segunda-feira, 1 de maio de 2017

VISEU - CELEBRAÇÃO DOS 70 ANOS

Das comemorações dos 70 anos em Viseu dos Missionários Combonianos dou algumas notas. A missa foi presidida pelo Bispo de Viseu, acolitada pelo Superior Geral, Ugandês de origem e vindo expressamente do Uganda e por outros missionários, nomeadamente António Ino, José de Sousa, Francisco Medeiros (superior de Viseu) e outros. Nela estiveram presentes individualidades de Viseu, nomeadamente o Presidente da Câmara, o Presidente da Assembleia Municipal, o Presidente da Junta e muitos amigos residentes na zona. No final o Presidente da Câmara ofereceu uma placa alusiva à entrada da Câmara Municipal, simbolizando a abertura desta entidade aos Missionários Combonianos. Destacou o facto de pretender apresentar numa próxima Assembleia Municipal uma proposta de atribuição da Medalha de Mérito aos Missionários Combonianos de Viseu, sendo a mesma entregue no dia do município de Viseu a ocorrer em setembro. Por sua vez o Padre Francisco Medeiros ofereceu à Câmara Municipal um exemplar do livro "Missionários Combonianos em Portugal, uma História Singular, editado já este ano e da autoria do nosso conhecido e estimado Padre Manuel Augusto Lopes Ferreira, Edições Além - Mar. O Superior Geral fez uma resenha histórica dos Combonianos. Segui-se um almoço com muitos convidados presentes. As duas primeiras fotos estão inseridas nos Linkes, https://novo.diocesedeviseu.pt/.../combonianos-70-anos.../ e https://novo.diocesedeviseu.pt/.../combonianos-70-anos.../ acompanhadas de um texto muito interessante e elucidativo de Valente da Cruz, ex-seminarista comboniano. Destaco finalmente um belo texto do padre Francisco Medeiros, Superior de Viseu. COMBONIANOS: 70 anos de presença em Viseu
É com gratidão a Deus e a tanta gente amiga com espírito missionário que celebrámos 70 anos de presença em Portugal. Tudo começou quando o Bispo de Viseu, nessa altura D. José Moreira Pinto, aceitou de braços abertos a vinda de Combonianos para a Diocese. O Instituto tinha sido convidado a ir evangelizar no Norte de Moçambique e a nossa diocese, em primeiro momento, serviria de apoio para os missionários estrangeiros aprenderem a língua, esperando naturalmente, que iriam aparecer também vocações missionárias.
Os Missionários Combonianos faziam um bom trabalho junto dos muçulma- nos e, como no Norte de Moçambique a maioria da população é muçulmana, os bispos moçambicanos pensaram pedir ajuda, o que conseguiram com a colaboração da Diocese de Viseu. A 23 de Abril de 1947, chegou a Viseu o P. João Cotta e, logo a seguir, vieram os padres Ângelo La Salandra, Ézio Sória, Rino Carlesi e os irmãos Elísio Locatelli, Igino Antoniazzi, Catarina Basso e outros que se estabeleceram nas paró- quias vizinhas da cidade, para aprender a língua e os costumes e iniciar a construção do Seminário das Missões.
Deste modo, a primeira metade da década de 1950 viu chegar ao nosso país os missionários de “pera e bigode” que protagonizaram a expansão comboniana em Portugal, Brasil e Moçambique. Muitos dos seus nomes ainda são recordados com respeito e admiração pelo clero e pelas gentes beirãs. Recordam os missionários a trabalhar nos andaimes, construindo o seminário ou a trabalhar na quinta e, mais ainda, quando iam pela aldeias pedindo ajudas ou despertando nos jovens a vocação missionária. Mais de 2000 jovens beirões fizeram parte dos seus estudos e educação no Seminário das Missões. E, entre estes, uns 50 depois de passarem por outros lugares a alargar a sua formação missionária. Alguns ainda estão em terras de missão, uns poucos já faleceram e alguns estão a descansar depois de uma vida dedicada ao anúncio de Cristo e a ajudar irmãos a ter uma vida mais digna e humana. O Instituto Comboniano faz também 150 anos de fundação. Seguimos o espírito de um homem, S. Daniel Comboni, que viu nos africanos seus Irmãos e Irmãs com o direito e a necessidade de conhecerem Cristo. Mal foi ordenado sacerdote começou a arrastar missionários e missionárias para a Africa, continente então muito desconhecido. O sonho dele foi educar e cristianizar africanos para eles serem os missionários de Cristo entre os seus povos. As missões ainda existem e chamam corações generosos para lhes levar Cristo, uma vida mais digna e humana, e a es- perança de um futuro melhor. A Família Com- boniana procura continuar a dar resposta ao apelo de tantos irmãos, como Cristo pediu aos seus seguidores: “Ide e fazei discípulos meus por toda a parte”. Muito em breve partirão aqui de Viseu duas jovens leigas missionárias para Africa e América do Sul.
Pe. Francisco Medeiros, mccj

(REPORTAGEM DO ANTIGO ALUNO COMBONIANO José Lázaro)

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