Recordo-me, na altura da
última eleição para Presidente
dos Estados Unidos
da América – os antagonistas
eram o actual morador
da Casa Branca e a senhora
Clinton –, a minha surpresa quando, ao
consultar na Internet, o resultado dessas
importantes jornadas eleitorais...
Interrompamos a narração e olhemos
para aquilo que a imprensa e a
generalidade dos “media” nos diziam.
Trump era um candidato secundário e
as portas do comando dessa nação não
podiam ser entregues senão à senhora
Clinton. Homem irreverente, desabrido
nas suas opiniões, um empresário
dinâmico, é certo, mas afastado da
política americana, o que se esperava?
Uma derrota evidente...
Alguns dias antes, porém, houve alguém
ligado à informação que, tímida
e com clara relutância, notificou uma
eventual, mas sempre como hipotética
e longínqua possibilidade, o triunfo de
Trump. Tudo se configurava, pois, para
a vitória esmagadora da candidata do
Partido Democrático, a quem pertencia
o então Presidente em exercício, Obama.
Voltando ao princípio deste artigo,
dizia que, muito cedo, e com a profunda
convicção de apurar de que maneira
tinha o eleitorado americano rejeitado
Donald Trump, abri a Internet...
Procurei no lugar devido e, a princípio,
pensei que me havia enganado e tinha
aberto o ecrã em algum programa sarcástico,
humorístico, onde se via Donald
Trump assinalar a sua vitória. Procurei
outros lugares, outras notícias, outras
dimensões dos “media”, mas todos diziam
o mesmo.
Alguns até parecia que davam a conhecer
uma espécie de informação
necrológica, tristonha, que mostrava,
ao fim e ao cabo, o seu desapontamento
e o seu luto de consciência, já
que tinham, a priori, dado por assente
aquilo que para eles era óbvio, não
abrindo outras hipóteses a quem informavam.
Parecia uma derrota dos
principais meios de comunicação social,
que noticiavam de forma monopolista
uma vitória e tiveram de comunicar,
afinal, que as suas previsões
falharam redondamente.
Esta derrota, com tão amargo sabor,
notou-se imediatamente nas informações
que iam fornecendo. A figura do
novo presidente nunca foi bem aceite
desde então. Tudo o que ele faz e tudo o
que ele diz é, habitualmente, um desastre
político e uma enormidade de bom
senso. Os escândalos ou excentricidades
“trumpianos” são palco de crítica acérrima
e até de chacota fácil.
Com isto, não queremos defender
a sua figura. Apenas alertar que quem
consulta os “media” não engula facilmente
tudo o que eles nos comunicam
diariamente. As mentalidades de esquerda
e de direita, muitas vezes, são
o apoio do teor noticioso. Por isso, nos
indicam, como se fosse uma verdade,
aquilo que julgam mais adequado ao
que pensam. Se é de esquerda, qualquer
figura da direita tem tendência para ser
retrógrada e desajeitada no que faz e no
que diz; se, pelo contrário, quem informa
é de direita, os personagens do outro
lado são sempre perigosos e escravos
dos preconceitos que as suas ideias
e convicções determinam.
Cabe, pois, a cada um de nós, não
aceitar de mão beijada o que se nos comunica.
Deve haver sempre um sentido
crítico bem fundamentado, por
exemplo, ao socorrer-nos da Internet,
ao lermos um periódico ou ao assistirmos
a um noticiário televisivo. Quais
as genuínas razões que originaram a
sua comunicação? A forma como foram
apresentadas corresponde exactamente
à sua realidade factual? A pergunta
de Pilatos a Cristo aprisionado é
muito actual em relação ao que nos dizem
os meios de comunicação social:
“O que é a verdade?”( Jo 18,38).
P. Rui Rosas
domingo, 19 de agosto de 2018
sexta-feira, 17 de agosto de 2018
Ventos de Mudança - D M - de 17 de Agosto
Ventos de Mudança:
Um livro de vivências, que no seu
todo reflecte uma vida com sentido.
A vida é um constante fluir na cadência dos nossos
dias e na construção do nosso ser que urge
formar, desenvolver, aperfeiçoar e consolidar.
Somos peregrinos na terra, em busca da Pátria
prometida, o Céu, miragem única e fascinante
que a todos atrai e incita a alcançar. Vidas
simples, outras mais complexas, algumas sem história,
outras contadas e reforçadas pelo palpitar do coração e dos
sentidos que despertam uma avassaladora ambição de viver
todos os momentos como se fossem os últimos e os únicos.
Na verdade, a vida é uma viagem admirável, é uma vertigem
que passa ou um rio que corre sempre no seu leito,
uns dias mais agitado, outros mais tranquilo, mas não volta
nunca para trás, o seu fim é a foz…
“A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico
cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para César
cujo império ainda lhe é pouco, esse império é um campo.
O pobre possui um império; o grande possui um campo.
Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias
sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que
fundamentar a realidade da nossa vida”. (in: O Livro do Desassossego,
de Fernando Pessoa)
Na senda do poeta poderemos reiterar que se pudéssemos
revelar os pensamentos e fazê-los viver, eles acrescentariam
nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo
e maior amor ao coração dos homens.
Na certeza inabalável de que não somos versos soltos, mas
fazemos parte dum imenso poema divino, a autora do "Ventos
de Mudança" ousa afirmar:
«Tens valor tu que és débil e fraca, não desesperes. Estás
atemorizada e em sofrimentos, vencida pelo cansaço de
muitas lutas e com o atormento que atravessas. Tem confiança,
eu venci o mundo!
O dia de hoje será o tempo que disponho para lutar e para
enfrentar as suas vicissitudes e também para vivenciar as
coisas boas que possam eventualmente surgir.
O vento sopra, sopra às vezes com muita força arrastando
quase tudo ao passar. Depois vem um período de acalmia
muito menos conturbado que permite alguma reorganização.
Mas o vento volta, volta sempre. E para alguns, uma e outra
vez ao longo da vida, tornando-se necessário recomeçar.
E nesse vento que tudo arrasta, que transporta os nossos sonhos,
as nossas alegrias, as nossas ilusões…»
“Ventos de Mudança”, de Maria Helena Paes, Coleção: Viagens
na Ficção, da Chiado Books, publicado em Junho de
2018, é o desfiar duma vida que não cessa de acontecer, é
uma busca de sentido para os pequenos milagres do dia-a-
-dia, consubstanciado nas coisas pequenas da vida, é o entrelaçar
e o tecer duma vivência vivida com muita esperança,
serenidade, confiança e muita fé na providência divina,
na certeza de que tudo o que acontece ao ser humano é bom
quando ele o coloca nas mãos de Deus.
Maria Susana Mexia
Um livro de vivências, que no seu
todo reflecte uma vida com sentido.
A vida é um constante fluir na cadência dos nossos
dias e na construção do nosso ser que urge
formar, desenvolver, aperfeiçoar e consolidar.
Somos peregrinos na terra, em busca da Pátria
prometida, o Céu, miragem única e fascinante
que a todos atrai e incita a alcançar. Vidas
simples, outras mais complexas, algumas sem história,
outras contadas e reforçadas pelo palpitar do coração e dos
sentidos que despertam uma avassaladora ambição de viver
todos os momentos como se fossem os últimos e os únicos.
Na verdade, a vida é uma viagem admirável, é uma vertigem
que passa ou um rio que corre sempre no seu leito,
uns dias mais agitado, outros mais tranquilo, mas não volta
nunca para trás, o seu fim é a foz…
“A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico
cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para César
cujo império ainda lhe é pouco, esse império é um campo.
O pobre possui um império; o grande possui um campo.
Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias
sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que
fundamentar a realidade da nossa vida”. (in: O Livro do Desassossego,
de Fernando Pessoa)
Na senda do poeta poderemos reiterar que se pudéssemos
revelar os pensamentos e fazê-los viver, eles acrescentariam
nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo
e maior amor ao coração dos homens.
Na certeza inabalável de que não somos versos soltos, mas
fazemos parte dum imenso poema divino, a autora do "Ventos
de Mudança" ousa afirmar:
«Tens valor tu que és débil e fraca, não desesperes. Estás
atemorizada e em sofrimentos, vencida pelo cansaço de
muitas lutas e com o atormento que atravessas. Tem confiança,
eu venci o mundo!
O dia de hoje será o tempo que disponho para lutar e para
enfrentar as suas vicissitudes e também para vivenciar as
coisas boas que possam eventualmente surgir.
O vento sopra, sopra às vezes com muita força arrastando
quase tudo ao passar. Depois vem um período de acalmia
muito menos conturbado que permite alguma reorganização.
Mas o vento volta, volta sempre. E para alguns, uma e outra
vez ao longo da vida, tornando-se necessário recomeçar.
E nesse vento que tudo arrasta, que transporta os nossos sonhos,
as nossas alegrias, as nossas ilusões…»
“Ventos de Mudança”, de Maria Helena Paes, Coleção: Viagens
na Ficção, da Chiado Books, publicado em Junho de
2018, é o desfiar duma vida que não cessa de acontecer, é
uma busca de sentido para os pequenos milagres do dia-a-
-dia, consubstanciado nas coisas pequenas da vida, é o entrelaçar
e o tecer duma vivência vivida com muita esperança,
serenidade, confiança e muita fé na providência divina,
na certeza de que tudo o que acontece ao ser humano é bom
quando ele o coloca nas mãos de Deus.
Maria Susana Mexia
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
Lego, ergo, Sum - D M de 15 Ago
Ler é um valor essencial
para alargar os
nossos horizontes;
para amadurecer as
nossas perspectivas; para
ajudar a compreender a
complexidade e, ao mesmo
tempo, a simplicidade
da realidade e do mundo.
Ler para crescer, ler para
sonhar, ler para partilhar
e conviver.
Face à fragmentação
que os meios de comunicação
e as redes sociais
provocam em nós e que,
por vezes, nos dispersa e
empobrece, o recurso frequente
a um livro e consequente
diálogo sobre
ele é um verdadeiro bálsamo
ou oásis para o nosso
espírito e para o nosso
intelecto.
Ler é mais do que saber
dar voz às palavras, é
ser capaz de se recolher,
de habitar dentro de si
mesmo, de ler nas situações,
nos meandros, nos
requebros da vida e das
pessoas. É o grande diálogo
de mim para mim, de
mim para o outro e dos
outros para mim e para
nós, abrindo a possibilidade
de nos apercebermos
da grandiosa escala
de matizes da realidade
pessoal e social, criando
a possibilidade de ver o
mundo em várias dimensões,
todas diferentes, mas
complementares.
“Se há livros dos quais
as lombadas e as capas
são, com pouca diferença,
o melhor”, é um facto
que existem outros que
nos arrebatam, nos deleitam
e nos conquistam
verdadeiramente.
Nem é que todos os livros
ma rquem um antes
e um depois muito evidente
na nossa vida, mas
o que lemos muda-nos,
ou nos engrandece a alma
ou a enfraquece. À medida
que o tempo passa a nossa
personalidade reflecte,
tanto os livros que tenhamos
lido como aqueles
que não lemos. Quem, ao
longo dos anos, se nutre de
leituras selecionadas, com
bom critério, adquire um
olhar aberto sobre o mundo
e as pessoas, sabe medir-
se com a complexidade
das coisas e desenvolve
a sensibilidade necessária
para deixar de lado as banalidades
e não passar ao
largo diante das grandezas
da vida.
Non legere, sed eligere, será
o mote que deve impelir
a saber escolher, para bem
ler e poder desfrutar, com
obras diversificadas, ricas,
conscientes e coerentes,
pois não será tão útil
ler muito, como ler bem.
Lego, ergo, Sum, poderá
ser a feliz conclusão para
quem uma vida sem ler
não tem sentido, ou pelo
menos, não tem a mesma
qualidade, profundidade
e riqueza que só os livros podem dar.
Maria Susana Mexia
para alargar os
nossos horizontes;
para amadurecer as
nossas perspectivas; para
ajudar a compreender a
complexidade e, ao mesmo
tempo, a simplicidade
da realidade e do mundo.
Ler para crescer, ler para
sonhar, ler para partilhar
e conviver.
Face à fragmentação
que os meios de comunicação
e as redes sociais
provocam em nós e que,
por vezes, nos dispersa e
empobrece, o recurso frequente
a um livro e consequente
diálogo sobre
ele é um verdadeiro bálsamo
ou oásis para o nosso
espírito e para o nosso
intelecto.
Ler é mais do que saber
dar voz às palavras, é
ser capaz de se recolher,
de habitar dentro de si
mesmo, de ler nas situações,
nos meandros, nos
requebros da vida e das
pessoas. É o grande diálogo
de mim para mim, de
mim para o outro e dos
outros para mim e para
nós, abrindo a possibilidade
de nos apercebermos
da grandiosa escala
de matizes da realidade
pessoal e social, criando
a possibilidade de ver o
mundo em várias dimensões,
todas diferentes, mas
complementares.
“Se há livros dos quais
as lombadas e as capas
são, com pouca diferença,
o melhor”, é um facto
que existem outros que
nos arrebatam, nos deleitam
e nos conquistam
verdadeiramente.
Nem é que todos os livros
ma rquem um antes
e um depois muito evidente
na nossa vida, mas
o que lemos muda-nos,
ou nos engrandece a alma
ou a enfraquece. À medida
que o tempo passa a nossa
personalidade reflecte,
tanto os livros que tenhamos
lido como aqueles
que não lemos. Quem, ao
longo dos anos, se nutre de
leituras selecionadas, com
bom critério, adquire um
olhar aberto sobre o mundo
e as pessoas, sabe medir-
se com a complexidade
das coisas e desenvolve
a sensibilidade necessária
para deixar de lado as banalidades
e não passar ao
largo diante das grandezas
da vida.
Non legere, sed eligere, será
o mote que deve impelir
a saber escolher, para bem
ler e poder desfrutar, com
obras diversificadas, ricas,
conscientes e coerentes,
pois não será tão útil
ler muito, como ler bem.
Lego, ergo, Sum, poderá
ser a feliz conclusão para
quem uma vida sem ler
não tem sentido, ou pelo
menos, não tem a mesma
qualidade, profundidade
e riqueza que só os livros podem dar.
Maria Susana Mexia
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
Herança envenenada - DM de 10 de Agosto
Especialistas preocupados consideram que os nossos
adolescentes vão herdar comportamentos e
modelos altamente destrutivos e fragilizadores,
em consequência das decisões ou opções que a
geração de adultos hoje lhes impõe ou facilita,
sob uma capa de pseudo liberdade ou de modelos
de suposta ultramodernidade e politicamente correctos.
As liberdades e estímulos sexuais precoces fortemente
introduzidos e permitidos na educação dos jovens, geraram
transtornos afectivos, de personalidade e de comportamento
social de risco, acrescendo ainda a transmissão
de doenças sexuais, uso e abuso de recurso ao aborto, com
consequentes mazelas ou traumas que inevitavelmente vão
deixando marcas.
Constatam também que a depressão entre jovens atingiu
máximos perfeitamente alarmantes, desde sofrimentos silenciosos,
a falta de confiança e segurança em si mesmos, o
afastamento em que alguns vivem, de uma outra realidade
que não a virtual, a instabilidade emocional e consequente
ausência de concentração nos estudos, baixo rendimento
escolar e fuga para o isolamento ou recurso a aditivos.
Consumir bebidas alcoólicas aos fins-de-semana, nas festas
ou noutras circunstâncias tornou-se tão banal que nem
se reage, quer seja em meios académicos universitários, onde
abundam as tendas com as mesmas, quer em qualquer
outro evento, embora ousem colocar a advertência de beber
com moderação, como se isso fosse possível ou desejável
entre todos os que ali estão…
Para além dos comas alcoólicos e de outras tão tristes cenas
que se vão vendo, há ainda o inevitável estrago que estas
bebidas fortes provocam no organismo dos jovens que
a elas recorrem.
Se fumar mata, também é totalmente falso que seja inofensivo
fumar cannabis. Podem começar ocasionalmente
por graça, mas logo se torna numa dependência, num aditivo
cada vez mais obcecante, embora digam que não fumam
tabaco, para se desculparem, ou porque estão convencidos
de que é mais inofensivo, mas na realidade não é.
Ser adolescente hoje em dia não é fácil, tudo se conjuga
para os atrair ao que lhes faz mal, mas será ainda pior se tiverem
pais ausentes, que preferem ignorar ou minimizar
algumas consequências em troca duma pseudo tranquilidade
ou de uma suposta atitude de compreensão, tolerância
e com menos rigidez.
Num mundo e numa sociedade onde os facilitismos são
um convite à desordem, onde muitos responsáveis insistem
freneticamente em impor comportamentos desumanos ou
anti-humanos, deixo um desafio aos pais e avós: recorrer ao
bom senso e pensar por si próprios, sem se deixar influenciar
pelo que ouvem ou lhe dizem estar de moda, para poder
discernir e contribuir numa evolução sadia e equilibrada dos seus jovens herdeiros.
adolescentes vão herdar comportamentos e
modelos altamente destrutivos e fragilizadores,
em consequência das decisões ou opções que a
geração de adultos hoje lhes impõe ou facilita,
sob uma capa de pseudo liberdade ou de modelos
de suposta ultramodernidade e politicamente correctos.
As liberdades e estímulos sexuais precoces fortemente
introduzidos e permitidos na educação dos jovens, geraram
transtornos afectivos, de personalidade e de comportamento
social de risco, acrescendo ainda a transmissão
de doenças sexuais, uso e abuso de recurso ao aborto, com
consequentes mazelas ou traumas que inevitavelmente vão
deixando marcas.
Constatam também que a depressão entre jovens atingiu
máximos perfeitamente alarmantes, desde sofrimentos silenciosos,
a falta de confiança e segurança em si mesmos, o
afastamento em que alguns vivem, de uma outra realidade
que não a virtual, a instabilidade emocional e consequente
ausência de concentração nos estudos, baixo rendimento
escolar e fuga para o isolamento ou recurso a aditivos.
Consumir bebidas alcoólicas aos fins-de-semana, nas festas
ou noutras circunstâncias tornou-se tão banal que nem
se reage, quer seja em meios académicos universitários, onde
abundam as tendas com as mesmas, quer em qualquer
outro evento, embora ousem colocar a advertência de beber
com moderação, como se isso fosse possível ou desejável
entre todos os que ali estão…
Para além dos comas alcoólicos e de outras tão tristes cenas
que se vão vendo, há ainda o inevitável estrago que estas
bebidas fortes provocam no organismo dos jovens que
a elas recorrem.
Se fumar mata, também é totalmente falso que seja inofensivo
fumar cannabis. Podem começar ocasionalmente
por graça, mas logo se torna numa dependência, num aditivo
cada vez mais obcecante, embora digam que não fumam
tabaco, para se desculparem, ou porque estão convencidos
de que é mais inofensivo, mas na realidade não é.
Ser adolescente hoje em dia não é fácil, tudo se conjuga
para os atrair ao que lhes faz mal, mas será ainda pior se tiverem
pais ausentes, que preferem ignorar ou minimizar
algumas consequências em troca duma pseudo tranquilidade
ou de uma suposta atitude de compreensão, tolerância
e com menos rigidez.
Num mundo e numa sociedade onde os facilitismos são
um convite à desordem, onde muitos responsáveis insistem
freneticamente em impor comportamentos desumanos ou
anti-humanos, deixo um desafio aos pais e avós: recorrer ao
bom senso e pensar por si próprios, sem se deixar influenciar
pelo que ouvem ou lhe dizem estar de moda, para poder
discernir e contribuir numa evolução sadia e equilibrada dos seus jovens herdeiros.
quinta-feira, 9 de agosto de 2018
Pena de morte é inadmissível - DM de 9-Agosto
1.A pena de morte é inadmissível, passou a
ler-se no n.º 2267 do Catecismo da Igreja
Católica.
O Papa Francisco ordenou no passado
dia 02 a alteração do número do Catecismo
da Igreja Católica relativo à pena
de morte, cuja nova redação sublinha a rejeição
total desta prática.
O n.º 2267 do Catecismo da Igreja Católica passa
a ter a seguinte redação:
«2267. Durante muito tempo, considerou-se o recurso
à pena de morte por parte da autoridade legítima,
depois de um processo regular, como uma
resposta adequada à gravidade de alguns delitos e
um meio aceitável, ainda que extremo, para a tutela
do bem comum.
Hoje vai-se tornando cada vez mais viva a consciência
de que a dignidade da pessoa não se perde,
mesmo depois de ter cometido crimes gravíssimos.
Além disso, difundiu-se uma nova compreensão do
sentido das sanções penais por parte do Estado. Por
fim, foram desenvolvidos sistemas de detenção mais
eficazes, que garantem a indispensável defesa dos cidadãos
sem, ao mesmo tempo, tirar definitivamente
ao réu a possibilidade de se redimir.
Por isso a Igreja ensina, à luz do Evangelho, que
a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra
a inviolabilidade e dignidade da pessoa, e empenha-
se com determinação a favor da sua abolição
em todo o mundo».
2. Antes dizia:
«2267. A doutrina tradicional da Igreja, desde que
não haja a mínima dúvida acerca da identidade e da
responsabilidade do culpado, não exclui o recurso à
pena de morte, se for esta a única solução possível
para defender eficazmente vidas humanas de um
injusto agressor.
Contudo, se processos não sangrentos bastarem
para defender e proteger do agressor a segurança das
pessoas, a autoridade deve servir-se somente desses
processos, porquanto correspondem melhor às condições
concretas do bem comum e são mais consentâneos
com a dignidade da pessoa humana.
Na verdade, nos nossos dias, devido às possibilidades
de que dispõem os Estados para reprimir
eficazmente o crime, tornando inofensivo
quem o comete, sem com isso lhe retirar
definitivamente a possibilidade de se redimir,
os casos em que se torna absolutamente necessário
suprimir o réu «são já muito raros, se
não mesmo praticamente inexistentes».
3. A mudança decidida pelo Papa Francisco
vem na sequência do que tem sido a doutrina
da Igreja: a defesa do respeito pela vida do ser
humano, desde que é concebido no seio materno
até à morte natural. Por isso se tem oposto,
tenazmente, ao aborto e à eutanásia. O Concílio
Ecuménico do Vaticano II, no número 27 da
Gaudium et spes, considera «infames as seguintes
coisas: tudo quanto se opõe à vida, como seja
toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto,
eutanásia e suicídio voluntário».
O 5.º dos mandamentos da Lei de Deus é
claro: não matar nem causar outro dano, no
corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo.
4. A pena de morte priva o culpado da oportunidade
de se corrigir, o que não está de harmonia
com o ensinamento evangélico, expresso,
por exemplo, na parábola do trigo e
do joio (Mateus13, 24-30). Aí se fala da convivência,
embora indesejável, entre o bem o
mal, não competindo aos homens eliminar os
autores deste.
Está de harmonia com o que pode chamar-
-se de paciência de Deus. Através dos profetas
(Ezequiel 3, 16-19, por exemplo), adverte
os homens para que se convertam e afastem
do descaminho.
5. No exercício da atividade evangelizadora
da Igreja compete aos seguidores de Jesus
proporem, mas não impore m, a mensagem
evangélica. Propor. É da responsabilidade dos
destinatários aceitarem ou recusarem as mensagens
sem maltratarem os mensageiros, ao
contrário do que, infelizmente, em muitos casos,
tem acontecido.
A denúncia do erro, que faz parte da missão
profética da Igreja, deve ser feita segundo
as normas da correção fraterna (Mateus 18, 15),
respeitando a pessoa que errou.
6. Ao contrário da anterior, a nova redação
não faz a mínima referência à morte, em legítima
defesa, de um agressor injusto. Salvo
melhor opinião e sem pretender ser mais papista
do que o Papa penso ser um assunto a
considerar.
No exercício da atividade
evangelizadora da Igreja
compete aos seguidores
de Jesus proporem, mas
não imporem, a mensagem
evangélica.
ler-se no n.º 2267 do Catecismo da Igreja
Católica.
O Papa Francisco ordenou no passado
dia 02 a alteração do número do Catecismo
da Igreja Católica relativo à pena
de morte, cuja nova redação sublinha a rejeição
total desta prática.
O n.º 2267 do Catecismo da Igreja Católica passa
a ter a seguinte redação:
«2267. Durante muito tempo, considerou-se o recurso
à pena de morte por parte da autoridade legítima,
depois de um processo regular, como uma
resposta adequada à gravidade de alguns delitos e
um meio aceitável, ainda que extremo, para a tutela
do bem comum.
Hoje vai-se tornando cada vez mais viva a consciência
de que a dignidade da pessoa não se perde,
mesmo depois de ter cometido crimes gravíssimos.
Além disso, difundiu-se uma nova compreensão do
sentido das sanções penais por parte do Estado. Por
fim, foram desenvolvidos sistemas de detenção mais
eficazes, que garantem a indispensável defesa dos cidadãos
sem, ao mesmo tempo, tirar definitivamente
ao réu a possibilidade de se redimir.
Por isso a Igreja ensina, à luz do Evangelho, que
a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra
a inviolabilidade e dignidade da pessoa, e empenha-
se com determinação a favor da sua abolição
em todo o mundo».
2. Antes dizia:
«2267. A doutrina tradicional da Igreja, desde que
não haja a mínima dúvida acerca da identidade e da
responsabilidade do culpado, não exclui o recurso à
pena de morte, se for esta a única solução possível
para defender eficazmente vidas humanas de um
injusto agressor.
Contudo, se processos não sangrentos bastarem
para defender e proteger do agressor a segurança das
pessoas, a autoridade deve servir-se somente desses
processos, porquanto correspondem melhor às condições
concretas do bem comum e são mais consentâneos
com a dignidade da pessoa humana.
Na verdade, nos nossos dias, devido às possibilidades
de que dispõem os Estados para reprimir
eficazmente o crime, tornando inofensivo
quem o comete, sem com isso lhe retirar
definitivamente a possibilidade de se redimir,
os casos em que se torna absolutamente necessário
suprimir o réu «são já muito raros, se
não mesmo praticamente inexistentes».
3. A mudança decidida pelo Papa Francisco
vem na sequência do que tem sido a doutrina
da Igreja: a defesa do respeito pela vida do ser
humano, desde que é concebido no seio materno
até à morte natural. Por isso se tem oposto,
tenazmente, ao aborto e à eutanásia. O Concílio
Ecuménico do Vaticano II, no número 27 da
Gaudium et spes, considera «infames as seguintes
coisas: tudo quanto se opõe à vida, como seja
toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto,
eutanásia e suicídio voluntário».
O 5.º dos mandamentos da Lei de Deus é
claro: não matar nem causar outro dano, no
corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo.
4. A pena de morte priva o culpado da oportunidade
de se corrigir, o que não está de harmonia
com o ensinamento evangélico, expresso,
por exemplo, na parábola do trigo e
do joio (Mateus13, 24-30). Aí se fala da convivência,
embora indesejável, entre o bem o
mal, não competindo aos homens eliminar os
autores deste.
Está de harmonia com o que pode chamar-
-se de paciência de Deus. Através dos profetas
(Ezequiel 3, 16-19, por exemplo), adverte
os homens para que se convertam e afastem
do descaminho.
5. No exercício da atividade evangelizadora
da Igreja compete aos seguidores de Jesus
proporem, mas não impore m, a mensagem
evangélica. Propor. É da responsabilidade dos
destinatários aceitarem ou recusarem as mensagens
sem maltratarem os mensageiros, ao
contrário do que, infelizmente, em muitos casos,
tem acontecido.
A denúncia do erro, que faz parte da missão
profética da Igreja, deve ser feita segundo
as normas da correção fraterna (Mateus 18, 15),
respeitando a pessoa que errou.
6. Ao contrário da anterior, a nova redação
não faz a mínima referência à morte, em legítima
defesa, de um agressor injusto. Salvo
melhor opinião e sem pretender ser mais papista
do que o Papa penso ser um assunto a
considerar.
No exercício da atividade
evangelizadora da Igreja
compete aos seguidores
de Jesus proporem, mas
não imporem, a mensagem
evangélica.
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
A Actual Comunicação Social ANTÓNIO BARRETO
É simplesmente desmoralizante. Ver e ouvir os serviços de notícias das três ou quatro estações de televisão é pena capital. A
banalidade reina. O lugar-comum impera. A linguagem é automática. A
preguiça é virtude. O tosco é arte. A brutalidade passa por emoção. A
vulgaridade é sinal de verdade. A boçalidade é prova do que é genuíno. A
submissão ao poder e aos partidos é democracia. A falta de cultura e de
inteligência é isenção profissional.
Os
serviços de notícias de uma hora ou hora e meia, às vezes duas, quase
únicos no mundo, são assim porque não se pode gastar dinheiro, não se
quer ou não sabe trabalhar na redacção, porque não há quem estude nem
quem pense. Os alinhamentos são idênticos de canal para canal. Quem
marca a agenda dos noticiários são os partidos, os ministros e os
treinadores de futebol. Quem estabelece os horários são as conferências
de imprensa, as inaugurações, as visitas de ministros e os jogadores de
futebol.
Os
directos excitantes, sem matéria de excitação, são a jóia de qualquer
serviço. Por tudo e nada, sai um directo. Figurão no aeroporto, comboio
atrasado, treinador de futebol maldisposto, incêndio numa floresta,
assassinato de criança e acidente com camião: sai um directo, com
jornalista aprendiz a falar como se estivesse no meio da guerra civil, a
fim de dar emoção e fazer humano.
Jornalistas
em directo gaguejam palavreado sobre qualquer assunto: importante e
humano é o directo, não editado, não pensado, não trabalhado, inculto,
mal dito, mal soletrado, mal organizado, inútil, vago e vazio, mas
sempre dito de um só fôlego para dar emoção!
Repetem-se
quilómetros de filme e horas de conversa tosca sobre incêndios de
florestas e futebol. É o reino da preguiça e da estupidez.
É
absoluto o desprezo por tudo quanto é estrangeiro, a não ser que haja
muitos mortos e algum terrorismo pelo caminho. As questões políticas
internacionais quase não existem ou são despejadas no fim. Outras,
incluindo científicas e artísticas, são esquecidas. Quase não há
comentadores isentos, ou especialistas competentes, mas há partidários
fixos e políticos no activo, autarcas, deputados, o que for, incluindo
políticos na reserva, políticos na espera e candidatos a qualquer coisa!
Cultura? Será o ministro da dita. Ciência? Vai ser o secretário de
Estado respectivo. Arte? Um director-geral chega.
Repetem-se
as cenas pungentes, com lágrima de mãe, choro de criança, esgares de
pai e tremores de voz de toda a gente. Não há respeito pela privacidade.
Não há decoro nem pudor. Tudo em nome da informação em directo. Tudo
supostamente por uma informação humanizada, quando o que se faz é
puramente selvagem e predador. Assassinatos de familiares, raptos de
crianças e mulheres, infanticídios, uxoricídios e outros homicídios
ocupam horas de serviços.
A
falta de critério profissional, inteligente e culto é proverbial.
Qualquer tema importante, assunto de relevo ou notícia interessante pode
ser interrompido por um treinador que fala, um jogador que chega, um
futebolista que rosna ou um adepto que divaga.
Procuram-se
presidentes e ministros nos corredores dos palácios, à entrada de
tascas, à saída de reuniões e à porta de inaugurações. Dá-se a palavra
passivamente a tudo quanto parece ter poder, ministro de preferência,
responsável partidário a seguir. Os partidos fazem as notícias, quase as
lêem e comentam-nas. Um pequeno partido de menos de 10% comanda canais e
serviços de notícias.
A
concepção do pluralismo é de uma total indigência: se uma notícia for
comentada por cinco ou seis representantes dos partidos, há pluralismo! O
mesmo pode repetir-se três ou quatro vezes no mesmo serviço de
notícias! É o pluralismo dos papagaios* no seu melhor!
Uma consolação: nisto, governos e partidos parecem-se uns com os outros. Como os canais de televisão.
*papagaios não, chilreada de periquitos sim!
Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
Nota: Os “chefes” das televisões deviam ser obrigados a ler este texto até o saberem de cor.
Subscrever:
Mensagens (Atom)