quinta-feira, 25 de junho de 2015

A PROPÓSITO DE UM PROFESSOR GREGO - Pontos de vista

Na sequência de um email do Isidro sobre a posição de um professor grego a propósito da crise que a Grécia vive e a forma como os Gregos são vistos pelos restantes europeus, gerou-se uma interessante troca de opinióes entre antigos alunos que partilho convosco. Aqui publico o email do Isidro e as outras posições são publicadas na rubrica Comentários.



No dia 18 de junho de 2015 às 21:48, Isidro Almeida <isidroalmeida@gmail.com> escreveu:

Subject: Como um grego ensina a um alemão a história das dívidas



8 comentários:

  1. ---- Original Message -----
    From: jorge silva
    To: Isidro Almeida

    Subject: Re: Como um grego ensina a um alemão a história das dívidas


    ........ A RESPOSTA DESTE PROFESSOR GREGO CONFIRMA QUE OS GREGOS,

    DE FACTO, VIVEM AINDA NO MUNDO DOS DEUSES DO OLIMPO....E DE LÁ NÃO QUEREM

    SAIR E POISAR NA TERRA.....

    ...DEVERIA INCLUIR NOS SEUS DEVEDORES O IMPERIO ROMANO --- COM A SUBJUGAÇÃO

    DA GRECIA AO PODEERIO ROMANO......

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  2. Jorge Silva e demais amigos/conhecidos,

    Agradeço o envio desta mensagem e do correlativo youtu.be, adrede enviado pelo Isidro.
    https://youtu.be/QZeg8blIvFA

    Me dei ao trabalho de ouvir.
    E dou razão ao professor grego.

    De fato, pelo que tenho lido, a Alemanha não cumpriu o que ficou estabelecido de indenizações à Grécia, apos as duas guerras mundiais.
    E suas valiosíssimas obras de arte, especialmente esculturas, de fato, estão espalhadas por vários museus da Europa. Pessoalmente vi algumas, originais, nos museus de Paris, Vaticano e Londres.

    Com certeza não foram vendidas pelo povo ou por governos gregos..., mas furtadas por Romanos, Napoleão, Hitler, etc....

    Daí, meu amigo Jorge, querer rir dos gregos e afirmar que:

    "VIVEM AINDA NO MUNDO DOS DEUSES DO OLIMPO....E DE LÁ NÃO QUEREM SAIR E POISAR NA TERRA.....
    e:
    ...DEVERIA INCLUIR NOS SEUS DEVEDORES O IMPERIO ROMANO --- COM A SUBJUGAÇÃO DA GRECIA AO PODERIO ROMANO...... "

    não chega a ser um discurso sério.

    Será que a Ângela Merkel está mesmo conseguindo fazer lavagem cerebral a toda a Europa, inclusive a desavisados portugueses?
    Se for verdade, Jorge, vou ficar triste com a submissão acrítica e fraca, de "inteligentzia" lusa ao rolo compressor "alemão - soberbo gado".

    Abraço

    João Tavares
    (usei, hoje, a grafia brasileira)

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  3. Pois é, caros amigos
    Esta é mais uma resposta de abraço a todos, com a minha nova lide, política, perdi todo o meu tempo para mim e para os amigos. E não vejo como posso inverter o caminho, estou para mim que só em outubro 2017, termo do mandato e compromisso, e que o conseguirei.
    Mas adiante, como desculpa, só posso entender este compromisso como missão aos outros, afinal o ideal de menino que todos, de uma outra maneira, escolhemos, continua vivo, só ele me ajuda a cumprir e Deus sabe quanto, por vezes e tantas vezes desanimo.

    Mas, respondendo politicamente, é disso que se trata, talvez que a síntese entre o Jorge e o João (o que escreveram) seja a (quase) solução para este dilema, ou seja, aquilo que chamamos pragmatismo, meio caminho entre o racional e o empírico que outros definem como equilíbrio é bom senso.

    Como sabemos a democracia como sabemos a democracia iniciou-o seu caminho com Pericles, na antiga Grécia (corrijam se estou enganado, a minha distração, também a idade, por vezes confundem-me e não quero confundir os outros). E, como democracia que era - o poder às maiorias - e, em consequência, aos mais pobres (estes foram a grande maioria desde sempre é assim continuam) não se percebe como é que os pobres não detém esse mesmo poder, sim os ricos, congregados nas grandes corporações a que vulgarmente chamamos mercados mais conhecidos por "capitalismo selvagem" (o Jorge, exBES, sabem bem do que falo e, aliás, eu também, de certa forma estivemos ao seu serviço, ingénuos e distraídos perante a tolice que, desde o derrube do muro de Berlim, mais se acentuou),

    Ora, por que é que a democracia de Pericles e a política de Aristóteles e tantos outros filósofos gregos, não sobreviveu ou, se quisermos, foram adulterados em termos de conceito e expressão?

    Exatamente, como foi dito de outra forma: por causa do (seu) império romano, foram os romanos que submeteram os gregos e, na sua ganância de enriquecerem e submeterem outros povos ao seu jugo e império, confundindo o que ele tinha de bom e exemplar como nova civilização que era, cedo perceberam que as terras do Lacio eram fabulosas para agricultura daí que, foi um passo para nascerem o que hoje chamamos latifundiários, que deram origem aos patrícios, depois aos senadores, enfim, a governação dos mais poderosos.
    ( Continua...)

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  4. Em resumo, foi este tipo e forma de organização política que, de algum modo e outras nuances, sobrevive até hoje e todos conhecemos.

    Mas também é verdade que a política (entendida como Aristóteles, a relação e governação da cidade, da polis) não é para todos. Por um lado, para quem tem uma preparação técnica da gestão da coisa pública e, por outro, um profundo conhecimento da filosofia que ela, a política, contém enquanto doutrina social (repito, social, para todos, sem exceção) mas também uma enorme dose de ética e respeito pelos outros.

    Complicado? Claro, é óbvio, mas também muito difícil, por isso aqui estamos, nós, os gregos, os franceses, os italianos, parece-me que só uma. Informa-se países escapa, curiosamente aqueles que tiveram a coragem de revolucionar um certo conceito de catolicismo com Lutero, Calvino e outros.

    Sairemos daqui? Tenho dúvidas e falo como político no terreno. Digo no terreno e preocupado porque, embora todos sejamos políticos, é aqui que está o cerne do problema é a principal razão por que isto não muda, exatamente o afastamento do cidadão daquilo que é sua obrigação e lhe pertence, exatamente aquilo que chamamos direito de cidadania, o direito e também o dever de intervir criticamente. Na verdade, só sabemos intervir para criticar e, pior ainda, quase sempre de forma contundente e negativa.

    Termino mesmo com aquela célebre frase de Kennedy no seu discurso de tomada de posse quando se dirigiu aos americanos e lhes pediu que não esperassem pelo que a América poderia fazer por eles mas que procurassem fazer algo pela América (mais ou menos foi esta a ideia).

    Perdão pela extensão, agradeço a vossa paciência e, já agora, vejam se podem fazer alguma coisa por mim, corrigindo-me nesta síntese crítica ao vosso pensamento.

    Continuaremos ligados a esta corrente, sinal que estamos vivos e, já agora, com os neuróticos e sinapses em bom estado de conservação, e o que mais me preocupa nesta idade u tanto trôpega de pernas e demais esqueleto.

    Abraço, outro, agora muito apertado, irmãos da mesma escola

    Antonio Castanheira Gouveia

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  5. Reconheço-me em muito do que dizem . Outra coisa não seria de esperar tendo nós bebido do mesmo leite e comido do mesmo queijo oferta da " generosidade" do governo americano...
    Gostei da lição de história da " democracia " do Gouveia. Já quanto à lição do prof grego, tenho muitas interrogações. Custa-me a crer que alguem tenha "obrigado" os gregos ou os portugueses ou os espanhóis ou os...a desbaratar as "ajudas" concedidas ao longo dos anos em bens improdutivos, superflos e ainda por cima de origem alemã. Poderiam ter comprado Fiats, Seats, Citro's ou 4Ls, etc em vez de Mercedes ou Bmw´s. Poderiam ter contratado empresas russas ou portuguesas para costruir as suas autoestradas. Essa foi sempre a nossa sina ao longo da nossa história. Os Gregos, tal como nós, fomos incapazes de gerir bem os recursos que o engenho , a arte e o desespero de muitos dos nossos concidadãos nos foi colocando à nossa disposição.
    Eu interrogo-me muitas vezes das razões que fizeram da Bélgica, da Suiça, da Holanda...para só referir alguns dos países com dimensões humanas e territoriais semelhantes ou até inferiores às nossas, desprovidos de recursos naturais valiosos, comtemplados com condições climatéricas mais agrestes do que as nossas...e, apesar disso, beneficiam de um progresso material e social que nos faz inveja. Parece haver muitas explicações antropológicas , religiosas e outras. Haverá certamente. Elas não podem de modo algum livrar-nos da responsabilidade que temos de assumir em tudo isso. Os Gregos, nós e muitos outros povos...fomos fazendo as nossas escolhas ao longo da história. Quando reconhecemos o buraco em que nos metemos, por nossa própria cabeça, temos de ter a coragem, não só de pedir ajuda, mas de mostrar àqueles que se mostram disponíveis , ainda que interessadamente, para nos ajudar que pretendemos mudar de rumo. Parece-me que a "arrogância" do pobre é tão nefasta quanto a " soberba" do rico.

    Caros Gouveia,Jorge e João Tavares, bem hajam por terem partilhado comigo as vossas preocupações e ideias. Se estiverem de acordo, publicá-las-ei no Blog da nossa associação.

    Um grande abraço para todos
    António Joaquim


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  6. Do Jorge Silva...
    Evidente que usei linguagem enfática, na minha apreciação critica da lição do Prof. Grego...
    pois que outra linguagem os gregos ( falando sempre dos mentores e difusores de utopias politicas) eles não entendem, nem querem entender.
    Apenas isto ...Porque é que os gregos comerciantes das ilhas ( e A Grécia tem quase meio território constituído por ilhas) não cobram IVA... Turista , que é turista, não é tão pobretanas que não suporte mais uns euritos nas suas deambulações por terras helénicas....
    ....Paguei ( ainda continua a pagar com a sobretaxa do IRS) com língua de palmo a dívida nacional , da qual fui pouco ou nada responsável ou favorecido...
    Já dizia o nosso conterrâneo "Bandarra" ...""ou há moralidade ou comem todos"" e eu , tenho para mim, que os gregos ( tomo sempre a parte pelo todo...não o todo pela parte) continuam a ter pouca moralidade nos seus devaneios de vida folgada...paga pelos outros, mesmo admitindo que esses outros sejam mais ricos, porque mais capazes e mais laboriosos.
    Isso da dívida à Grécia, mesmo não a negando, é agora "oportunistamente (?)" ofensiva...Poderia ter sido reclamada aquando da existência da Alemanha Federal e da RDA...ou não???
    Continuar a ver no "povo alemão" os maus da fita...cheira-me a "chauvinismo" a destempo.
    Faça-se justiça....O povo grego, tem direito à sua dignidade de pessoa humana...e a isso ninguém se opõe.... Mas daí a esperarem, sentados, que do OLIMPO lhes venha ambrósia e néctar como alimento...!!!!! ( disse eu : Jorge Silva)

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  7. Gente boa,

    Estou a gostar da discussão e da troca de pareceres sobre tão importante assunto.
    Acho isso sadio e construtivo. E muito oportuno.
    Da minha parte não faço oposição alguma a que seja publicado no "blog da nossa associação", como diz o António Pinheiro. Por favor, me dêem o endereço eletrónico do blog.

    E já agora, se alguém quiser espreitar o site que dirijo, em nome do MFPC (Movimento das Famílias dos Padres casados do Brasil), o endereço é:
    www.padrescasados.org . Em média, posto 2 artigos por dia e tem uma média de 500 acessos/dia. Sobre Igreja, Brasil, Mundo... (Política, Economia, Ecologia...)

    Abraço para todos

    João Tavares

    São Luís - Maranhão

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  8. From: Lauro Portugal
    Sent: Wednesday, June 24, 2015 11:00 PM
    To: Seminário Pinheiro Pinheiro
    Subject: Opiniões

    Estimado Presidente,

    Como moderador que és, envio-te o anexo.

    Abraços
    Laureano

    Gregos e germanos

    Agora em lide política,
    A fim de evitar enganos,
    Segue por estrada mítica
    O Gouveia, sem dar crítica
    A gregos ou a germanos.

    O Jorge, crendo em percurso
    Contrário a mal que nos cerque,
    Aos gregos não dá recurso,
    Fazendo seu o discurso
    Da Luísa Albuquerque.

    Homem de vasta doutrina
    E firme religião,
    Do Brasil lê-se o João:
    Que não, senhor, não afina
    P’lo mesmo diapasão.

    Presidente de bons modos,
    O António Joaquim
    Tem sabedoria a rodos
    E dos pareceres todos
    Dá seu parecer no fim.

    Com válida opinião
    Bem digna das grandes montras
    Não seria sem razão
    Ver a nossa Associação
    A brilhar no ‘Prós e Contras’.

    Eu que sou uma nulidade
    Nestes assuntos, presumo
    Que Varoufakis e Tsipras
    Coração fazem das tripas
    Marimbando-se em verdade
    Para abraços a acenos
    Dos europeus. Em resumo:
    Eles não vendo melhoras
    Em tesouros, em tesouras
    Também não estão abastados
    Como os nossos – pelo menos
    Não cortam nos reformados.

    Laureano
    23-06-2015

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