terça-feira, 30 de maio de 2017
O Papa Francisco saúda os Missionários Combonianos
“Saúdo os Missionários Combonianos que estão a comemorar os 150 anos de fundação”, disse o Papa Francisco, no domingo, 28 de Maio de 2017, dirigindo-se aos peregrinos, que se concentraram na Praça de São Pedro, para o Regina Caeli.
sexta-feira, 26 de maio de 2017
Maio 2017-à guisa de relatório
No dia 6 de maio de
2017, tal como previsto, de vários pontos do país e do mundo (de Paris, da
Austrália…) houve gente a movimentar-se a caminho de Viseu. O ponto de encontro
estava há muito marcado: O SEMINÁRIO DAS
MISSÕES.
O dia estava solarengo e agradável. Daí que por volta das
10H30 já fosse possível iniciarmos a nossa reunião geral depois dos abraços do
reencontro.
Cantou-se o hino da
Associação e, terminado este, lembramos os ausentes que, por uma razão ou
por outra, não puderam estar presentes, mas fizeram questão de enviar uma
mensagem de amizade realçando a sua presença em espírito. Fizeram-se as
apresentações por ano de entrada e em grupo. Foi giro rever os que celebravam 50 e 60 anos de entrada para o
seminário! A alegria de reviver in loco esses tempos e junto dos colegas desse
mesmo tempo! Muita emoção junta!...
Passadas algumas poucas informações e feitos os
agradecimentos ao Superior da Casa
por nos receber, ao Provincial por
partilhar o dia connosco e aos colegas
que colaboraram nos contactos – o Isidro
de Aveiro, o Coelho de Barcelos
e o Sebastião de Santarém – e ao Ir. Valentim que nos tem espicaçado, foi
a vez do Ir. José Manuel nos falar
das suas vivências em terras de missão. A todos nos surpreendeu, já no fim da
sua exposição, quando nos apresentou
fotografias características de África ou das Américas, mas tiradas bem perto do
centro de Lisboa – Camarate, a sua nova terra de missão. Os Combonianos são
assim: encontram sempre “periferias” onde desenvolver o espírito de Comboni.
O Pe. José Vieira,
Superior Provincial, fez-nos de seguida o ponto de situação da congregação em
Portugal e das celebrações dos 70 anos da sua presença em Viseu, dos estudos
sobre a reorganização do dispositivo em terras lusas e até a nível da Europa.
O Pe. Manuel Augusto
fez-nos uma apresentação sumária do seu livro “ Uma História Singular” que concluíra para as comemorações dos 70
anos. Confesso-vos que o li com profunda emoção, pois que em cada capítulo me
sentia também um protagonista da história e me interrogava com frequência –
onde estava eu nesta altura?..Cada um de nós era capaz de a vários daqueles
capítulos acrescentar alguns subcapítulos que tornariam a história ainda mais
rica e personalizada. Acho que o autor poderia agora fazer aquilo que ele disse
que gostaria de ter feito- um romance, onde essas muitas outras estórias teriam
certamente cabimento. Bom, fiquei com a ideia de que o livro vai ser um sucesso
comercial (pelo menos entre os antigos alunos) e que esse facto poderá ajudar o
Pe. Manuel Augusto a decidir-se pelo desejado romance.
Alguns colegas apresentaram também o seu testemunho. O Fernando Paulo deu-nos conta do seu
projecto para Moçambique onde tenciona estar brevemente; o Alberto Pais Teixeira disse-nos da alegria do reencontro depois de
dois dias de viagem desde os confins da Austrália; o João Heitor –o nosso “adido” cultural em Paris – cujos filhos o
surpreenderam com os bilhetes de avião para o obrigarem a sair da sua área de
conforto e meter-se a caminho para fazer o que eles sabiam dar-lhe muita
alegria.
A sessão terminou com o Olindo
e o Américo a tentarem pôr todas as vozes de acordo para a celebração
da Eucaristia que foi presidida pelo Pe.
Joaquim Pereira e concelebrada por todos os presentes (segundo os “novos”
conceitos teológicos nos dizer do Pe. José Vieira).
Seguiu-se o almoço de confraternização regado com a “pomada” do Sebastião ( 14º) que
alertou para a abundância do fornecimento de modo a não haver inibições.. O
refeitório do famigerado “ óleo de fígado de bacalhau” estava lotado. Já no fim do almoço o Pe. Zé de Sousa ainda tentou umas “Faleiradas”,mas a ausência do acordeão do Américo não permitiu que “ o comboio do vale do Vouga”entrasse nos
carris. Depois…foi a descontracção nos “recreios”
onde muitas estórias foram recordadas à sombra dos castanheiros que já morreram
e testemunhadas pelos monumentais e seculares carvalhos; se falassem…eles
próprios contariam romances sem fim…
Fotos tiradas, a jornada foi-se concluindo em amena
cavaqueira aqui e ali.
Já perto do regresso ao norte, eu e o José Sá sentámo-nos com o Pe. Francisco Medeiros para fazermos a contabilidade do dia. Com os
1.640,00 euros recolhidos pela dupla
José Sá e Lino Pinto, pagamos o
almoço, constituímos uma Bolsa de Estudo,
reservamos 100,00 € para o pagamento da quota anual (2017) da UASP e com o
restante subsidiamos o desgaste e limpeza das instalações.
O nosso profundo agradecimento a toda a comunidade comboniana de Viseu que nos acolheu, ao Pe.António Ino pelas palavras que nos
dirigiu antes de se afastar para colocar o seu coração em repouso.
Os nossos votos para que continuemos a manter vivo dentro de
nós o espírito comboniano que animou a nossa adolescência e juventude e …para o
ano haverá mais, se Deus quiser.
Trofa, 25 de Maio de 2017
Pela Direcção
António Pinheiro
domingo, 7 de maio de 2017
ENCONTRO GERAL DE 2017
O nosso encontro geral em Viseu ( Maio de 2017) teve a participação de mais de 105 antigos alunos . Eis uma das fotos de grupo tirada pelo Isidro.
quinta-feira, 4 de maio de 2017
Combonianos celebram 70 anos de presença em Portugal
Os irmãos padres Sousa. O Pe. Rogério foi o 2º Comboniano português ordenado em 1959 |
Para celebrar esta efeméride, os combonianos portugueses organizaram uma semana de intensas actividades no Seminário das Missões, na cidade de Viseu, e em algumas escolas e paróquias da diocese de Viseu.
O P. Carlos Alberto Nunes, comboniano, narra-nos como decorreram as celebrações, nas quais, entre outras personalidades, participou também o P. Tesfaye Tadesse Gebresilasie, superior geral dos Missionários Combonianos. Veja as fotos aqui.
Uma semana de vida em Missão
Na semana de 24 a 30 de abril, nós, combonianos da província portuguesa, celebrámos os 70 anos da nossa presença, em Portugal. Para festejar este significativo evento da nossa história, organizámos várias actividades missionárias.
Distribuídos em várias equipas, formadas por combonianos, combonianas, seculares e leigos combonianos – como verdadeira Família Comboniana –, visitámos três escolas secundárias na cidade de Viseu, dois grupos de jovens paroquiais e vários lares de idosos. Organizámos encontros no Seminário das Missões para o clero diocesano, na manhã do dia 27, para os adultos e leigos empenhados missionariamente, na noite do dia 28, e para a juventude, no dia 29. O auge das comemorações teve lugar no domingo, dia 30, com a celebração solene da Eucaristia, presidida pelo D. Ilídio Pinto Leandro, bispo de Viseu, e concelebrada pelo P. Tesfaye Tadesse Gebresilasie, Padre Geral, entre outros combonianos e sacerdotes amigos. Para honrar a cerimónia, foram convidados numerosos benfeitores e amigos, e algumas individualidades, que vieram, em sinal de reconhecimento da obra comboniana, de entre as quais o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, António Joaquim Almeida Henriques. A capela do seminário tornou-se demasiado pequena para acolher tanta gente.
Foi uma semana bela, cheia de entusiasmo e alegria que vivemos em celebração de Fé e missão. Houve boa participação dos alunos e professores nas escolas, nos encontros no Seminário e na celebração final de Domingo. O clima era de festa e alegria.
Notável foi o encontro da Juventude, no Sábado. Coordenado e organizado pela equipa Jovens em Missão (JIM) com a colaboração dos professores de Religião e Moral das escolas, distinguindo-se entre todos o professor Abel Dias.
Conseguiram-se reunir cerca de 400 jovens. A maioria deles são visitadores assíduos da comunidade de Taizé, que vivem e dão testemunho desse mesmo espírito, nas escolas e nas paróquias. Os outros estão ligados ao nosso movimento juvenil comboniano (JIM). O tema do encontro foi, por isso, uma combinação entre as espiritualidades de Taizé e do JIM. Anunciava-se chuva para esse dia. E o sol nasceu envergonhado, contudo brilhou todo o dia, como sinal de bênção de Deus para todos. Assim, com a ajuda do céu, foi uma grande festa juvenil, um dia histórico para o presente e o futuro do Seminário das Missões, fazendo lembrar os tempos em que estava a abarrotar de jovens seminaristas. Foi um dia de profecia, um dia de juventude e de alegria, um dia de esperança para a missão.
A semana foi também um tempo de colaboração e de bênção para toda a Família Comboniana. A chegada dos combonianos marcou o início de uma pequena história que, com o passar de 70 anos, se tornou grande. Basta ver que a Família missionária comboniana se faz presente em quase todas as regiões do País. Casas e actividades de Norte a Sul. Revistas, jornais e livros da editorial “Além-Mar” que chegam a todos. Uma Família comboniana que, embora não sendo perfeita, dá sinais de vida e de esperança missionária em território português. Claramente, o tempo dos Leigos em missão chegou também para nós em Portugal. O seu testemunho e trabalho são um desafio para todos e um chamamento à alegria, ao entusiasmo e à esperança.
Fonte: Comboni.org
terça-feira, 2 de maio de 2017
Mensagem do Superior Geral para os 70 anos dos Combonianos em Portugal
O Superior Geral dos Missionários Combonianos, P. Tesfaye Tadesse, deixou uma mensagem pelos 70 anos dos Combonianos em Portugal durante sua homilia numa missa realizada em Viseu.
“A celebração dos 70 anos de história comboniana, em Portugal, ajuda-nos a preservar a confiança no Senhor, que continua a incentivar-nos e a realizar coisas belas através da vida de cada um de nós e do nosso Instituto. Esperamos e rezamos para que o Senhor continue a suscitar novas vocações missionárias, na Igreja portuguesa, e continue a chamar jovens, homens e mulheres, para seguirem a Cristo, na esteira de São Daniel Comboni”, declarou o Superior Geral do Instituto.
A homilia também abriu espaço para muitos agradecimentos. Destacamos aqui o seguinte: “Obrigado pelos sinais particulares de vida e de compromisso ao longo de todos estes anos, tais como, por exemplo: a formação de tantos jovens nos seminários, no Postulantado e no Noviciado; a publicação das revistas Além-Mar e Audácia; a animação e a formação missionária de grupos de jovens - como o JIM (Jovens em missão); os Cenáculos de Oração Missionária; o empenho na pastoral paroquial, dando particular atenção aos mais vulneráveis e aos imigrantes, como é o caso, por exemplo, da nossa presença em Camarate; as atividades realizadas em colaboração com outros Institutos religiosos e missionários e com outras organizações civis e religiosas, empenhadas na promoção da justiça social e ambiental, da paz e da reconciliação, e do dialogo entre as diferentes culturas e religiões. Obrigado por estes e por todos os outros sinais que revelaram e revelam ainda o dinamismo e a criatividade do nosso trabalho, neste País de grande tradição missionária e de grandes missionários.
A celebração contou com a participação do Bispo de Viseu, Dom Ilídio Pinto Leandro, do Superior Provincial dos Missionários Combonianos em Portugal, P. José da Silva Vieira e de sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos, benfeitores, amigos e familiares dos confrades combonianos.
“A celebração dos 70 anos de história comboniana, em Portugal, ajuda-nos a preservar a confiança no Senhor, que continua a incentivar-nos e a realizar coisas belas através da vida de cada um de nós e do nosso Instituto. Esperamos e rezamos para que o Senhor continue a suscitar novas vocações missionárias, na Igreja portuguesa, e continue a chamar jovens, homens e mulheres, para seguirem a Cristo, na esteira de São Daniel Comboni”, declarou o Superior Geral do Instituto.
A homilia também abriu espaço para muitos agradecimentos. Destacamos aqui o seguinte: “Obrigado pelos sinais particulares de vida e de compromisso ao longo de todos estes anos, tais como, por exemplo: a formação de tantos jovens nos seminários, no Postulantado e no Noviciado; a publicação das revistas Além-Mar e Audácia; a animação e a formação missionária de grupos de jovens - como o JIM (Jovens em missão); os Cenáculos de Oração Missionária; o empenho na pastoral paroquial, dando particular atenção aos mais vulneráveis e aos imigrantes, como é o caso, por exemplo, da nossa presença em Camarate; as atividades realizadas em colaboração com outros Institutos religiosos e missionários e com outras organizações civis e religiosas, empenhadas na promoção da justiça social e ambiental, da paz e da reconciliação, e do dialogo entre as diferentes culturas e religiões. Obrigado por estes e por todos os outros sinais que revelaram e revelam ainda o dinamismo e a criatividade do nosso trabalho, neste País de grande tradição missionária e de grandes missionários.
A celebração contou com a participação do Bispo de Viseu, Dom Ilídio Pinto Leandro, do Superior Provincial dos Missionários Combonianos em Portugal, P. José da Silva Vieira e de sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos, benfeitores, amigos e familiares dos confrades combonianos.
segunda-feira, 1 de maio de 2017
VISEU - CELEBRAÇÃO DOS 70 ANOS
Das comemorações dos 70 anos em Viseu dos Missionários Combonianos dou algumas notas. A missa foi presidida pelo Bispo de Viseu, acolitada pelo Superior Geral, Ugandês de origem e vindo expressamente do Uganda e por outros missionários, nomeadamente António Ino, José de Sousa, Francisco Medeiros (superior de Viseu) e outros. Nela estiveram presentes individualidades de Viseu, nomeadamente o Presidente da Câmara, o Presidente da Assembleia Municipal, o Presidente da Junta e muitos amigos residentes na zona. No final o Presidente da Câmara ofereceu uma placa alusiva à entrada da Câmara Municipal, simbolizando a abertura desta entidade aos Missionários Combonianos. Destacou o facto de pretender apresentar numa próxima Assembleia Municipal uma proposta de atribuição da Medalha de Mérito aos Missionários Combonianos de Viseu, sendo a mesma entregue no dia do município de Viseu a ocorrer em setembro. Por sua vez o Padre Francisco Medeiros ofereceu à Câmara Municipal um exemplar do livro "Missionários Combonianos em Portugal, uma História Singular, editado já este ano e da autoria do nosso conhecido e estimado Padre Manuel Augusto Lopes Ferreira, Edições Além - Mar. O Superior Geral fez uma resenha histórica dos Combonianos. Segui-se um almoço com muitos convidados presentes. As duas primeiras fotos estão inseridas nos Linkes, https://novo.diocesedeviseu.pt/.../combonianos-70-anos.../ e https://novo.diocesedeviseu.pt/.../combonianos-70-anos.../ acompanhadas de um texto muito interessante e elucidativo de Valente da Cruz, ex-seminarista comboniano. Destaco finalmente um belo texto do padre Francisco Medeiros, Superior de Viseu. COMBONIANOS: 70 anos de presença em Viseu
É com gratidão a Deus e a tanta gente amiga com espírito missionário que celebrámos 70 anos de presença em Portugal. Tudo começou quando o Bispo de Viseu, nessa altura D. José Moreira Pinto, aceitou de braços abertos a vinda de Combonianos para a Diocese. O Instituto tinha sido convidado a ir evangelizar no Norte de Moçambique e a nossa diocese, em primeiro momento, serviria de apoio para os missionários estrangeiros aprenderem a língua, esperando naturalmente, que iriam aparecer também vocações missionárias.
Os Missionários Combonianos faziam um bom trabalho junto dos muçulma- nos e, como no Norte de Moçambique a maioria da população é muçulmana, os bispos moçambicanos pensaram pedir ajuda, o que conseguiram com a colaboração da Diocese de Viseu. A 23 de Abril de 1947, chegou a Viseu o P. João Cotta e, logo a seguir, vieram os padres Ângelo La Salandra, Ézio Sória, Rino Carlesi e os irmãos Elísio Locatelli, Igino Antoniazzi, Catarina Basso e outros que se estabeleceram nas paró- quias vizinhas da cidade, para aprender a língua e os costumes e iniciar a construção do Seminário das Missões.
Deste modo, a primeira metade da década de 1950 viu chegar ao nosso país os missionários de “pera e bigode” que protagonizaram a expansão comboniana em Portugal, Brasil e Moçambique. Muitos dos seus nomes ainda são recordados com respeito e admiração pelo clero e pelas gentes beirãs. Recordam os missionários a trabalhar nos andaimes, construindo o seminário ou a trabalhar na quinta e, mais ainda, quando iam pela aldeias pedindo ajudas ou despertando nos jovens a vocação missionária. Mais de 2000 jovens beirões fizeram parte dos seus estudos e educação no Seminário das Missões. E, entre estes, uns 50 depois de passarem por outros lugares a alargar a sua formação missionária. Alguns ainda estão em terras de missão, uns poucos já faleceram e alguns estão a descansar depois de uma vida dedicada ao anúncio de Cristo e a ajudar irmãos a ter uma vida mais digna e humana. O Instituto Comboniano faz também 150 anos de fundação. Seguimos o espírito de um homem, S. Daniel Comboni, que viu nos africanos seus Irmãos e Irmãs com o direito e a necessidade de conhecerem Cristo. Mal foi ordenado sacerdote começou a arrastar missionários e missionárias para a Africa, continente então muito desconhecido. O sonho dele foi educar e cristianizar africanos para eles serem os missionários de Cristo entre os seus povos. As missões ainda existem e chamam corações generosos para lhes levar Cristo, uma vida mais digna e humana, e a es- perança de um futuro melhor. A Família Com- boniana procura continuar a dar resposta ao apelo de tantos irmãos, como Cristo pediu aos seus seguidores: “Ide e fazei discípulos meus por toda a parte”. Muito em breve partirão aqui de Viseu duas jovens leigas missionárias para Africa e América do Sul.
Pe. Francisco Medeiros, mccj
(REPORTAGEM DO ANTIGO ALUNO COMBONIANO José Lázaro)
É com gratidão a Deus e a tanta gente amiga com espírito missionário que celebrámos 70 anos de presença em Portugal. Tudo começou quando o Bispo de Viseu, nessa altura D. José Moreira Pinto, aceitou de braços abertos a vinda de Combonianos para a Diocese. O Instituto tinha sido convidado a ir evangelizar no Norte de Moçambique e a nossa diocese, em primeiro momento, serviria de apoio para os missionários estrangeiros aprenderem a língua, esperando naturalmente, que iriam aparecer também vocações missionárias.
Os Missionários Combonianos faziam um bom trabalho junto dos muçulma- nos e, como no Norte de Moçambique a maioria da população é muçulmana, os bispos moçambicanos pensaram pedir ajuda, o que conseguiram com a colaboração da Diocese de Viseu. A 23 de Abril de 1947, chegou a Viseu o P. João Cotta e, logo a seguir, vieram os padres Ângelo La Salandra, Ézio Sória, Rino Carlesi e os irmãos Elísio Locatelli, Igino Antoniazzi, Catarina Basso e outros que se estabeleceram nas paró- quias vizinhas da cidade, para aprender a língua e os costumes e iniciar a construção do Seminário das Missões.
Deste modo, a primeira metade da década de 1950 viu chegar ao nosso país os missionários de “pera e bigode” que protagonizaram a expansão comboniana em Portugal, Brasil e Moçambique. Muitos dos seus nomes ainda são recordados com respeito e admiração pelo clero e pelas gentes beirãs. Recordam os missionários a trabalhar nos andaimes, construindo o seminário ou a trabalhar na quinta e, mais ainda, quando iam pela aldeias pedindo ajudas ou despertando nos jovens a vocação missionária. Mais de 2000 jovens beirões fizeram parte dos seus estudos e educação no Seminário das Missões. E, entre estes, uns 50 depois de passarem por outros lugares a alargar a sua formação missionária. Alguns ainda estão em terras de missão, uns poucos já faleceram e alguns estão a descansar depois de uma vida dedicada ao anúncio de Cristo e a ajudar irmãos a ter uma vida mais digna e humana. O Instituto Comboniano faz também 150 anos de fundação. Seguimos o espírito de um homem, S. Daniel Comboni, que viu nos africanos seus Irmãos e Irmãs com o direito e a necessidade de conhecerem Cristo. Mal foi ordenado sacerdote começou a arrastar missionários e missionárias para a Africa, continente então muito desconhecido. O sonho dele foi educar e cristianizar africanos para eles serem os missionários de Cristo entre os seus povos. As missões ainda existem e chamam corações generosos para lhes levar Cristo, uma vida mais digna e humana, e a es- perança de um futuro melhor. A Família Com- boniana procura continuar a dar resposta ao apelo de tantos irmãos, como Cristo pediu aos seus seguidores: “Ide e fazei discípulos meus por toda a parte”. Muito em breve partirão aqui de Viseu duas jovens leigas missionárias para Africa e América do Sul.
Pe. Francisco Medeiros, mccj
(REPORTAGEM DO ANTIGO ALUNO COMBONIANO José Lázaro)
Subscrever:
Mensagens (Atom)