Tom Catena foi eleito “médico do ano” nos Estados Unidos, mas trabalha há uma década em Nuba (Sudão), onde atende em média 400 doentes por dia e faz mil cirurgias por ano. À Renascença diz que não se sente “um herói”, que é “a fé em Deus” que o move, e que se algum mérito os prémios que já ganhou têm, será o de chamar a atenção para o sofrimento do povo sudanês, que não pode continuar a ser ignorado.
“Como médico quero estar onde seja mesmo preciso, e no Sudão, em especial nas montanhas de Nuba, não havia um único médico para uma população de mais de um milhão de pessoas. Por isso foi uma grande oportunidade de trabalhar numa área onde fazia mesmo falta a minha ajuda”, conta à Renascença, acrescentando que como missionário católico esta também foi uma “escolha lógica”, porque “Cristo diz-nos para ajudarmos os irmãos e irmãs, portanto foi um chamamento muito direto o que senti”.
Enviado para o Sudão pela «Missão Médica Católica» americana, Tom Catena diz que a fé em Deus tem “muita importância” na sua vida. “Foi a fé que me empurrou para ir para as montanhas de Nuba e é a fé que me tem mantido lá. Sem isso acho que não conseguiria ficar 10 anos e querer continuar”. Até porque, apesar do trabalho ser “muito desafiante”, há “muita frustração por todas as coisas que acontecem”.
Em Nuba estão irmãs combonianas e alguns, poucos, sacerdotes dos Apóstolos de Jesus, uma congregação criada por padres combonianos no Quénia, onde Tom Catena também fez missão em 1992. No hospital uma das enfermeiras que colabora consigo é uma religiosa queniana.
O padre José Vieira, dos missionários combonianos, conheceu Tom Catena quando ainda estava no Sudão, e chegou a entrevistá-lo para a rede de rádio católicas que fundou naquele país.
A entrevista é de Ângela Roque, publicada pela Rádio renascença.
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