitude de serviço humilde. Mas para isso é
preciso que o Senhor venha ao nosso encontro e nos faça levantar,
tomando-nos pela mão, libertando-nos da febre do triunfalismo. Quando
esperaríamos como primeiro milagre algo de sensacional, Marcos
apresenta-nos a cura da sogra de Simão, o mais humilde dos milagres, mas
talvez o mais significativo!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">Exercício para a semana<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">1) Tentar concretizar na minha vida (pelo menos um pouco!) um dos quatro desafios que mencionámos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">2) Interrogar-me sobre a minha reação à afirmação de Paulo: <i>"Ai de mim se não anunciar o Evangelho!</i> Comboni dizia: <i>"O missionário não pode ir sozinho para o céu. Sozinho irá para o inferno!"</i>. E o que pensar do cristão que só espera "salvar a sua própria alma"?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><i><span style="font-size: 14pt;">P. Manuel João Pereira Correia<o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">Verona, 2 de fevereiro de 2024<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">P. Manuel João Pereira Correia mccj<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">p.mjoao@gmail.com<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">https://comboni2000.org</span></p>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-81888213439314781582024-01-27T17:08:00.000+00:002024-01-27T17:08:05.760+00:00Jesus, o Nazareno, profeta poderoso em palavras e obras - Pe. Manuel João, MC<p> <b style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 14pt;">Jesus, o Nazareno, profeta poderoso em palavras e obras</span></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">Ano B - Tempo Comum - 4º Domingo<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">Marcos 1,21-28: <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">Aqui
estamos nós a seguir Jesus, na companhia de Simão e André, Tiago e
João, depois do apelo de domingo passado. Jesus leva-nos com ele a
Cafarnaum, uma cidade a norte do lago da Galileia. Este será o nosso
primeiro dia com ele. Um dia memorável que se chamará o "Dia de
Cafarnaum", um dia típico da atividade de Jesus. Começamos hoje e
concluímo-lo no próximo domingo. Neste primeiro dia, encontramos o
programa de todo o evangelho. As duas primeiras actividades de Jesus,
segundo este evangelho, são o ensino e o exorcismo. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">O Profeta e a Palavra com autoridade<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">É
sábado e "imediatamente" o Mestre entra na sinagoga e, após a
proclamação das duas leituras, a primeira da Torá de Moisés (o
Pentateuco) e a segunda dos Profetas, Jesus toma a palavra. E todos
ficam maravilhados: <i>"Porque os ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas".</i> Os escribas eram os profissionais das Escrituras, mas <i>"não tinham autoridade"</i>!
De facto, limitavam-se a relatar os pareceres de outros rabinos
famosos, palavras antigas feitas de leis e preceitos que amarravam ainda
mais as pessoas. Jesus, pelo contrário, não recita um papel, fala com
autoridade, traz novidade, toca os corações e desperta a vida. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">A
primeira tarefa de Jesus é ensinar. O texto fala quatro vezes de
ensinar e de ensinamento. No evangelho de Marcos, encontramos o verbo
ensinar 50 vezes, sempre dito de Jesus (exceto uma vez que se refere aos
discípulos). Não se diz o que ele ensina "porque o que ele ensina é o
que ele faz" (Silvano Fausti).<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">Ele é o Profeta prometido por Deus através de Moisés: <i>"Suscitar-lhes-ei um profeta do meio dos seus irmãos e porei as minhas palavras na sua boca"</i> (primeira leitura, Deuteronómio 18,15-20). Jesus é o Profeta e é a própria Palavra de Deus. <i>"Um grande profeta surgiu no meio de nós",</i> dizem as multidões (Lucas 7,16). Os dois discípulos de Emaús vão apresentá-lo como: <i>"Jesus, o Nazareno, que era profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo"</i> (Lc 24,19).<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">O
título de profeta atribuído a Jesus foi pouco desenvolvido na tradição
cristã. Talvez devêssemos redescobri-lo. Diz-se hoje com frequência que a
Igreja está a perder autoridade e credibilidade. A "boa nova" do
Evangelho não pode ser proclamada sem a unção profética de Jesus: <i>"O
Espírito do Senhor está sobre mim; por isso, ele me ungiu e me enviou
para levar a boa nova aos pobres, para proclamar a libertação aos
cativos e a recuperação da vista aos cegos, para pôr em liberdade os
oprimidos, para proclamar o ano de graça do Senhor. </i>(Lucas 4,18-19).
O que é urgente para a Igreja é um "novo ensinamento" que desperte a
esperança e aqueça os corações. É urgente que cada batizado redescubra a
sua vocação de profeta, recebida pela unção do Espírito. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;">A Palavra de Jesus destrói o espírito impuro <o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><i><span style="font-size: 14pt;">"E
eis que na sinagoga deles estava um homem possuído por um espírito
impuro, e começou a gritar, dizendo: 'Que queres de nós, Jesus de
Nazaré? Vieste para nos arruinar? Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!</span></i><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">É
sábado e estamos na sinagoga, ou seja, num tempo e num espaço sagrados.
O que faz ali este espírito impuro? Parece ser um frequentador habitual
da sinagoga. Estava sempre ali, calado e sem ser incomodado. Mas hoje
começa a gritar! Os sermões dos escribas parecem nunca o terem
incomodado, mas este "novo ensinamento" de Jesus ele não o suporta. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">E
nós podemos perguntar-nos: não será este "espírito impuro" um fiel
frequentador também das nossas assembleias? Não estará a dormir sem ser
perturbado nalgum recanto profundo e escuro dos nossos corações? E, se
for esse o casso, por que é que não se manifesta? Não nos estará a
faltar este "ensinamento novo"?! Ou será que se habituou a um
"evangelho" domesticado? Os "demónios" mais perigosos não são os que
vemos fora de nós, mas os que se escondem dentro de nós, esses
"espíritos impuros" que contaminam e enfraquecem as nossas "obras e
palavras"!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">E Jesus ordenou-lhe com firmeza: <i>"Cala-te! Sai dele! E o espírito imundo, arrastando-o e gritando em alta voz, saiu dele".</i> Este
é o primeiro "milagre" de Jesus apresentado por Marcos: um exorcismo.
Jesus realiza-o apenas com a sua palavra. E todos na sinagoga ficam
ainda mais espantados: <i>"Que é isto? Um ensinamento novo, dado com autoridade. Ele até dá ordens aos espíritos imundos e eles obedecem-lhe!"</i>.
Marcos apresenta o seu evangelho como uma luta entre o bem e o mal.
Satanás é vencido por Jesus. Chegou o "homem forte" (Mateus 12,29) que
vem libertar o homem, a obra-prima de Deus!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">Mas
quem ou o que é este "espírito impuro"? Os evangelistas, em particular
Marcos, traduzem "demónio" por "espírito impuro". Encontramos cerca de
cinquenta vezes a referência a "demónios" no Novo Testamento, e quase
metade no evangelho de Lucas (23). Para dizer a verdade, o Antigo
Testamento é bastante sóbrio em relação à demonologia, mas, no tempo de
Jesus, ela estava a florescer. Muitos fenómenos e males estranhos ou
doenças psíquicas e mentais eram atribuídos a "demónios". É natural,
portanto, que se encontre esta influência cultural também nos
Evangelhos. O mal sempre existiu e, seja qual for o nome que lhe
atribuamos, permanece sempre um mistério. Seja como for, a palavra de
Jesus vence o mal e liberta este homem. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">Mas
então, o demónio existe ou não? Hoje em dia, há um certo mal-estar em
falar dele. O conhecido biblista Gianfranco Ravasi diz: <i>"Na
realidade, ele é uma figura ativa nas páginas do Novo Testamento. A
palavra de origem hebraica satanás aparece 36 vezes e a equivalente de
origem grega diábolos 37 vezes. Trata-se, portanto, de uma presença
significativa que não pode ser facilmente eliminada como se fosse um
resquício mítico popular"</i>. Parece-me que devemos evitar os dois
extremos: ver a presença e a influência do "demónio" em todo o lado ou,
pelo contrário, negar a sua existência. Giovanni Papini dizia: <i>"A última astúcia do demónio foi espalhar o rumor da sua morte"</i>. Em todo o caso, o cristão não é chamado a falar do demónio e do doente, mas a anunciar que <i>"Jesus, o Nazareno, profeta poderoso em obras e em palavras"</i> é a única esperança para a humanidade de hoje, sedenta de liberdade, mas escravizada por tantos demónios!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><i><span style="font-size: 14pt;">P. Manuel João Pereira Correia<o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;">Castel d'Azzano (Verona) 26 de janeiro de 2024<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 14pt;"><a href="mailto:p.mjoao@gmail.com" style="color: #954f72;">p.mjoao@gmail.com</a></span></p>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-73562384510926014612024-01-21T19:34:00.001+00:002024-01-21T19:34:19.489+00:00A DIFÍCIL UNIDADE DOS CRISTÃOS Frei Bento Domingues, O.P.<p> </p><p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">1.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> Uma história breve:
o Papa Leão XIII (1810-1903) tinha pensado promover uma novena pela unidade dos
cristãos, </span><span style="color: #1d1d1d; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Open Sans";">aproveitando
a semana que vai do dia da Ascensão à festa de Pentecostes. Mais tarde, a ideia
foi muito divulgada por Paul Wattson (1863-1940), um anglicano que se tornou
católico romano. A proposta de data feita por Wattson era outra: de 18 de Janeiro
(festa da cátedra de S. Pedro em Roma) a 25 de Janeiro (festa de S. Paulo). Estariam
assim representados, nos dois apóstolos, estilos diferentes de vivência cristã
(1908). Mas, de acordo com a mentalidade católica da época, pensava-se em
unidade como retorno de todos os cristãos à Igreja com sede em Roma. Como era
de esperar, tal proposta não foi bem aceite por ortodoxos e protestantes. Em
1926, o movimento <i>Fé e Constituição</i>, que mais tarde esteve na origem da
formação do Conselho Mundial de Igrejas, lançou um apelo para a realização de
uma Semana de Oração pela Unidade, a ser feita nos dias que antecedem a festa
de Pentecostes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="color: #1d1d1d; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Open Sans";">Um grande
impulso veio do padre católico francês Paul Couturier (1881-1953), a partir de
1935. Mas desta vez, a proposta mostrava uma abertura da parte católica: não se
tratava de um retorno ao catolicismo, mas da reunião fraterna de Igrejas, cada
uma com a sua identidade. O Pe. Couturier dizia: «Que chegue a unidade do Reino
de Deus, tal como Cristo a quer e pelos meios que ele quiser!» Esta
atitude ficou mais fácil para os católicos depois do Concílio Vaticano II
(1962-1965), que reconheceu valores nos então chamados <i>irmãos separados</i>
e nas suas Igrejas, afirmando que a fé comum em Cristo é princípio de comunhão
e assumindo a proposta ecuménica que respeita a identidade religiosa do outro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="color: #1d1d1d; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Open Sans";">A partir
de 1968, a Semana é preparada conjuntamente pelo Pontifício Conselho para a
Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Mundial de Igrejas, representado pela sua
comissão <i>Fé e Constituição</i>. A data pode variar. Na Europa, em geral, a
Semana vai de 18 a 25 de Janeiro, como é o caso em Portugal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="color: #1d1d1d; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Open Sans";">2.</span></b><span style="color: #1d1d1d; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Open Sans";"> O movimento ecuménico assume as
características de cada época. Na crónica do Domingo passado, disse que </span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">o
Papa Francisco, no seu discurso anual ao Corpo Diplomático acreditado na Santa
Sé, mostrou-nos, de forma documentadíssima, a nossa tarefa urgente de
desenvolver todo o género de iniciativas para encontrar os caminhos da paz, num
mundo semeado de guerras. Estas não são inevitáveis, são um desafio à nossa
imaginação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #1a1a1a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Um dos grandes teólogos do
movimento ecuménico, Hans Küng (1928-2021), sustentava que «não haverá paz
entre as nações, se não existir paz entre as religiões; não haverá paz entre as
religiões, se não existir diálogo entre as religiões; não haverá diálogo entre
as religiões, se não existirem padrões éticos globais; o nosso planeta não irá
sobreviver se não houver um ethos global, uma ética para o mundo inteiro».<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #1a1a1a; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">As religiões andaram em
guerra e, em muitos sítios, ainda andam. Inclusivamente, as várias Igrejas
cristãs viveram em grandes conflitos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Ao promover a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
ao serviço de toda a Humanidade, não podemos esquecer que, presentemente,
países com grande presença de cristãos vivem em guerra entre si. Este facto nega
a condição de cristãos. No entanto, não se pode desistir da proposta de oração
porque a condição dos cristãos, neste mundo, é a de viver sempre em processo de
conversão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Qual tem sido o papel do cristianismo na guerra entre a
Rússia e a Ucrânia e no interior da Rússia e da Ucrânia? O cristianismo é uma
força anti-guerra ou não?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Todos os movimentos tendem a envelhecer com o envelhecimento
dos seus membros. Não seria importante incidir a Oração pela Unidade dos
Cristãos no movimento da JMJ?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Em Agosto passado, Lisboa acolheu jovens cristãos de todo
o mundo que, durante uma semana, viveram em fraterno convívio, oração e
reflexão. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">Na viagem de regresso a Roma, o Papa declarou que era a
sua quarta JMJ, a mais numerosa e a melhor preparada. «O</span><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">s jovens são uma surpresa. Os jovens
são jovens, fazem brincadeiras – a vida é assim! –, mas procuram olhar para a
frente... eles são o futuro. A questão é acompanhá-los, o problema é <i>saber</i> acompanhá-los,
e fazer com que não se separem das raízes. Por isso insisto tanto no diálogo
entre idosos e jovens, avós com netos. (…) Os jovens são religiosos; procuram
uma fé não invasiva, uma fé não artificial nem legalista, mas um encontro com
Jesus Cristo. E isto não é fácil. É uma experiência...»<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-9052/A%20DIF%C3%8DCIL%20UNIDADE%20DOS%20CRIST%C3%83OS.docx#_edn1" name="_ednref1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Esta
proposta de combinar a oração pela unidade dos cristãos e a JMJ pode-se dizer
que corre o risco de se anularem mutuamente, em vez de ser um mútuo
robustecimento. De qualquer modo, seria uma possível perspectiva de futuro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Neste mesmo período, realizou-se o Fórum Económico Mundial em
Davos (Suíça). O Papa Francisco enviou uma importante mensagem. Começou por
dizer que esta<span style="background: white;"> reunião anual «tem lugar num
clima muito preocupante de instabilidade internacional.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">«A paz que os povos do nosso mundo desejam não
pode ser senão fruto da justiça (cf. Isaías 32, 17). Por conseguinte, não basta
pôr de lado os instrumentos bélicos, mas há que afrontar as injustiças que são
a raiz dos conflictos. Entre as mais significativas está a fome, que continua a
assolar regiões inteiras do mundo, enquanto outras se caracterizam por um
excessivo desperdício de alimentos»<a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-9052/A%20DIF%C3%8DCIL%20UNIDADE%20DOS%20CRIST%C3%83OS.docx#_edn2" name="_ednref2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Tahoma; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">3.</span></b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"> Em
cada ano, é um país diferente que elabora a <i>Oração pela Unidade dos Cristãos</i>.
Este ano foi </span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Burkina Faso</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;">. Sentiram a necessidade de centrar a oração no
que há de mais decisivo no Cristianismo: o amor de Deus no amor do próximo<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">É um país localizado na África Ocidental que
inclui os países vizinhos do Mali e Nigéria.
Tem 21 milhões de habitantes pertencentes a
sessenta etnias. Em termos religiosos, aproximadamente, 64% da
população é muçulmana, 9% é adepto das religiões tradicionais africanas e 26%
professa a fé cristã (20% católicos, 6% protestantes).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">O país tem sofrido com a proliferação de ataques
terroristas, a ilegalidade e o tráfico de pessoas. Esta situação já causou mais
de três mil mortos e cerca de dois milhões de pessoas foram deslocadas no
interior do país.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">O convite para trabalhar em conjunto, nos textos da
Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2024, desafia as diferentes
Igrejas de Burkina Faso a caminhar, orar e trabalhar juntas em amor mútuo
durante este período difícil para o seu país. O amor de Cristo, que une todos
os cristãos, é mais forte do que as suas divisões e os cristãos
de Burkina Faso comprometem-se a trilhar o caminho do amor de Deus no amor
ao próximo. Estão confiantes de que o amor de Deus vencerá a violência que
atualmente aflige o seu país.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">A insistência na Oração pela Unidade dos Cristãos
lembra-nos que, sem espírito de abertura permanente ao mistério de Deus e do
ser humano, não conseguimos viver a fé cristã.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">21 Janeiro 2024<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: endnote-list;"><!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-9052/A%20DIF%C3%8DCIL%20UNIDADE%20DOS%20CRIST%C3%83OS.docx#_ednref1" name="_edn1" style="mso-endnote-id: edn1;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span class="MsoHyperlink"><a href="http://www.vatican.va/">www.vatican.va</a></span> <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="edn2" style="mso-element: endnote;">
<p class="MsoEndnoteText"><a href="file:///C:/Users/Pinheiro/AppData/Local/Temp/pid-9052/A%20DIF%C3%8DCIL%20UNIDADE%20DOS%20CRIST%C3%83OS.docx#_ednref2" name="_edn2" style="mso-endnote-id: edn2;" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span class="MsoHyperlink"><a href="http://www.vatican.va/">www.vatican.va</a></span><o:p></o:p></p>
</div>
</div>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8412504956971782004.post-33350238189054036012024-01-21T19:31:00.001+00:002024-01-21T19:31:38.087+00:00Uma questão de tempos! - Pe. Manuel João, MC<p> <b style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 13pt;">Uma questão de tempos!</span></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 13pt;">Marcos 1,14-20</span></b><span style="font-size: 13pt;">: <b><i>O tempo está cumprido e o Reino de Deus está próximo; convertei-vos e acreditai no Evangelho!<o:p></o:p></i></b></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">Com
o terceiro domingo do Tempo Comum, retomamos o nosso caminho de fé,
revivendo a aventura de Jesus tal como nos é apresentada no evangelho de
São Marcos, o primeiro dos evangelhos, no qual podemos respirar a
frescura dos inícios. Que o Espírito Santo nos conceda "a graça dos
começos" para retomarmos o caminho com o entusiasmo da primeira hora! <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">Estamos
conscientes de que a tarefa está longe de ser fácil. A experiência dos
nossos fracassos pessoais, o sentimento de cansaço a nível eclesial e o
ambiente de indiferença e ateísmo que nos rodeia contribuem para nos
desmotivar. Em todo o caso, a perspetiva de escolher entre duas
alternativas antagónicas (não há terceira via!) pode estimular-nos: por
um lado, o sério risco de sermos sugados pelo vórtice da falta de
sentido da vida; por outro, a crença na perene novidade do Evangelho. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">No fundo, trata-se da escolha dramática que a palavra de Deus nos apresenta desde sempre: "<i>Eis que hoje te proponho a vida e o bem, a morte e o mal</i>". (Deuteronómio 30,15). Sabemos bem que, para percorrer o caminho da vida, precisamos da graça, pois: "<i>até
os jovens trabalham e se cansam, os adultos tropeçam e caem; mas os que
esperam no Senhor recuperam as forças, ganham asas como águias, correm
sem se cansar, caminham sem se fatigar</i>". (Isaías 40:30-31).<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 13pt;">1. Uma questão de "tempos"!<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">Gostaria de abordar a Palavra de Deus de hoje na perspetiva do "tempo". A categoria do tempo une as três leituras. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">Na primeira leitura, fala-se de uma questão de dias: Jonas é enviado a Nínive, "<i>uma cidade muito grande, de três dias de caminho</i>", e o profeta começa a percorrê-la "<i>durante um dia de viagem</i>", anunciando um prazo: "<i>Mais quarenta dias e Nínive será destruída!"</i><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">Na segunda leitura, o apóstolo Paulo diz à comunidade de Corinto que "<i>o tempo escasseia</i>".<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">No Evangelho, Jesus proclama que "<i>o tempo está cumprido!".</i> Encontramos ainda no evangelho o advérbio temporal "agora", que é um forte apelo à urgência destes "tempos". <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">Há tempos e tempos, tempos de "<i>chronos</i>" e tempos de "<i>kairos</i>", tempos neutros e tempos "oportunos". O nosso problema é não saber discerni-los (Lucas 12,54-56). "<i>Tudo tem o seu tempo, e cada acontecimento tem o seu tempo debaixo do céu"</i>, diz o Qohèlet (3,1). Creio que se praticássemos o discernimento dos tempos, a nossa vida mudaria radicalmente. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 13pt;">2. Há um tempo para cada coisa!<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">Penso, em primeiro lugar, que a anotação do Evangelho: "<i>Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia, anunciando o Evangelho de Deus</i>",
é muito significativa. Há um tempo para começar e um tempo para
terminar. João termina o "seu tempo" e Jesus percebe que chegou o "seu
tempo": deixa Nazaré e vai para Cafarnaum, junto ao lago. Jesus sente
que chegou o momento da passagem de testemunho e de assumir o lugar de
João. Isto exige, de ambos, uma grande coragem: para Jesus, é o momento
de assumir abertamente e arriscar a sua própria vida; para João, é o
momento de se retirar! <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">Este
discernimento falta-nos muitas vezes, numa sociedade em que os adultos
se iludem de que permanecem eternamente jovens, de que podem começar uma
nova vida em qualquer idade, ou de que se agarram a um estilo de vida
que já deviam ter a coragem de "largar". Por outro lado, muitos jovens
continuam a adiar o momento da tomada das grandes decisões. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 13pt;">3. O tempo está cumprido, mas... tornou-se breve!<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">Num simples versículo, Marcos apresenta a síntese da pregação de Jesus em quatro pontos: "<i>O tempo está cumprido e o Reino de Deus está próximo; arrependei-vos e acreditai no Evangelho!"</i>Dois anúncios, seguidos de dois convites (imperativos)!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><i><span style="font-size: 13pt;">O tempo está cumprido e o Reino de Deus está próximo</span></i></b><span style="font-size: 13pt;">:
o tempo amadureceu e Deus tornou-se próximo. É um tempo favorável, uma
oportunidade a aproveitar sem duvidar. "Aquele tempo" de Jesus é o
início de um tempo que dura ainda hoje, para o anúncio do Evangelho. Mas
isto não significa que eu possa esperar por "amanhã", porque é "hoje": "<i>Eis agora o tempo favorável, eis agora o dia da salvação!"</i> (2 Coríntios 6,2). É por isso que São Paulo sublinha que "<i>o tempo escasseia</i>". Não há tempo a perder! E o autor da Carta aos Hebreus diz-nos: "<i>Exortai-vos, antes, uns aos outros todos os dias, enquanto dura este dia!</i>" (3,13). É hoje que Jesus passa e nos convida a segui-lo. Santo Agostinho dirá: "<i>Teme a Deus que passa uma vez e não volta mais!</i>”<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><i><span style="font-size: 13pt;">Convertei-vos e acreditai no Evangelho! </span></i></b><span style="font-size: 13pt;">O
apelo à conversão assusta-nos, digamo-lo! Ouvimo-lo muitas vezes e
talvez, com um esforço de boa vontade, tenhamos até tentado mudar, mas
com poucos resultados e desanimámos. E arriscamo-nos a deixar de levar a
sério este convite. Porquê este nosso fracasso? Talvez porque tenha
havido pouco evangelho na nossa "conversão". Passámos ao lado da segunda
parte do convite do Senhor: "<i>Acreditai no Evangelho</i>". O
Evangelho é a alavanca para a "mudança de mentalidade" (é isto que
significa "conversão"). E não se muda de um dia para o outro. É preciso
um trabalho paciente e quotidiano de escuta da Palavra de Deus e de
abertura à ação do Espírito Santo. A primeira conversão é à Palavra e à
oração!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><i><span style="font-size: 13pt;">4. Um tempo de urgência!<o:p></o:p></span></i></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">É
uma conversão permanente, mas isso não nos retira a urgência de
responder ao apelo de Jesus: "Segue-me!". Um dos traços mais marcantes
de Jesus no evangelho de Marcos é o sentido de movimento, de pressa e de
urgência. Encontramos o advérbio "imediatamente" (euthys) inúmeras
vezes: onze vezes no primeiro capítulo. Simão e André, Tiago e João
captam este sentido de urgência e "<i>deixaram imediatamente as redes e seguiram-no</i>",
sem saberem ainda como ou porquê. Os ninivitas de Jonas também se
apercebem da gravidade do momento e convertem-se imediatamente. Esta
urgência do tempo que "<i>se faz breve</i>" leva Paulo a dizer aos Coríntios que relativizem tudo o resto. E nós, temos este sentido de urgência em seguir Jesus?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><b><span style="font-size: 13pt;">Exercício para a semana<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">No
início do dia, lembre-se do girassol e vire a corola do seu coração
para o Sol de Cristo. E cada um dos seus dias será um dia de
"conversão"!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">P. Manuel João Pereira Correia <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;">Castel d'Azzano (Verona) 20 de janeiro de 2024 <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="caret-color: rgb(0, 0, 0); font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-size: 13pt;"><a href="mailto:p.mjo%C3%A3o@gmail.com" style="color: #954f72;">p.mjoao@gmail.com</a></span></p>AAA Combonianoshttp://www.blogger.com/profile/17032284023752988240noreply@blogger.com0