Estamos a meio do Advento e venho desejar uma boa caminhada
de preparação para a celebração do Natal de Jesus. Faço votos que o Natal, a
celebração do nascimento de Cristo, nos ajude a viver um momento de realização
das nossas mais pessoais expectativas e profundos desejos – de beleza, de
verdade e bondade - de paz e comunhão com Deus e com os outros, que o Natal
cristão anuncia e oferece a todos.
Ontem, depois das aulas e como exercício deste advento, fui
a Ain Karim, a aldeia onde a tradição cristã coloca a residência de Zacarias e
o local da visitação que Maria fez a sua prima Isabel, esposa de Zacarias e mãe
de João Baptista. Quem lá pode ir, como quem não pode, todos podemos
reconstruir e reviver a cena pela leitura do Evangelho de Lucas 1, 39-56.
Antes de lá ir passei pela Sinagoga do Hospital de Hadassah,
para contemplar as famosas doze janelas vitrais de Marc Chagal: uma obra de
arte de grande beleza e carregada de história religiosa, a fazer memoria das
bênçãos do Patriarca Jacob a cada um dos seus doze filhos, de Deus a um povo.
Passei por lá, para entrar neste movimento de bênção, de
dom, de visitação de Deus a um povo escolhido, à humanidade. Um movimento de
saída de Deus de si, já começado na criação do universo e que atinge a sua
plenitude na revelação em Cristo, no Seu nascer na nossa humanidade.
De lá, dirigi-me a pé, pelos carreiros do monte como o terá
feito Maria, para Ain Karim, para visitar a Igreja de São João Baptista e a
Igreja da Visitação. A visitação de Maria à sua prima entra neste movimento que
Deus imprime ao universo e a quantos O acolhem: sair de si para ir ao encontro
dos outros, do Outro, que outro não é que Ele próprio.
...
Manuel Augusto Ferreira
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