Promovido pela UASP - União das Associações dos Antigos Alunos dos Seminários Portugueses, um grupo de antigos alunos, familiares e amigos (18 participantes), entre os dias 14 e 28 de julho, viajou até ao outro lado do Mundo para conhecer a alma de um Povo que renasceu das cinzas!
É
verdade que o objetivo do projeto "Por mares dantes navegados" é
partilhar a alegria do Evangelho com povos irmãos do mundo lusófono; foi
assim nas cinco etapas africanas e o mesmo aconteceu nesta viagem
missionária ao sudeste asiático: conhecer e celebrar os caminhos do
Evangelho, servidos por tantos homens e mulheres que destas bandas
partiram para aquelas terras e ali se doaram totalmente para que o
Evangelho fosse conhecido, acolhido e se enraizasse, dando origem a tão
belas e nobres respostas de fé.
Ao
longo da nossa permanência naquele país, uma pergunta, feita de
admiração e respeito, me vinha repetidamente ao pensamento: como é que
um pequeno povo, disperso por metade da ilha de Timor, do enclave de
Oecússi e das ilhas de Ataúro e Jaco cujas fronteiras resultam de um
acordo entre Portugal e a Holanda (1859), pôde resistir e ganhar o
direito a existir entre potências regionais que disputaram e
distribuíram entre si os seus recursos
naturais?
Começámos
as visitas do último dia, no Museu da Resistência que narra a conquista
dramática da liberdade por aquele país irmão!... Não obstante a
desproporção, o Povo timorense ganhou o direito a existir com sangue
derramado de cerca de meio milhão de Timorenses Loro Sae! Com
determinação e, finalmente, com ajudas várias, fez ouvir a sua voz e
atrair boas vontades para a sua causa. O seu futuro tem esta humildade e
grandeza!
Seguimos,
depois, para a Igreja de Motael e o Cemitério de Santa Cruz, lugares
determinantes da história timorense. De tarde, visitámos a Catedral, a
Escola Amigos de Jesus e o Centro Juvenil P. António Vieira, por onde
passa - ali e em muitos outros lugares - a invenção do futuro daquela
jovem nação.
Aliás, foi a visita a muitas instituições e projetos semelhantes que ocupou grande parte da nossa estadia em Timor-Leste.
Damos
graças a Deus pelo trabalho generoso, dedicado e com poucos meios, que
pessoas, ordens religiosas e outras instituições estão a fazer pelo bem
daquelas populações, principalmente em campos como a educação e a saúde.
Uma
das evidências, que surpreende qualquer ocidental, é ver como a fé
cristã se enraizou na alma daquele Povo, dando-lhe suporte na
perseguição e alento na resistência; hoje alimenta a esperança de tantos
projetos de desenvolvimento humano, espiritual e cultural; e é assumida
como princípio inspirador para o futuro daquela Nação do Sol Nascente.
P. Armindo Janeiro
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