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À martelada
Não há valor moral que mais motive
Do que dinheiro, casas, carros, ouro, prata,
E por isso se vive
E por isso se mata.
Dirigi vosso olhar para a fúnebre cena
Em que a filha, serena,
Sem pena mata a mãe à martelada,
Já depois de o sonífero surtir efeito
Que à pobre desgraçada
Ministrara a preceito.
Em demoníaca missão
Rega o corpo da mãe com gasolina,
Ateia fogo, inferno produzido
(Acto medonho que não tem perdão),
Com a cumplicidade do marido.
Martelo e comprimidos
Prova-se que são meios garantidos
De crimes de alta escola.
Um disse mata, outro, esfola,
Ou, melhor, queima, neste caso.
A curto prazo,
Ai para onde vais, país desvariado?
Em graus de vida reges-te pela bitola
Mais baixa, incluído
Imposto de valor diminuído.
Abraço
Lauro Portugal
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