1.O IX Encontro Mundial das
Famílias realiza-se em Dublin,
de 21 a 26 de agosto. Tem
por tema «O Evangelho da Família:
Alegria para o mundo».
É vontade do Papa Francisco
que «as famílias tenham a possibilidade
de aprofundar a sua reflexão e a
sua partilha sobre o conteúdo da Exortação
Apostólica A Alegria do Amor.
E acrescenta: «Seria possível questionar-
se: O Evangelho continua a ser alegria
para o mundo? E mais ainda. A família
continua a ser uma boa notícia para
o mundo de hoje?»
Salienta depois a importância do amor,
escrevendo: «Desejo pôr em evidência como
é importante que as famílias se interroguem,
frequentemente, se vivem a
partir do amor, para o amor e no amor.
Concretamente, isto significa doar-se,
perdoar-se, não perder a paciência, antecipar
o outro, respeitar-se. Como seria
melhor a vida familiar, se cada dia vivêssemos
as três simples palavras: «com licença
», «obrigado» e «desculpa»!
2. A fim de preparar o encontro foi elaborado
um conjunto de sete catequeses
que, partindo do texto bíblico da perda
e encontro de Jesus no templo, versam
os temas: as Famílias de hoje; as Famílias
à luz da Palavra de Deus; o Grande Sonho
de Deus; o Grande Sonho para todos;
a cultura da vida; a cultura da esperança;
a cultura da alegria.
Redigidas a pensar nos participantes
do referido encontro, constituem
temas para refletir por quem nele participa
e por quem o não pode fazer;
antes e depois do encontro. São muito
atuais. O Grupo de Reflexão Cristã
com quem me encontro periodicamente
decidiu já, na próxima reunião, partilhar
a reflexão que cada um dos elementos
vai fazer com base na primeira
dessas catequeses.
3. Perante situações de crise, que não
são de agora, é importante que os membros
da família saibam como reagir. Não
há casais perfeitos nem famílias perfeitas.
Impõe-se que todos façam um esforço
por se aperfeiçoarem.
4. O Papa acentua a importância do
amor na família. E o que é o amor?
Esta é uma pergunta que todos temos
o dever de nos fazer, porque o conceito
de amor anda muito adulterado. Confunde-
se amor com atração sexual.
Dessa mentalidade se fez eco Augusto
Gil, ao escrever: «O amor em quem
aparece/dizem que faz maravilhas./
Eu nunca vi que fizesse/mais do que
filhos e filhas».
Hoje – o decréscimo da natalidade
o demonstra – em muitos casos nem
filhos e filhas faz. Não passa de exploração
sexual do outro. E quando esta
atinge a saturação, muda-se de parceiro.
5. É urgente, em muitos casos, reabilitar
a palavra amor. Dar-lhe o significado
que realmente deve possuir:
a procura do bem do outro; o sentir-se
responsável pela felicidade do outro, e
não o metê-lo em sarilhos; o viver para
o outro e não à sua custa.
O verdadeiro amor implica renúncia
ao próprio egoísmo. Muitas vezes
exige o sacrifício da própria vontade,
quando esta colide com o legítimo
bem do outro.
Amar é reconhecer no outro a dignidade
de ser humano e de filho de
Deus. É trata-lo como pessoa e não como
objeto que se usa ou se aluga. É ver
no outro um ser igual a si em dignidade
e em direitos. É dialogar com o outro
e não passar a vida a dar-lhe ordens.
Amar é aceitar o outro como ele é:
com as suas qualidades e os seus defeitos.
É fixar-se nas qual idades e ser
compreensivo em relação às limitações.
É, com amor, sem qualquer espécie
de paternalismo lamechas, ajudar
o outro a ser cada vez melhor, a superar-
se. Alegrar-se com os seus êxitos e
encorajá-lo (não humilhá-lo) quando
surgem os fracassos.
6. Há jovens cristãos que, à hora de
decidirem, preferem a simples união
ou o casamento meramente civil, por
medo de assumirem compromissos para
sempre. Ignoram, por certo, o valor
da graça sacramental.
Mas este medo pode ter por base o
mau exemplo recebido de casais que
se aguentam mas se não amam. Que
coexistem mas não convivem. Que,
em vez de se amarem, se ignoram ou
até se infernizam, com agressões físicas
ou verbais.
7. Sai este texto no Dia dos Avós. Para
todos eles, a minha homenagem.
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