quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Lego, ergo, Sum - D M de 15 Ago

Ler é um valor essencial
para alargar os
nossos horizontes;
para amadurecer as
nossas perspectivas; para
ajudar a compreender a
complexidade e, ao mesmo
tempo, a simplicidade
da realidade e do mundo.
Ler para crescer, ler para
sonhar, ler para partilhar
e conviver.
Face à fragmentação
que os meios de comunicação
e as redes sociais
provocam em nós e que,
por vezes, nos dispersa e
empobrece, o recurso frequente
a um livro e consequente
diálogo sobre
ele é um verdadeiro bálsamo
ou oásis para o nosso
espírito e para o nosso
intelecto.
Ler é mais do que saber
dar voz às palavras, é
ser capaz de se recolher,
de habitar dentro de si
mesmo, de ler nas situações,
nos meandros, nos
requebros da vida e das
pessoas. É o grande diálogo
de mim para mim, de
mim para o outro e dos
outros para mim e para
nós, abrindo a possibilidade
de nos apercebermos
da grandiosa escala
de matizes da realidade
pessoal e social, criando
a possibilidade de ver o
mundo em várias dimensões,
todas diferentes, mas
complementares.
“Se há livros dos quais
as lombadas e as capas
são, com pouca diferença,
o melhor”, é um facto
que existem outros que
nos arrebatam, nos deleitam
e nos conquistam
verdadeiramente.
Nem é que todos os livros
ma rquem um antes
e um depois muito evidente
na nossa vida, mas
o que lemos muda-nos,
ou nos engrandece a alma
ou a enfraquece. À medida
que o tempo passa a nossa
personalidade reflecte,
tanto os livros que tenhamos
lido como aqueles
que não lemos. Quem, ao
longo dos anos, se nutre de
leituras selecionadas, com
bom critério, adquire um
olhar aberto sobre o mundo
e as pessoas, sabe medir-
se com a complexidade
das coisas e desenvolve
a sensibilidade necessária
para deixar de lado as banalidades
e não passar ao
largo diante das grandezas
da vida.
Non legere, sed eligere, será
o mote que deve impelir
a saber escolher, para bem
ler e poder desfrutar, com
obras diversificadas, ricas,
conscientes e coerentes,
pois não será tão útil
ler muito, como ler bem.
Lego, ergo, Sum, poderá
ser a feliz conclusão para
quem uma vida sem ler
não tem sentido, ou pelo
menos, não tem a mesma
qualidade, profundidade
e riqueza que só os livros podem dar.
Maria Susana Mexia

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