Lapia Iesi |
Nestes dias cruzo-me com frequência com o povo dos “bororo”. Um povo nómada, sempre a caminho! A terra é toda “deles” e a terra deles é sempre mais além! Tudo o que têm viaja com eles (“casa”, roupa, utensílios para cozinhar e muitos animais…). É difícil compreende-los. Têm uma língua e linguagem muito própria, um estilo de vida diferente… vivem no caminho e caminham, caminham, caminham.
Este povo questiona-me particularmente neste tempo natalício. Imagino José e Maria assim… no caminho a procura de um lugar para o nascimento de Jesus. O cenário é aparentemente romântico mas austero. Não ter um lugar aonde habitar. Viver no caminho. Ser nómada!
E portanto este nomadismo “tradicional” ou “original” faz-me pensar no nomadismo moderno no qual entramos quase sem nos dar-mos conta. A mobilidade humana é impressionante: viagens de trabalho, viagens de turismo, viagens de estudo… êxodos humanos frutos de tantos conflitos e situações de precaridade. À mobilidade humana propriamente dita junta-se hoje a mobilidade digital (sms, facebook, whatsapp, internet…) e aí são tantos os caminhos, os atalhos, os motivos para avançar sempre mais e mais além. Mas para onde caminho? Que procuro? Aonde quero chegar? Talvez as respostas sejam difíceis a encontrar. O importante é caminhar. Viver sem um lugar aonde habitar. Não foi este o destino de Maria e José? Não foi esse o caminho de Jesus de Nazaré?
Estimados amigos e amigas neste tempo de natal peço ao Senhor Jesus por cada um de vós. Rezai também por mim. Que o menino Jesus nos ensine a viver como nómadas nesta terra e a caminhar com esperança para Ele e com Ele.
Um abraço amigo, os desejos de um Santo Natal e 365 dias de 2015 cheios de força e alegria para Caminhar!
Chade - Doba, 22 dezembro 2014
( Boletim Informativo )
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