Corações pétreos, mais duros
que as pedreiras,
Valores pátrios estão lá bem
distantes
Em desfavor dos cidadãos
que, confiantes,
Lhes facultaram os assentos
nas cadeiras.
O mal redobra quando são
cabeças ocas
Cheias de nada como os poços
dos dois lados,
O coração nas mãos, nos pés,
com mil cuidados,
E com razão, que a condução
tem horas loucas.
Foi retirada tanta pedra até
ao fundo
Em tal acção de desvario,
que descamba
Para a loucura; segue
estrada em corda bamba,
Olhar de cima vê crateras de
outro mundo.
Mas não há olhos para ver o
tão visível?
Não há vontades de evitar
antes que tombe?
Cuidados mil não impediram
hecatombe,
Carros tombaram no abismo.
Foi horrível!
Uma tragédia que ao lugar
levou um fado,
Fado corrido que lhe fez parar
o cante.
Lugar de Borba, continues
doravante
Mais pelo vinho que por
pedras afamado.
Entre acontecimentos
inimagináveis,
Não fosse caso grave e
sério, dava riso
Pensar que a culpa foi do
vinho, que o aviso
Não chegou muito claramente
aos responsáveis.
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