Fonte – Agência Lusa
Por: Cristina Silva Rosa.
Moçambique : Ataques a Missões
“Combonianas”...
Papa recorda freira assassinada
Cidade do Vaticano, 11
set 2022 (Lusa) – O Papa recordou hoje a freira italiana Maria De Coppi, de
83 anos, assassinada na terça-feira passada num ataque sofrido pela missão
onde vivia, na localidade de Nacala, em Moçambique.
Francisco, no final da
oração do Angelus, na praça de São Pedro, elogiou a missionária comboniana, que
serviu em Moçambique "por amor, durante quase 60 anos" e rezou para
que "o seu testemunho dê força e coragem aos cristãos e a todo o povo
moçambicano”.
Duas outras religiosas,
uma italiana e uma espanhola, escaparam com vida do atentado em Nacala,
província de Nampula.
A freira italiana, de 83
anos, foi morta num ataque na terça-feira à noite na missão onde vivia, na
cidade de Nacala, em Moçambique, enquanto outras duas conseguiram escapar,
declararam na quarta-feira os Missionários Combonianos.
"Os rebeldes
atacaram a missão, incendiando todos os edifícios da paróquia. A irmã Maria,
missionária comboniana nascida na cidade de Vittorio Veneto (norte), morreu
durante a emboscada. Todos os sobreviventes estão agora a fugir para Nacala",
disse a secretária-geral das Irmãs Combonianas em Itália, Enza Carini, na
quarta-feira.
Segundo a mesma fonte, as
outras duas freiras da comunidade, uma italiana e outra espanhola, “conseguiram
escapar e esconder-se na floresta, juntamente com um grupo de raparigas".
A freira, que vivia em
Moçambique desde 1963, estava na paróquia de Chipene, na diocese de
Nacala, que albergava centenas de pessoas que fugiam dos combates no norte do
país, explicou a fonte.
De acordo com relatórios
enviados à agência missionária Fides, os atacantes destruíram as estruturas da
missão, incluindo a igreja, o hospital e a escola primária e secundária, e a
freira italiana levou um tiro na cabeça quando tentou chegar ao dormitório onde
se encontravam os poucos estudantes restantes.
Outros dois missionários
italianos que se encontravam na missão foram poupados, disseram os Missionários
Combonianos de Pordenone, Itália.
O arcebispo de Nampula,
Inacio Saure, disse não ter a certeza sobre identidade
dos autores do ataque, mas considerou que “seja muito provável” tratar-se de
terroristas islâmicos.
A província de Nampula,
juntamente com Cabo Delgado, é palco da instabilidade causada pela presença de
grupos terroristas ligados ao Estado Islâmico.
A província de Cabo
Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência
armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma
resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos
projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais
perto de Pemba, capital provincial.
Há cerca de 800 mil
deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional
das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de
conflitos ACLED.
CSR(VM)// ACL
Lusa/Fim
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