celebremos a vida
afinal tão efémera
como o próprio fluir do tempo
que como diz platão
no timeu
não é senão
a imagem móvel da eternidade
e tão volátil
como as homéricas folhas
de outono
rodopiando ao sopro do vento
no chão frio
da terra exangue
celebremos
em serena harmonia
esta vida
que nos foi dada
e que temos
assim
tal como é
nem mais nem menos
ergamos com júbilo
a nossa taça
aos deuses
e aos demónios
sem discriminação
de ninguém
que todos eles
são importantes
rezando
e esconjurando
cantando
dançando e bebendo
à saúde inteira
da amizade
verdadeira
e vertical
celebremos pois a vida
num forte e apertado
abraço
coração a coração
sob o olhar vígil
e tutelar
das estrelas
benignas
afaguemo-la
ao ritmo e ao lume
da crepitante fogueira
dos afectos
no lar
capital
e sem par
da fraternidade
universal!...
( Fernando Paulo Carmo )
Para celebrar este último dia do ano e brindar ao Ano Novo que agora começa recorri a este magnífico ( na minha modesta opinião) poema do nosso colega e amigo Fernando Paulo que teve a gentileza de mo enviar estes dias. Apreciemos a vida e celebremo-la bebendo até ao fim os dias que ela nos consente.
António Pinheiro
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