sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Os Combonianos e as periferias urbanas

Seguindo as orientações do Papa Francisco, na senda de Comboni.....


Os missionários combonianos das circunscrições do continente americano (Equador, Peru/Chile, Estados Unidos de América, México, Brasil e Colômbia), duas irmãs combonianas e um representante dos Leigos Missionários Combonianos do Brasil estiveram reunidos de 20 a 23 de Outubro de 2014, em São Paulo (Brasil), para reverem e relançarem o seu compromisso nas periferias das grandes cidades. Desde 2007, a presença evangelizadora nas periferias urbanas é uma das prioridades dos combonianos da América.

 Veja AQUI a reportagem completa no Boletim Informativo.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Pe Manuel Augusto em Jerusalem

Shalom! Com votos de felicidades, desde Jerusalém, para ti e toda a tua família. Espero vos encontreis todos bem de saúde e disposição, para enfrentar as actividades do novo ano de trabalho.
Estamos já quase no fim de Outubro e está a passar um mês sobre a minha chegada. Eu tenho que pedir desculpa, porque pensava que ia ter mais tempo para dar notícias com mais frequência; mas isso acabou por não acontecer e só hoje me decido a dizer de mim.
Os primeiros dias foram para a ambientação e tratar das coisas mais imediatas, relacionadas com a minha estadia. Depois começaram logo as aulas no Instituto Bíblico e, com elas as leituras e demais actividades, pelo que os dias depressa ficaram preenchidos e comecei a encontrar o meu ritmo, a ficar sem grande tempo livre.
Naturalmente também senti ter deixado Lisboa e os amigos. Experimentei que perdi alguma coisa e não foi fácil deixar pessoas e coisas para trás, apesar de eu desejar esta paragem sabática e estar contente com a possibilidade de a fazer aqui, uma oportunidade certamente única. Este mês significou, por isso e para mim, uma mudança não indiferente.
O ambiente social e politico, nestas semanas passadas, tem sido de alguma tensão entre Judeus e Palestinianos. Primeiro houve as festas, do Yon Kipur e das Tendas, com muitos judeus na cidade e havia tensão e medo de atentados. Depois, houve um atentado, um palestiniano atirou-se ao volante de um carro contra hebreus na paragem do metro de superfície e morreu uma criança e várias pessoas ficaram feridas. Houve naturalmente tensão. 
Eu vivo em Betânia, na parte oriental de Jerusalém, habitada por uma população palestiniana e a tensão faz-se sentir mais (o tal palestiniano do atentado também vivia deste lado). Mas sempre tenho podido ir às aulas, que ficam na Jerusalém antiga, mesmo ao lado da esplanada das Mesquitas. Habitualmente vou a pé, uma hora de caminho, e regresso de autocarro. Passamos sempre por militares em controle, mas não incomodam. Para além das aulas temos tido visitas, um dia cada semana, aos sítios arqueológicos da cidade (antiga) e também não temos tido problemas.
Com as aulas e o programa de leituras deste tempo sabático procuro aproximar-me mais da pessoa histórica de Jesus, das Escrituras, para melhor os poder servir como sacerdote missionário. O facto de estar em Jerusalém torna o estudo mais concreto e ligado ao ambiente que foi de Jesus.
A saúde tem dado para as encomendas e as irmãs missionárias combonianas com quem vivo tratam-me bem. Naturalmente também senti a mudança de dieta, mas ainda estou em idade de me habituar bem.
Fico por aqui, por hoje. Asseguro a minha amizade e lembrança na oração, nestes lugares tão evocativos para a nossa fé e vida cristã.
Pe Manuel Augusto
Manuel Augusto Ferreira

«Afriradio» comboniana está de novo no ar

A Radio Web de Nigrizia (Afriradio) transmite programas de informação com uma nova programação. Além da lista de reprodução musical, composta por autores africanos, é dado amplo espaço à informação a partir do Continente africano, com uma série de eventos transmitidos em italiano, inglês e francês, graças à colaboração com a Rádio Vaticano. Pode-se conectar todos os dias e a qualquer momento através do novo sítio Afriradio.it (ou também através da Home page de Nigrizia.it) para ouvir em streaming “a outra informação da África”. A partir de Janeiro/Fevereiro de 2015 prevê-se a introdução de um novo programa semanal de informação com notícias, comentários e testemunhos do Continente, semelhante aos programas da gloriosa FATMO. Este programa também será distribuído para a retransmissão através das várias redes de rádios locais.
 ( Boletim Informativo)

Ainda gostava de saber quantas centenas de pessoas em África falam italiano....Os milhões de falantes do português é que não vão entender nada...Paradoxo comboniano...

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Combonianos em Nairobi - Quénia

Abertura oficial do Centro de Animação Missionária, em Nairobi

No dia 12 de Outubro, a província comboniana do Quénia reuniu-se para celebrar a festa de São Daniel Comboni. A data foi escolhida para coincidir com a abertura oficial de um centro polivalente dedicado a São Daniel Comboni, em Embakasi, a comunidade comboniana mais recente da província. O Centro tem por finalidade promover a actividade missionária e, entretanto, tornou-se uma paróquia, em resposta às crescentes necessidades pastorais da região.


Na foto
: igreja paroquial comboniana de Kariobangi, em Nairobi, onde é pároco o missionário português P. Filipe Miguel Oliveira Resende.

( Do Boletim Informativo)

domingo, 26 de outubro de 2014

Pe Xavier

O Pe Xavier esteve hoje na missa das onze na Trofa, sua terra natal, a despedir-se da comunidade paroquial para mais uma temporada em terras de missão em Moçambique. Uma grande salva de palmas exprimiu o sentir da comunidade presente quanto a este retorno a África de um dos seus.
Foi ainda lembrado pelo pároco que no próximo ano o Pe Xavier celebrará os 25 anos de sacerdócio. A paróquia espera poder celebrar com ele esta data importante no seu percurso missionário. Será certamente um grande dia de festa em que a paróquia de S.Martinho saberá mostrar o seu apreço pela actividade sacerdotal do Pe Xavier.
Bom trabalho neste retorno a África é o que lhe deseja a associação em nome de todos os colegas.

sábado, 25 de outubro de 2014

África a tomar voz


"a rejeição da alternância democrática e a falta de respeito à lei fundamental estão na origem de tensões e de situações de desordem em vários países africanos”. Pede-se, portanto, “o respeito da Constituição e a alternância democrática, base de todo desenvolvimento duradouro”.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Sudão do Sul

Neste recém-criado país africano continuam as "cowboiadas". É pena que sendo um país com uma grande comunidade cristã e depois de longas e sangrentas lutas pela sua libertação, os seus povos não encontrem a paz que sempre desejaram devido à ganância dos seus chefes. Todos se querem sentar em cima dos barris de crude para proveito ... do povo, obviamente.
fabricado em S. João da Madeira...

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Moçambique

Leigas Missionárias Combonianas em acção......

Susana Vilas Boas
Leiam o seu testemunho: AQUI
( Boletim Informativo Comboniano de 21/ 10)

terça-feira, 21 de outubro de 2014

domingo, 19 de outubro de 2014

Concursos: conhecimentos gerais

Os jogos baseados em promover conhecimentos gerais,  normalmente sobre campos de misão , actividade missionária e a vida em geral da Igreja,  para além de temas culturais mais generalistas, faziam parte da actividade cultural que nos era proporcionada. Havia concursos do género de " quem quer ser milionário" em que as motivações e os prémios eram naturalmente outros.
Mas era assim que ocupávamos  alguns dos nossos tempos livres de muitos fins de semana  e era uma estratégia bem conseguida para ficarmos a conhecer muita da actividade missionária dos combonianos. Recordo-me de ter tomado conhecimento, então, da existência da missão de Carapira que como foi já  referido noutro post, está a celebrar o aniversário da sua fundação. Foi no decorrer de um destes concursos que o Luis Marques dos Santos de Abraveses ( 1958) ficou a ser conhecido como " um homen sério".

sábado, 18 de outubro de 2014

Pe José da Silva Vieira

O Pe. José Vieira, Superior Provincial dos Combonianos em Portugal, foi entrevistado para o programa Porta Aberta, da «Rádio Renascença» (RR). Ouça AQUI a entrevista, realizada por Óscar Daniel, que foi ao ar no domingo, 12 de Outubro.

Aos Domingos, entre as 10 e as 11 da manhã, a Renascença tem a Porta Aberta para homens e mulheres com histórias únicas, que a vida levou por caminhos diferentes… Amigos de Deus!

José da Silva Vieira, sacerdote há vinte e sete anos, é uma dessas pessoas que não é fácil encontrar ao acaso, numa rua de Portugal, mas que se descobre com gosto quando está de volta ao país, como acontece agora, depois de vários anos em missão no Sudão ou, mais exactamente, no Sudão do Sul onde esteve até 2013.

Eleito Superior Provincial dos Combonianos, ainda não esqueceu o Sudão… E, no entanto, apesar de tantos desafios dramáticos a que os combonianos procuram dar resposta em diferentes pontos do mundo, o Pe. José da Silva Vieira é um homem que comunica alegria e esperança.

(Do Boletim informativo de 16 Outubro dos Combonianos )
^

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Missão de Carapira em festa

Igreja da missão de Carapira em Moçambique

Há coisas difíceis de contar, como é popular ouvir, só dá vendo. A paróquia do Imaculado Coração de Maria de Carapira está em festa, em grande festa. Comemora neste ano (2014) cento e cinquenta (150) anos do plano de Comboni para a regeneração da África. Um plano concebido para aliviar o sofrimento do povo africano. Um povo pobre, sofredor, sujeito a escravatura, que não conhece a boa nova de Jesus. O sonho de Daniel Comboni, ou seja, o plano de Deus se transformou em obra, uma obra rodeada de grandes dificuldades mas cheio de vida e progressivo. Uma das formas que Daniel Comboni adotou para amainar essas dificuldades foi a de “Salvar a África com a África”.

Ainda neste ano comemorou os cinquenta (50) anos da inauguração da maravilhosa igreja da paróquia construída pelos discípulos de Jesus orientados pelo carisma de Daniel Comboni. Foi muito bonito e encantador ouvir, dos membros mais velhos da comunidade cristã, a história da paróquia, desde a chegada dos primeiros missionários, passando pela construção e inauguração da Igreja até os dias de hoje. Não se esqueceram de contar os momentos da guerra civil e os missionários e missionárias combonianas com os quais passaram esses momentos difíceis os quais prestaram importantes e valiosas ajudas.

É neste ano que a presença das Irmãs Combonianas em Moçambique completam 60 anos, fazendo uma recordação da história visitaram a Ilha de Moçambique e a paróquia de Mossuril onde tiveram sua primeira missão.

Comemora também os cinquenta anos da criação da Escola Industrial de Carapira pelos Missionário Combonianos, uma obra que tem como objetivo dar resposta ao lema “Salvar África com a África”. Uma escola que, diante de muitas dificuldades, sempre pautou na formação de jovens moçambicanos com elevado nível técnico-profissional e humano para o serviço do povo. É dentro destes jubileus que a paróquia assistiu a ordenação do P. José Alberto moçambicano e a consagração da Ir. Lília Karina mexicana, engrossando assim a família comboniana.

É maravilhoso o modo como a família comboniana – padres, irmãs, irmãos e leigos (estrangeiros e moçambicanos) – coordena os trabalhos de evangelização. Esta equipa trabalha em estreita colaboração, nas tarefas que a realidade propõe, mesmo nos momentos de preparação e realização de eventos ou festas.

Toda a África, em particular Moçambique, graças a Comboni o evangelho está sendo vivido por maior número da população. Agradecimentos a Deus pelo legado.

Casal Martinho

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Dia Mundial das MIssões -2014

O Pe Maravilha(s) recordando o  Chade que lhe vai na alma......

Até parece que regressou a África......
O pensamento e a palavra estão lá......

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Noviciado de Santarém

 
O Pe Fonseca( 1958 - 1º à esquerda de pé) 

No dia de 10 de Outubro, aniversário da morte de S. Comboni, o noviciado comboniano de Santarém acolheu missionários e leigos na sua capela para a celebração do início oficial do noviciado. Este ano, são oito os noviços que começam a sua caminhada formativa, quatro do primeiro ano e outros quatro do segundo, sendo seis moçambicanos, um polaco e um português. A Eucaristia foi presidida pelo superior provincial, Pe. José Vieira, que após a homilia acolheu o pedido dos noviços do primeiro ano para começarem oficialmente o período de noviciado. Seguiram-se os noviços do segundo ano, que se comprometeram a continuar o itinerário formativo até Maio de 2015, altura em que concluirão o noviciado e farão a primeira profissão religiosa, integrando assim oficialmente o Instituto Comboniano.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Mudam-se os tempos......

...mas a realidade é a mesma.

"Não são ladrões apenas os que roubam as malas, as bolsas e outros pertences. Os ladrões que mais merecem este título são aqueles a quem os poderosos encomendam os exércitos e as legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais, pela manha ou pela força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades, reinos e repúblicas; os outros furtam correndo risco, estes furtam sem temor nem perigo. Os outros, se furtam, são enforcados; mas estes furtam e enforcam."
Padre António Vieira

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Dia Mundial das Missões

Sempre atento o Pe Carlos Nunes



Mensagem do Papa Francisco para DMM 2014

I. MISSÃO: “ UM RIO DE ALEGRIA…”
“É Alegria de Jesus e dos discípulos missionários…”(Int). “É a alegria do Evangelho que brota do encontro com Cristo e da partilha com os pobres (…) de onde surgem vocações genuínas”(n.4)
“Não deixemos que nos roubem a alegria da Evangelização”(n.5)

“ A Igreja nasceu “em saída (…) é missionária por natureza(…) para evangelizar (Int.)
“Alegria é um tema dominante da primeira e inesquecível experiência missionária” em Lc. 10, 20-23)

“O DMM é uma Celebração de graça e alegria…”(Int). “ALEGRIA” 32 vezes..

II. FONTE DE ALEGRIA:
  1. “Alegria nasce do encontro com Jesus (…)Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria…” (AE,1)
  2. “Alegria é vida na SSma Trindade”. “O Pai é fonte de alegria. O Filho é a sua manifestação, e o Espírito Santo é o animador” (n.3)
  3. Alegria da Virgem Maria que é “causa da nossa alegria”

III. ALEGRIA EM ACÇÃO-MISSÃO:
i.                    “Alegria que se vive no serviço aos pobres...nas periferias…”(n.2).
“ A alegria do Evangelho brota do encontro com Cristo e da partilha com os pobres”(n.4)
ii.                  “Deus ama quem dá com alegria” (2Cor.9,7)…para “alegre participação na missão “ad gentes” em ajuda económica que é
             “sinal da oblação de si mesmos” (n.5)
iii.                “Vocações genuínas” para a missão…na Igreja Local…com Leigos envolvidos

IV. “PORQUE TAMBÉM NÓS NÃO ENTRAMOS NESTE RIO DE ALEGRIA?” (n.3)
Como responder a este desafio do Papa?

A)    Encontrar-se com Jesus, Sma Trindade, Maria…
Missão é Oração!  “Dois pulmões” da evangelização. Encontro de fé, contemplação, meditação da Palavra da Bíblia…
B)    Viver vida de serviço…aos mais pobres, nas “periferias”. “Vencer o grande risco do mundo atual, a tristeza individualista que brota do coração comodista e  mesquinho” (n.4)
“Dormi e sonhei que a vida é Alegria; Acordei e descobri que a vida é serviço;
   Servi e experimentei que o serviço é Alegria” (Tagore)
C)    Seguir “vocação genuína”:  “com alegria que é sinal de oblação de nós mesmos”, “vivendo uma vida fraterna intensa” (n.4).

= “Todos os discípulos do Senhor, são chamados a alimentar a alegria da evangelização” (n.4)
= “ O discípulo do Senhor persevera na alegria quando está com Ele, quando faz a sua vontade, quando partilha a fé, a esperança e a caridade evangélica” (n.5 –fim)

Resumo de P. Carlos Alberto Nunes, mccj

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

II Forum da UASP - Avaliação Final

A Direcção da UASP, reunida a 3 de Outubro de 2014, tendo feito a avaliação do IIº Fórum da UASP, realizado nos dias 13 e 14 de Setembro passado, no Auditório Vita – Seminário de Nossa Senhora da Conceição, Braga, vem, por este meio, congratular-se com o número de participantes, mais de uma centena, de quinze Associações diferentes, e com os excelentes contributos dos diversos intervenientes nos painéis, que nos permitiram enriquecer o nosso olhar sobre o Concílio e seus documentos. (Continua)

Para ler o artigo na integra clique AQUI 



www.uasp.pt

Nasceu um dia depois de mim...

Mas não há dúvidas de que sabe muito mais do que eu...

BISCATES por Carlos de Matos
Gomes

 Para que servem as primeiras páginas dos jornais e os
grandes casos dos noticiários das TV?
Se pensarmos no que as primeiras páginas e as aberturas dos
 
telejornais nos disseram enquanto decorriam as traficâncias
que iriam dar origem aos casos do BPN, do BPP, dos
submarinos, das PPP, dos SWAPs, da dívida, e agora do Espírito Santo, é fácil concluir que servem para nos
tourear.

Desde 2008 que as primeiras páginas dos Correios das
Manh
​ã
s, os telejornais das Moura Guedes, os comentários dos
Medinas Carreiras, dos Gomes
F
erreiras, dos Camilos
Lourenços, dos assessores do Presidente da República, dos assessores e boys dos gabinetes dos ministros, dos
jornalistas de investigação, nos andam a falar de tudo e
mais alguma coisa, excepto das grandes vigarices, aquelas que, de facto, colocam em causa o governo das nossas vidas,da nossa sociedade, os nossos empregos, os nossos salários, as nossas pensões, o futuro dos nossos filhos, dos nossos
netos.

Que me lembre falaram do caso Freeport, do caso do
exame de inglês de Sócrates, da casa da mãe do Sócrates,do tio do Sócrates, do primo do Sócrates que foi treinar
artes marciais para a China, enfim que o Sócrates se estava
a abotoar com umas massas que davam para passar um ano em
Paris, mas nem uma página sobre os Espirito Santo! É claro
que é importante saber se um primeiro ministro é merecedor
de confiança, mas também é, julgo, importante saber se os
Donos Disto Tudo o são. E, quanto a estes, nem uma palavra.
O máximo que sei é que alguns passam férias na Comporta a
brincar aos pobrezinhos. Eu, que sei tudo do Freeport, não
sei nada da Rioforte! E esta minha informação, num caso, e
falta dela, noutro, não pode ser fruto do acaso. Os
directores de informação são responsáveis pela decisão
de saber uma e desconhecer outra.
Os jornais, os jornalistas, andaram a tourear o público que
compra jornais e que vê telejornais.
Em vez de directores de informação e jornalistas, temos
novilheiros,
b
andarilheiros, apoderados, moços de estoques, em vez de notícias temos chicuelinas.
Não tenho nenhuma confiança no espírito de auto critica
dos jornalistas que dirigem e condicionam o meu acesso à
informação: todos eles aparecerão com uma cara à José
Alberto de Carvalho, à Rodrigues dos Santos, à Guedes de
Carvalho, à Judite de Sousa (entre tantos outros) a dar as
mesmas notícias sobre os gravíssimos casos da sucata, dos
apelos ao consenso do venerando chefe de Estado, do
desempenho das exportações, dos engarrafamentos do IC 19, das notas a matemática, do roubo das máquinas multibanco,da vinda de um rebenta canelas uzebeque para o ataque do
Paiolense de Cima, dos enjoos de uma apresentadeira de TV,das tiradas filosóficas da Teresa Guilherme. Todos
continuarão a acenar-me com um pano diante dos olhos para
eu não ver o que se passa onde se decide tudo o que me diz
respeito.
Tenho a máxima confiança no profissionalismo dos
directores de informação, que eles continuarão a fazer o
que melhor sabem: tourear-nos. Abanar-nos diante dos olhos
uma falsa ameaça para nos fazerem investir contra ela enquanto alguém nos espeta umas farpas no cachaço e os
empresários arrecadam o dinheiro do respeitável público.
Não temos comunicação social: temos quadrilhas de
toureiros, uns a pé, outros a cavalo.
Uma primeira página de um jornal é, hoje em dia e após o 
 
silêncio sobre os Espirito Santo, um passe de peito.
Uma segunda página será uma sorte de bandarilhas.
Um editor é um embolador, um tipo que enfia umas peúgas de
couro nos cornos do touro para a marrada não doer.
Um director de informação é um “inteligente” que
dirige uma corrida.
Quando uma estação de televisão convida um Camilo
Lourenço, um Proença de Carvalho, um Gomes Ferreira, um
João Duque, um Judice, um Marcelo, um Miguel Sousa Tavares,um Angelo Correia, devia anunciá-los como um grupo de forcados: Os Amadores do Espirito Santo, por exemplo. Eles
pegam-nos sempre e imobilizam-nos. Caem-nos literalmente em
cima.
As primeiras páginas do Correio da Manhã podiam começar
por uma introdução diária: Para não falarmos de toiros
mansos, os nossos queridos espectadores, nem de toureios
manhosos, os nossos queridos comentadores, temos as
habituais notícias de José Sócrates, do memorando da
troika, da imperiosa necessidade de pagar as nossas
dividas.
Todos os programas de comentário político nas TV deviam
começar com a música de um passo doble. Ou com a
premonitória “Tourada” do Ary dos Santos, cantada pelo Fernando Tordo.
O silêncio que os “negócios “ da família "Dona
Disto Tudo" mereceu da comunicação social, tão
exigente noutros casos, é um
a
testado
 
de cumplicidade:
uns, os jornalistas venderam-se, outros queriam ser como os Espirito Santo. Em qualquer caso, as redacções dos jornais
e das TV estão cheias de Espiritos Santos.
Em termos
tauromáticos, na melhor das hipóteses não temos jornalistas, mas moços de estoques. Na pior, temos as
redacções cheias de vacas a que se chamam na gíria as
“chocas”.

O que o silêncio cúmplice, deliberadamente cúmplice, feito sobre o caso Espirito Santo, o que a técnica do
desvio de atenções, já usada por Goebels, o ministro da
propaganda de Hitler, revelam é que temos uma comunicação social avacalhada, que não merece nenhuma confiança.
Quando um jornal, uma TV deu uma notícia na primeira página sobre Sócrates( e falo dele porque a comunicação
social montou sobre ele um operação de barragem pelo fogo,que na altura justificou com o direito a sabermos o que se
passava com quem nos governava e se esqueceu de nos informar
sobre quem se governava) ficamos agora a saber que esteve a
fazer como o toureiro, a abanar-nos um trapo diante dos
 
olhos para nos enganar com ele e a esconder as suas
verdadeiras intenções: dar-nos uma estocada fatal!

Porque será que comentadores e seus patrões, tão lestos a
opinar sobre pensões de reforma, TSU, competitividade, despedimentos, aumentos de impostos, gente tão distinta
como Miguel Júdice, Proença de Carvalho, Angelo Correia, Soares dos Santos, Ulrich, Maria João Avilez e esposo  Vanzeller, não aparecem agora a dar a cara pelos amigos Espirito Santo?

Porque será que os jornais e as televisões não os chamam, agora que acabou o campeonato da bola?

Um grande Olé aos que estão agachados nas trincheiras, atrás dos burladeros!

 Carlos de Matos Gomes  
Nascido em 24/07/1946, em V. N. da Barquinha. Coronel do Exército (reforma).
Cumpriu três comissões na guerra colonial: em Angola, Moçambique e Guiné, nas tropas especiais «comandos».
 
 

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Outono: Época das colheitas 2

A quinta era o grande fornecedor de frescos, legumes e algumas frutas,  para o consumo do seminário. Os cereais eram para a alimentação dos animais: bois,vacas,  porcos e galinhas. O vinho destinava-se ao consumo da casa. Daí que cada uma das casas se encontrasse implantada numa quinta de maior ou menor dimensão. Assim acontecia com a Maia e com Vila Nova de Famalicão. Em Famalicão e na Maia havia mesmo noviços ou escolásticos encarregados de sectores particulares no âmbito da exploração agrícola. O " Ora et Labora" de S. Bento impregnava a vida dos futuros religiosos. Por outro lado toda esta actividade funcionava também como forma de aquisição de conhecimentos para a actividade em terras de missão onde as comunidades tinham que lançar mão de explorações agrícolas como forma de autosutento e de desenvolvimento social local.
Habitantes naturais das quintas eram as imagens de S. José e de Nossa Senhora. Nossa Senhora tinha sempre um lugar privilegiado: em lugar de destaque e em nicho de grande dimensão. No mês de Maio o nicho de Nossa Senhora era ponto obrigatório de oração diária como, aliás, acontecia nas festas litúrgicas a Ela dedicadas. Em Famalicão o nicho de Nossa Senhora ficava na desembocadura de um túnel de buxo com muitas dezenas de anos , senão mesmo algumas centenas. Com o desenrolar dos tempos...foi, talvez,  transformado em botões.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Frei Bento Domingues 3



CONVIDADOS PARA JANTAR, PROIBIDOS DE COMER (3)
                                             Frei Bento Domingues, O. P.

1. Um leitor destas crónicas lamenta a minha perda de tempo com assuntos de moral familiar e, em particular, com a discutida participação dos católicos divorciados recasados na comunhão eucarística. As próprias espectativas de mudança, no próximo Sínodo dos Bispos, são o resultado da preguiça católica em pensar pela própria cabeça. Andar a pedir ordens ao clero é infantilismo cultivado. Cada católico deve ser tutor de si próprio. Eu deveria limitar-me a recordar a célebre resposta de I. Kant (de 1784) à pergunta: o que é o iluminismo?
A resposta é conhecida: “O iluminismo é a saída do homem da sua menoridade de que ele é culpado. A menoridade é a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem. Tal menoridade é por culpa própria, se a sua causa não reside na falta de entendimento, mas na falta de decisão e de coragem em se servir de si mesmo sem a orientação de outrem. Sapere aude[i]! Tem a coragem de te servires do teu próprio entendimento. Eis a palavra de ordem do iluminismo”.     
Recordou-me ainda que o Vaticano II (1962-1965) foi o começo de uma clara escuta de alguns ecos da modernidade, há muito esquecidos: a consciência como primeira instância moral (GS 16); a declaração sobre a liberdade religiosa (Dignitatis Humanae), destacando que a própria objectividade  da verdade moral “não se impõe de outro modo senão pela sua própria força, que penetra  nos espíritos de modo ao mesmo tempo suave e forte” (n.1).      
Inteiramente de acordo, mas vamos por partes. Kant tem razão: a recusa preguiçosa de cada pessoa se servir do próprio entendimento e andar sempre a recorrer a um “director de consciência” é um exercício de infantilismo e, por outro lado, uma atitude obscurantista de quem alimenta essa dependência. No entanto, seria igualmente infantil não alimentar o próprio entendimento com as investigações dos outros. O culto da auto-ignorância para ser dono das suas decisões éticas, é uma parvoíce. Somos seres de relação em todas as dimensões. Não somos apenas responsáveis diante da nossa consciência, mas também pela consciência que podemos ter do nosso mundo e do mundo dos outros.       
2. Louis Dingemans (1922-2004), sociólogo e teólogo, era um dominicano belga que aprofundou, com um grupo de trabalho interdisciplinar, a situação eclesial dos divorciados recasados[ii].   
Para a validade de uma celebração católica do casamento sempre foi exigido o consentimento livre dos esposos e, como dizia Kierkegaard, o amor nunca é tão grande como quando se assume como um dever recíproco. A multiplicidade de uniões infelizes e divórcios, a fragilidade dos amores humanos ainda não conseguiram estancar o sonho e o desejo de muitas pessoas se aliarem para construírem uma história comum, que não esteja dependente dos humores de cada dia. Encontram-se até pessoas “pouco praticantes” que pedem para se casar pela Igreja e não é apenas pelas fotografias. Como diz L. Dingemans, parece que têm uma vaga percepção de que o casamento, sendo uma loucura, precisa do Deus do Evangelho, protector dos loucos, sentindo que todo o verdadeiro amor é de origem divina.     
Muito ou pouco praticantes, por culpa ou sem culpa de um ou de ambos, o facto é que existem rupturas sem remédio. Surgem, depois, novas uniões. Pondo de lado a leviandade e os caprichos de muitos casos, também existem divorciados recasados que nesses processos complicados aprofundaram e redescobriram a sua fé, que desejam alimentar.
Como já vimos em artigos anteriores, não são católicos excomungados. Pelo contrário, são convidados a participar na vida da Igreja e a frequentarem a Eucaristia. Mas são proibidos de comungar: convidados para uma refeição e impedidos de comer. À primeira não se entende esta incongruência e à segunda, ainda menos. Invoca-se um estado permanente de violação da aliança matrimonial. Razão apresentada: existe uma contradição objectiva de ordem simbólica, pois a aliança entre Deus e a Humanidade, entre Cristo e a sua Igreja é actualizada pelo laço entre marido e mulher. O autor citado mostra, de forma analítica, que este é um argumento falacioso. Deus é sempre fiel, mas os seres humanos não são Deus. Podem falhar e a misericórdia de Deus nunca falha.
3. É bom não esquecer uma oração da missa do Domingo passado: Senhor, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e vos compadeceis, derramai sobre nós a vossa graça.
O Papa Francisco, que tem muita graça em receber a graça de Deus, resolveu, na audiência geral do passado dia 10, propor que a Igreja, em todas as suas expressões, seja uma escola da misericórdia. Não estávamos habituados. Era mais associada a um ministério com tribunais lentos e sem piedade.

05.10.2014



[i] Atreve-te a pensar
[ii] Cf. dossier  chrétians qui sont dévorcés et remariés,Centre Dominicain de Froismont, Bélgica ; Louis Dingemans, Mariage et alliance. L’ambiguïté d’un symbole, Rev. Lumière et Vie, n 206 (1992), pg 25-38 ; Jesus face au divorce, Racine|Fidélité, 2004